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Alteridade; Relativismo Cultural

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Por:   •  5/9/2013  •  1.024 Palavras (5 Páginas)  •  6.846 Visualizações

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Alteridade | Relativismo Cultural

Alteridade é a concepção que parte do pressuposto básico de que todo homem social interage e interdepende do outro. Especificamente na Antropologia teve uma grande importância, pois a Antropologia da época (século XIX) era predominantemente Evolucionista. Neste contexto surge o Etnocentrismo, que depois será “derrubado” ideologicamente pelo Relativismo Cultural, com sua característica principal, a Alteridade.

Denomina-se Relativismo Cultural a ideologia político-social que defende a validade de todos os sistemas culturais, não considerando nenhum superior aos demais. Acredita-se que todos os elementos culturais, como padrões e valores, são convenientes às sociedades onde são vigentes. Essa corrente defende que não devemos observar as demais culturas baseando-nos nos conceitos ocidentais de ética e moral. Para o Relativismo Cultural as designações de “certo” e “errado” são variáveis em cada cultura, pois são decorrentes das experiências de cada sociedade.

Enquanto o Etnocentrismo é um preconceito, e suas derivações doutrinárias (racismo, evolucionismo cultural, etc...) são ideologias – consciência falsa e falta ciência – o Relativismo Cultural pertence à esfera da ciência.

Surgiu depois que a Antropologia adotou como método a observação participante, isto é, produzir conceitos, construir modelos que dessem conta das diversidades das sociedades e culturas. Cada época tem suas “revoluções científicas”, deslocando a problemática e exigindo nova metodologia que corresponda aos objetos novos que a teoria define.

Relativismo Cultural é, também, teoria: instrumento de análise e meio de produção de conhecimentos que, aplicando-se a outros (etnográficos, históricos, etnológicos) produz novos conceitos, fazendo avançar a ciência tornando inteligível a totalidade do real.

A noção de Relativismo Cultural abrange três significados:

• Todo e qualquer elemento de uma cultura é relativo aos elementos que a compõem, só tem sentido em função do conjunto; que sua validade depende do contexto em que está inserido, de sua posição em meio a outros níveis e conteúdos da cultura de que faz parte.

• As culturas são relativas; não há elemento que tenha caráter absoluto, que seja em si e por si a perfeição. Será certa e boa para a sociedade que a vivencia e à medida que nela se realiza e que a exprime.

• As culturas são equivalentes, portanto não se pode fazer uma escala nem julgá-las como “melhor” e “pior”. O Relativismo não é só uma suspensão de juízo, devido a não se encontrar critério decisivo para classificar as culturas; é mais que isso: afirma positivamente que uma cultura é tão válida como outra qualquer, por ser uma experiência diversa que o ser social faz de sua humanidade. As culturas são variantes, alternativas.

Consequências e repercussões do Relativismo Cultural:

Como se pode prever, suas consequências são diametralmente opostas às do Etnocentrismo e suas repercussões são múltiplas.

• Respeito sincero pela cultura e sociedade dos outros povos. Não só está longe de tomar os costumes alheios como bizarros e grotescos, mas os considerar comportamentos tão dignos como outros quaisquer e vê-los como interessantes e capazes de nos ensinar algo de novo sobre o homem e a sociedade.

• Um cuidado extremo coma objetividade. Cada traço cultural deve ser estudado no contexto da cultura a que pertence e não em referência à do observador. Para isso, tenta-se imergir na cultura diferente para captar o sentido que a organiza. Nossa própria terminologia deve ser abandonada, por exemplo, nas relações parentesco e em outros campos. Xamã não é o mesmo que Feiticeiro, Exu não é Diabo, Tupã não é Deus, Totem e Tabu não tem tradução.

• Recusa de interferir e modificar costumes e tradições de um povo. Não tem sentido querer ensinar a uma tribo a “ser gente”; trata-se de aprender com eles – tal como se aprende um novo idioma – o léxico e sintaxe de sua cultura, descobrir os valores nas belezas dos ritos, nas nuanças da língua, na narrativa dos mitos,

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