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A aparência positivista de filosofia social

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Por:   •  3/10/2013  •  Trabalho acadêmico  •  1.441 Palavras (6 Páginas)  •  1.057 Visualizações

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O QUE FOI O POSITIVISMO

O positivismo é uma corrente filosófica surgida na primeira metade do século XIX através de Auguste Comte (1798-1857).

"O positivismo se originou do "cientificismo", isto é, da crença no poder exclusivo e absoluto da razão humana para conhecer a realidade e traduzi-la sob a forma de leis naturais. Essas leis seriam a base da regulamentação da vida do homem, da natureza como um todo e do próprio universo. Seu conhecimento pretendia substituir as explicações teológicas, filosóficas e de senso comum por meio das quais – até então – o homem explicava a realidade.

O positivismo reconhecia que os princípios reguladores do mundo físico e do mundo social diferiam quanto à sua essência: os primeiros diziam respeito a acontecimentos exteriores aos homens; os outros, a questões humanas. Entretanto, a crença na origem natural de ambos teve o poder de aproximá-los. Além disso, a rápida evolução dos conhecimentos das ciências naturais – física, química, biologia - e o visível sucesso de suas descobertas no incremento da produção material e no controle das forças da natureza atraíram os primeiros cientistas sociais para o seu método de investigação. Essa tentativa de derivar as ciências sociais das ciências físicas é patente nas obras dos primeiros estudiosos da realidade social. O próprio Comte deu inicialmente o nome de "física social" às sus análises da sociedade, antes de criar o termo Sociologia.

Essa filosofia social positivista se inspirava no método de investigação das ciências da natureza, assim como procurava identificar na vida social as mesmas relações e princípios com os quais os cientistas explicavam a vida natural. A própria sociedade foi concebida como um organismo constituído de partes integradas e coesas que funcionavam harmonicamente, segundo um modelo físico ou mecânico. Por isso o positivismo foi chamado também de organicismo.

Podemos apontar, portanto, como primeiro princípio teórico dessa escola a tentativa de constituir seu objeto, pautar seus métodos e elaborar seus conceitos à luz das ciências naturais, procurando dessa maneira chegar à mesma objetividade e ao mesmo êxito nas formas de controle sobre os fenômenos estudados."

"Ao equiparar o estudo da sociedade ao estudo da natureza, toma como modelo a ciência natural e, mais especificamente, a Biologia. Desta , advém muitos dos conceitos que marcam a Física social, ou a Sociologia, como os de hierarquia, consenso, órgão, função, estática, dinâmica, enfim, as idéia de fenômenos interdependentes dentro de um sistema funcional, organicamente composto.

Essa identificação do estudo da sociedade ao estudo da natureza, que leva a primeira à busca de leis sociais análogas às leis da Física (entende-se aqui uma interpretação estática desta ciência), elimina o papel da prática social como elemento gerador de mudanças na sociedade. "a prática social, especialmente no que se refere à transformação do sistema social, fora assim suprimida pela fatalidade. A sociedade era concebida por leis racionais que funcionavam com necessidade natural." (Marcuse, Razão e Revolução, Rio de Janeiro, Ed. Saga, 1969, p. 310)

A sociedade tem uma ordem natural que não muda e à qual o homem deve submeter-se. Essa posição de submissão aos princípios das leis invariáveis da sociedade leva a uma posição de resignação grandemente enfatizada na obra de Comte. A consideração de que "o espírito positivo tende a consolidar a ordem pelo desenvolvimento racional de uma sábia resignação diante dos males políticos incuráveis" (Morais Filho, Auguste Comte: sociologia, São Paulo, Ática, 1983, p. 31) revela bem que isso. A pregação da resignação facilita a aceitação de leis naturais que consolidam a ordem vigente, justificadora da autoridade reinante e facilitadora da proteção dos interesses – riqueza e poder – hegemônicos naquele momento histórico.

Os fenômenos econômicos são muitas vezes apontados por Comte como expressão dessas leis sociais naturais invariáveis, por coincidência, referindo-se, principalmente, ao caso da concentração de capital.

Com o objetivo de fortalecimento da ordem social combate-se qualquer doutrina revolucionária e todas as forças se concentram numa renovação moral da sociedade. A mudança da sociedade passa fundamentalmente por um refazer dos costumes, uma reforma intelectual do homem, e menos pela transformação de suas instituições. A sociedade se modifica através da visão de PROGRESSO como um mecanismo da própria ORDEM, sem destruição da ordenação vigente, num processo evolutivo. Como afirma Marcuse: "o positivismo está, pois, interessado em ajudar a ‘transformar a agitação política em uma cruzada filosófica’ que suprimiria tendências radicais que eram afinal de contas incompatíveis com qualquer sadia concepção da história" (Marcuse, p. 312). O citado autor continua, buscando mostrar que o progresso é, em si, ordem – não é revolução, mas evolução.

A idéia de ORDEM e PROGRESSO (lema de nossa bandeira), em Comte, vem de sua visão dos fenômenos da sociedade. Para ele, todo ser vivo pode ser estudado sob uma dimensão estática e uma dinâmica, que apreciaram a sociedade em repouso e em movimento. Relaciona essas duas dimensões á anatomia e á fisiologia.

A visão de ordem tem sua origem na noção de ESTÁTICA, que estuda a existência, suas condições e a estrutura que a gera. Corresponde á compreensão da existência naquilo que ela oferece de fixo, de estrutural. ("família, religião, propriedade, linguagem, direito etc. seriam responsáveis pelo movimento estático da sociedade", in: Cristina Costa, op. Cit., pág. 51)

A Sociologia dinâmica se preocupa com o entendimento do movimento, do desenvolvimento, da atividade da vida coletiva, correspondendo á noção de PROGRESSO. Essa dimensão da dinâmica social é

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