Abordagem Clássica Da Administração
Artigo: Abordagem Clássica Da Administração. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: rafinhabh • 3/6/2013 • 3.407 Palavras (14 Páginas) • 728 Visualizações
REVISÃO CONCEITUAL
Abordagem Clássica da Administração
Administração Científica
O crescimento acelerado e desorganizado das empresas e a consequente necessidade de aumentar a eficiência, a competência e a qualidade da produção nas organizações, advindas com a Revolução Industrial no início do século XX, propiciaram o cenário adequado para o início dos estudos científicos acerca da administração, de modo a substituir o método empírico, até então predominante, por uma teoria que determinasse métodos de trabalho a fim de atingir uma maior eficiência.
Assim, começou a despontar os primeiros pensamentos da Abordagem Clássica, que visavam a organização racional do trabalho e compartilhavam ideias similares, dividida em duas vertentes: a Administração Científica e a Teoria Clássica.
A Administração Científica foi desenvolvida nos Estados Unidos com base nos estudos do engenheiro Frederick Winslow Taylor e sua principal característica é a ênfase nas tarefas. Suas ideias preconizavam a aplicação de métodos científicos para minimizar ao máximo os custos da produção e obter maior rendimento dos trabalhadores com o mínimo de tempo e atividades necessárias. Em 1903, Taylor publicou seu livro Shop Management (algo como Administração de Loja), no qual aborda a racionalização do trabalho por meio do Estudo de Tempos e Movimentos e defende a ideia da redução de custos na produção. Da publicação deste primeiro livro, corresponde o primeiro período de Taylor, cujos estudos partiram da premissa de que os operários efetuavam suas atividades de forma intuitiva, sem obedecer a um padrão específico, além de participarem de todo o processo de produção e perceberem a mesma remuneração independente da produtividade e esforço de cada um. Desta forma, ele propôs que a Administração fosse a responsável por resolver todos esses problemas que afetavam as indústrias da época, ofertando melhores salários; reduzindo custos de produção; utilizando métodos de pesquisa para executar melhor as tarefas; selecionando cientificamente os empregados alocados em postos de trabalho adequados ao cumprimento das normas; treinando e aperfeiçoando os trabalhadores; e promovendo um ambiente físico e psicológico adequado, de cooperação entre administradores e trabalhadores, não para o bem-estar destes, mas para que o trabalho se desse de forma mais produtiva.
Neste primeiro momento, então, houve a racionalização do processo de produção, que foi dividido de modo que cada operário ficasse responsável, individualmente, por uma tarefa específica, ao invés de participar de toda a produção, obtendo o produto finalizado, sem desperdício de tempo e energia. Como observou que havia diferenças na forma que cada operário realizava sua tarefa, concluiu que, para melhorar a eficiência, era preciso determinar a melhor maneira de executa-la, sendo usada como padrão (The best way), ficando sob a responsabilidade da Administração a fiscalização quanto ao cumprimento destas normas. Em resumo, propunha-se um efetivo planejamento para se obter resultados melhores na produção, dispondo os operários de ferramentas e condições apropriadas para seu trabalho, com uma relação amistosa entre os trabalhadores, fossem eles supervisores ou operários, a fim de aumentar a produção, reduzir os custos e aumentar o lucro e a competitividade.
O segundo período de Taylor tem como marco a publicação de seu livro Principles of Scientific Management (Princípios da Administração Científica), em 1911, no qual ele expôs com maior clareza e precisão suas ideias, uma vez que já sabia o que era fundamental ser alterado para que o a administração se tornasse uma atividade mais científica do que empírica. Taylor partiu da premissa de que havia três problemas que influenciavam negativa e diretamente a produção: a vadiagem dos operários no trabalho, resultante tanto da crença dos operários de que um maior rendimento das máquinas e de sua força de trabalho acarretaria uma alta no desemprego, quanto da aplicação de métodos de produção ineficientes por parte da empresa; a falta de conhecimento técnico pela gerência acerca das rotinas e tempos necessários para execução do trabalho, fundamental para que houvesse orientação e cobrança para que o trabalho fosse feito de forma correta; e a falta de uma padronização das técnicas, ferramentas e métodos, ocasionando desperdício de tempo e uma produção ineficiente. A ideia de dividir o trabalho em tarefas especializadas facilitava sua execução pelos operários e a conferência pelos supervisores, despontando o conceito de Organização Racional do Trabalho, que tem como fundamentos:
1. Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos.
2. Estudo da fadiga humana.
3. Divisão do trabalho e especialização do operário.
4. Desenho de cargos e tarefas.
5. Incentivos salariais e prêmios por produção.
6. Conceito de homo economicus.
7. Condições ambientais de trabalho, como iluminação, conforto, etc.
8. Padronização de métodos e máquinas.
9. Supervisão funcional.
(CHIAVENATO, 2004, p. 57.)
Em linhas gerais, a Organização Racional do Trabalho trato da racionalização dos métodos de trabalho e a fixação de tempos padrões para a execução das tarefas; a eliminação de movimentos inúteis, com economia de esforço e tempo, a fim de diminuir a fadiga humana que afeta a produtividade e a qualidade do trabalho; a especialização do operário em uma única tarefa ou em tarefas simples e elementares; especificação das tarefas e seus métodos de execução e equipamentos necessários para tal, traçando um perfil do cargo, envolvendo aspectos físicos, psicológicos e comportamentais e explicitando, assim, as competências necessárias para exercê-lo; remuneração variável conforme o desempenho de cada trabalhador; conceito de homem econômico, cujo trabalhador é motivado somente pelo dinheiro e a recompensa financeira é suficiente para sua satisfação e consequente produção eficiente; condições de trabalho que garantam o bem-estar físico e psicológico do trabalhador para que alcance o máximo de sua eficiência; padronização de métodos e ferramentas para minimizar a variabilidade na produção, evitando o desperdício; e a supervisão especializada em uma área específica,
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