A Sociologia do Desenvolvimento
Por: João Henrique Cervantes • 29/8/2023 • Abstract • 1.515 Palavras (7 Páginas) • 71 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS – CCSA
ALUNA: JULIANA LIMA DE CARVALHO MADEIRA – 1297137
PROFESSORA: ROSIRENE
PERÍODO. CURSO: CIÊNCIAS SOCIAIS
Sociologia do desenvolvimento
Referência: FURTADO, Celso. Subdesenvolvimento In: ___ Teoria e política do desenvolvimento econômico. 5. Ed. Companhia editora nacional; São Paulo. (p. 188 – 255).
Na quarta parte o livro “Teoria e política do desenvolvimento econômico”, Celso Furtado inicia tratando do enfoque histórico da ideia de subdesenvolvimento, de forma que este tenha surgido a partir da propagação da Revolução Industrial (séculos XVIII e XIX) como “forma de desorganização da economia artesanal pré-capitalista e de progressiva absorção dos fatores liberados, a um nível mais alto de produtividade.” – (cáp. 13 - p. 187), ou seja, o subdesenvolvimento surgiu com a queda da produtividade, sendo esta, causada pela falta de organização dos meios de produção. (anteriores ao capitalismo).
A expansão capitalista causou um efeito nas estruturas dualistas, ou seja, na relação “atrasado-moderno” (ou “elite-produção”), principalmente quanto à organização devido ao lucro e “adoção de formas modernas de consumo” e “esse tipo de estrutura socioeconômica dualista está na origem do fenômeno do desenvolvimento contemporâneo”. (p. 189).
O subdesenvolvimento não precisa ter passado por um nível de desenvolvimento anteriormente, porque ele já é um processo histórico autônomo. Mas, precisa da ajuda do Estado para se transformar em desenvolvimento, já que por causa de sua formação histórica “é passível de ser superado”[1].
Quanto às características estruturais do subdesenvolvimento estão as possíveis justificativas quanto ao desequilíbrio da estrutura industrial, ou seja, ao não crescimento significativo das produções, que se dá à falta ou pouca preparação (especialização) dos trabalhadores.
“[...] a quase renda do produtor está acompanhada de um aumento de produtividade econômica no conjunto do sistema”. (p. 198), por assim dizer, produtor precisa investir em preparação dos seus trabalhadores para que haja mais produtividade.
Voltando à ideia de dualismo abordada por Celso Furtado é mostrada pelo autor à concepção dualista de que o sistema econômico não é puro; ele é formado tanto pela elite quanto pela produção artesanal de subsistência.
“O capitalismo que existe na estrutura dualista apresenta certas especificidades, cuja razão de ser está nas inter-relações que mantém com setor não capitalista”. Ou seja, a produção em excesso (o excedente) criado no setor não capitalista. E por mais que grande parte da população trabalhe no setor exportador; os lucros retidos no exterior permitem conciliar a anulação do excesso de produção de uma mão de obra, e o salário dos trabalhadores rendendo o bastante para a sobrevivência familiar. (p. 212).
No capítulo 15, Celso se remete à relação agricultura-subdesenvolvimento, sendo a agricultura a atividade econômica mais utilizada pelos países subdesenvolvidos, principalmente pela organização social e política desses países. O grau de divisão social do comércio dá-se através das relações familiares, “o grau de mobilidade social é a forma de estruturação do sistema de poder, enfim, está tudo ligado ao regime de propriedade dos recursos naturais (terra e água), à natureza e à forma de apropriação do excedente agrícola”.
Se se observar claramente as sociedades agrícolas, serão percebidas as ideias de diferenciação de desenvolvimento para o subdesenvolvimento. As estruturas subdesenvolvidas são substituídas pelas potencialmente preparadas ao desenvolvimento.
Celso Furtado observou a agricultura mesmo que superficialmente e percebeu que “a participação da mão-de-obra agrícola na força de trabalho total é considerável, a produtividade do trabalho na área da agricultura é mais baixa se comparada às demais atividades produtivas; o salário do indivíduo que trabalha na área agrícola é bem mais baixo que das demais áreas (mesmo que nos outros tipos de trabalho as pessoas não tenham preparação técnica),dessa forma, chega-se à conclusão que o trabalhador agrícola não está inserido socialmente no âmbito dos fluxos monetários; o investimento em melhorias sociais (saúde, educação, etc.) que é destinado com grande ênfase nas zonas urbanas, mas muito pouco na zona rural.
Em suma, esses dados informam que nos países subdesenvolvidos grande parte da população vive da economia rural recebendo apenas o básico para a subsistência.
E o autor prioriza a ideia de que se deve descobrir um excedente financeiro extraído do agrícola, ou seja, de que forma pode-se transformar a agricultura em um fundo monetário de desenvolvimento.
No capítulo 16, Celso Furtado preocupou-se em classificar a forma a qual o comércio exterior é visto: como fator de elevação do nível de produtividade econômica, de acordo com a forma de expansão do mercado e a especialização de seus trabalhadores; como força motora que faz gerar transformações das estruturas e como meio de transmissão do avanço técnico.
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