A Teoria Queer sobre a ótica de Judith Butler
Por: Lana Banana • 7/8/2019 • Relatório de pesquisa • 409 Palavras (2 Páginas) • 223 Visualizações
A teoria queer trata de questões sobre as identidades não binárias e discute a relação entre sexo biológico e gênero, colocando o último como mera performance. Um dos conceitos-chave na teoria queer é a ideia de “heteronormatividade”, que pertence as “instituições”, estruturas de entendimento e orientações práticas que fazem a heterossexualidade parecer não apenas coerente. A heteronormatividade é uma visão de mundo que promove a heterossexualidade como a orientação sexual normal e/ou preferida e é reforçada na sociedade através das instituições de casamento, emprego e direitos de adoção, entre muitos outros. Muitos estudiosos direcionam suas pesquisas para a teoria queer, o teórico mais comumente relacionado ao estudo dos entendimentos predominantes sobre gênero e sexo é Judith Butler, que formulou muito das sua ideais com base no trabalho de Foucault, de quem é uma ávida estudiosa.
Para Butler, gênero, assim com a orientação sexual do indivíduo, não é uma verdade essencial obtida de seu corpo, mas algo que é representado e retratado como “realidade”, ou seja, o gênero é, na verdade, um conceito social mutável que passou e ainda passa por inúmeras transformações de acordo com a sociedade em que está inserido. Ela argumenta que a crença estrita de que existe uma “verdade” sobre o sexo torna a heterossexualidade o único resultado adequado por causa pensamento binário por trás das identidade feminina e masculina. Butler diz, também, que a performatividade de gênero pode ser uma forma de resistência, citando exemplos tais como a arte drag e a representação de identidades sexuais como butch e femme dentro do lesbianismo que zombam das normas de gênero estabelecidas na sociedade.
Porém, Butler deixa claro que a performatividade não é o mesmo que performance. Ela explica que a performatividade de gênero é um processo repetido que finalmente cria o sujeito como sujeito enquanto a performance seria apenas a mera representação doa papéis de gênero ao quais somos apresentados e levados a assumir, de acordo com nosso swxo biológico, desde tenra idade.
O trabalho de Butler traz à luz a criação de novos gêneros que possam melhor representar as inúmeras identidades que diferentes indivíduos de um mesmo sexo biológico pode apresentar ao longo de sua vida, contestando a rigidez dos binários hierárquicos que existem, ou seja, home e mulher, e, em última instância, esse processo de resignificação e criação de novos significados para a identidade de gênero e para a orientação sexual é o que faz de sua obra um trabalho inestimável para a teoria queer.
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