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Adolescência

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Por:   •  12/9/2014  •  Seminário  •  1.298 Palavras (6 Páginas)  •  241 Visualizações

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Ao discutirmos sobre um assunto, a melhor coisa, para começar, é saber do que estamos falando. O que é adolescência? Usamos cotidianamente o termo, temos opiniões e conhecimentos passados por outros, mas realmente o que quer dizer? Que noções precisamos ter, pra formar o nosso próprio entendimento?

De forma bastante simples e objetiva a adolescência é descrita como a fase de transição entre a infância e a fase adulta. Eloisa Grosman, coordenadora do NESSA/UFRJ define como “zona de turbulência e contestação, construindo-se em uma linha de fraturas e erupções vulcânicas no seio das famílias”.

As teorias relativas às áreas médicas e psíquicas dispõem sobre um conjunto de mudanças que ocorrem nessa fase a exemplo do crescimento, mudança de voz, surgimento de pelos, primeira menstruação, variações hormonais que vão representar de forma bem característica aspectos físicos que não são mais relativos a infância, porém também não são considerados adultos, caracterizando bem essa fase de transição.

Vale registrar que apesar de alguns estudiosos determinarem uma fase própria para esse estágio que varia dos 12 aos 21 anos, hoje, não se considera tal assertiva como consenso, devido às análises que evidenciam comportamentos adolescentes antes e depois dessa idade determinada, fato que irá ter íntima relação com a produção psíquica do sujeito, embasada nos aspectos culturais e sociais do tempo e do espaço em que se vive.

Se pensamos nos adolescentes dos anos 50,60,70 e nos adolescentes do século XXI vamos perceber que as mudanças orgânicas e hormonais serão praticamente as mesmas, variando em alguns casos em função da alimentação, vida sedentária, exercícios físicos, hábitos e vícios como cigarro e a bebida, dos pais e do próprio adolescente, que a depender da época, irão influenciar mais ou menos na saúde e do bem estar relacionados a maturação física do indivíduo.

Porém, se pensamos nos aspectos culturais e sociais nessas distintas fases, vamos perceber que os estereótipos que rotulam como fase de crise, introspecção, descoberta, conflitos, desobediência e transgressão permanecem, mas, como os contextos são diversos, as interpretações também serão. Se fizermos uma retrospectiva histórica superficial lembrando os anos 50, nos vem o rótulo dos anos dourados, se pensarmos na década de 60, o rótulo é dos anos rebeldes, se falarmos da década de 70, a relação se da com o surgimento das discotecas. Entretanto, uma serie de circunstancias acompanham os rótulos e fazem parte dos contextos que só o rótulo não da conta. Aspectos ligados a economia, a política, ao poder, a religião e ao direito que irão determinar a condução e o comportamento das pessoas em determinado tempo e lugar. Tais definições irão caracterizar o que é certo, o que eivado de princípios, o que é legítimo, o que é idôneo, o que pode e o que não pode o que é permitido ou não.

Uma estrutura em formação, melhor dizendo, em transição, que é a maior característica dos adolescentes, vai perceber as modificações corporais, vai sofrer com elas, vai oscilar querendo ao mesmo tempo ser criança e experimentar as ofertas da idade adulta e toda independência que cerca a maioridade... aí está o perigo, pois apesar do desejo lhe faltam as características da maturidade e na maioria das vezes da responsabilidade consigo e com o mundo. É o momento em que tudo é superfaturado e os “nãos” dados pelos pais e pela vida se tornam verdadeiras catástrofes, mas, que rapidamente passam.

Se em cada década apresentam-se contextos diferenciados, nas características adolescentes o funcionamento irá proceder da seguinte forma: quero ser igual a todos os outros, mas tenho que ser diferente de tudo. Como entender tanta incoerência? Se pensarmos nos anos dourados, vamos ver adolescentes sendo criadas para o casamento cedo, para fazer o curso normal, de preferência o magistério e os garotos aspirantes a um concurso público era o sonho de muitos pais. Um modelo de roupa mais composta, um estilo musical mais lento e romântico davam o tom da década. Ser exatamente assim era o que todos queriam, mas, chamar atenção, mostrar mais liberdade do que se tinha era uma demonstração do “não estou de acordo com as regras” e isso me caracteriza como diferente e esse diferencial é legal. Todos queriam estar na mesma sintonia, e ao mesmo tempo provar ou ousar situações proibidas.

Os anos 60 protagonizaram anos de características comportamentais mais rebeldes, trilha sonora mais “embalada”, trajes mais liberais e uma característica contra cultural mais explicita, onde o adolescente e o jovem tinham que ser do contra para poder estar...é a fase do proibido proibir de Caetano Veloso e aí o adolescente se torna mais reivindicador e portanto mais contrario ao que esta estabelecido. Ainda segundo Grossnam

Os anos 60 inauguram um novo estilo de mobilização e contestação social... Aos poucos

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