A Pobreza Urbana E Suas Multifaces: Experiências E Significados
Artigo: A Pobreza Urbana E Suas Multifaces: Experiências E Significados. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: AndreiaAraujo • 22/3/2014 • 506 Palavras (3 Páginas) • 656 Visualizações
“ A pesquisa trata, portanto, de uma reflexão sobre as condições de vida da
sua identidade social e sua consciência de ausência de alteridade no espaço público. Com esses elementos elaboram suas visões do mundo em que vivem, obtém a medida de sua importância e significados numa estrutura social em que são estigmatizados como pobres e sob essa ótica, vislumbram suas possibilidades de existência.”
“São os espaços familiar e local os lugares em que constroem e vivem, verdadeiramente, suas experiências pessoais e coletivas, tecem suas redes de solidariedade e projetam seus sonhos e desejos.”
“ Em meio a sentimentos, ora de revolta, de indignação, ora de conformismo eles encontram dimensões em suas vidas que os fazem sentir-se menos inferiores, iguais ou mesmo superiores ao ricos, quando invocam suas qualidades morais.”
“ O emprego imbui-se de importância seminal no sentido de concretização valor de acesso ao trabalho, porque permite manter um sentimento de dignidade em relação aos outros e de autovalorização, de amor próprio. Nele são depositados os sonhos de mobilidade social, embora constantemente desfeitos, pela desordem instalado com o desemprego.”
“ Os ricos representam o grupo social que com eles tem uma relação de estranhamento e orienta-se por condutas e valores distintos de universo moral e simbólico dos pobres.”
“ Sob esse ângulo, a pobreza é vivida e interpretada como injustiça, porque,
mesmo desiguais socialmente, consideram-se dotados de uma virtude intransferível, a riqueza moral.”
“Ao se situarem no mundo como pobres, reconstroem, em suas representações, a imagem genérica da pobreza, referida ás desigualdades sociais entre si e os detentores da riqueza que constituem um grupo social antagônico.”
“O vizinho é sue igual, mas ele incorpora a verdadeira imagem do pobre, isto é, aquele seguimento que se encontra no último patamar na hierarquia de classificação dos pobres, os miseráveis.”
“A concepção de pobreza não se encerra numa categoria genérica, pois afirma-se numa heterogeneidade interna, contrariando a idéia de os pobres constituírem uma classe homogênea.”
“ Nesse universo, os princípios e valores morais que orientam as relações e as sociabilidade, constituem um estoque simbólico engendrado nas próprias condições de vida que lhes são permitidas viver, possibilitando-lhes que estabeleçam um sentido de ordem, através da qual se situam e interpretem o mundo.”
“ Embora vivendo experiências dramáticas que poderiam indicar uma fratura social, há uma tendência de aprofundamento dos vínculos sociais, através dos mecanismos de autoajuda, de solidariedade e de práticas que definem os contornos de sua identidade e se circunscrevem, também, as marcas simbólicas do universo em suas vidas como pobres.”
“ A pobreza, longe de significar famílias desagregadas, desestruturadas, reflete uma condição em que os pobres buscam, exatamente equilíbrio e num padrão de moralidade familiar, o sentido de suas vidas, reconstruindo caminhos, histórias e sonhos, transformando os sofrimentos, as privações em obstáculos
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