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Antoine Garapon

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Por:   •  7/11/2013  •  434 Palavras (2 Páginas)  •  408 Visualizações

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Ao escrever sobre o espaço judiciário, Antoine Garapon envolve os leitores em uma análise do ritual judiciário e para isso ele se utiliza de diversos elementos, falando sobre a história do simbolismo que envolve o fenômeno jurídico, importante constituinte e indicador do ritual, e talvez sua característica mais observável. O simbólico permite observar a subjetividade humana e a importância do símbolo para possibilitar, de certa forma, uma manutenção de poder. O símbolo é assim fundamental para reconstituir a cadeia de associações que nutrem e mantém o poder, atuando pela sua força histórica e de memorização. O autor mostra também as principais vertentes das quais são retiradas a simbologia do judiciário, destacando a natureza (cosmológica), o cristianismo e o laicismo.

Detém-se também a análise do teatro e da encenação, mostrando a relação de interdependência com o direito: sem o teatro a justiça não se concretiza e sem o fenômeno jurídico não existe teatralização, que é por si, ritual. Essa relação de interdependência ocorre graças à força de poder do ritual e do símbolo.

“A separação do resto do mundo” funda o templo, já diz a origem do termo que sugere a ideia de corte, separação e superioridade. Considerando a influência simbólica do cristianismo, a montanha sagrada bíblica (e presente também em outras religiões) dá origem à ideia de templo como um altar, além do gabinete dos juízes como um ponto superior central e culminante representando o ponto mais próximo da divindade e também a centralidade física do templo nas cidades, usando como exemplo o palácio de justiça de Paris.

Na análise histórica da recente apropriação de um capital simbólico próprio, funda-se o templo como ele é hoje, quando vai perdendo a influência do poder religioso, deixando os palácios de serem figurativos, tornando-se mais abstratos, fundando a imparcialidade na sua impessoalidade. Produzindo, assim, o templo de justiça, o que ele chama de três experiências fundamentais: o espaço separado, o lugar sagrado e o percurso de iniciação.

O que ocorre em verdade é um sistema de correspondências simbólicas tanto referentes à arquitetura e posicionamento do templo, à ordem dos atores do processo, indicando quando cada um vai entrar em cena e seus posicionamentos dentro do espaço do tribunal, bem como a iniciação da “encenação” e por fim toda a associação emocional trazida por esse contexto de influencia dos símbolos. A diferença se faz no contexto histórico em que esse conjunto de fatores é analisado: em um tempo onde a referência da religião era incontestável e sua influência era maior, tal relação de correspondência atingia as emoções dos envolvidos de maneira bastante diferente da que ocorre em nossos tribunais atuais.

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