Antropologia

1- Por que não podemos partir de afirmações que apresentam certas características humanas como sendo determinadas pela condição biológica ou geográfica?

As diferenças entre os homens não podem ser explicadas em termos das limitações que lhes são impostas pelo seu aparato biológico ou pelo meio ambiente.

Os antropólogos estão convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais, que não existe correlação entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais. Uma criança pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação conveniente de aprendizado.

O comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de uni processo que chamamos de endoculturação.

Também não é possível admitir a idéia do determinismo geográfico, ou seja “ação mecânica das forças naturais sobre uma humanidade puramente receptiva” pois a “cultura age seletivamente”, explorando determinadas possibilidades e limites ao desenvolvimento, onde as forças decisivas estão na própria cultura e na história da cultura.

O ser humano vai se construindo na sua relação com as coisas e o outro num constante aprendizado.

2- De onde surgiu o conceito cultura?

Surgiu do termo germânico Kultur que simbolizava os aspectos espirituais e a palavra francesa Civilization referia-se as realizações materiais de um povo. Esses termos foram sintetizados por Tylor no vocábulo inglês Culture “tomado em seu amplo sentido etnográfico que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”. Com esta definição Tylor abrangia em uma só palavra todas as possibilidades de realização humana.

3- A partir de que momento na História da humanidade o homem começou a se tornar um ser cultural?

Uma resposta simplificada seria que o homem adquiriu, ou melhor, produziu cultura a partir do momento em que seu cérebro, modificado pelo processo evolutivo dos primatas, foi capaz de assim proceder.

Segundo antropólogos, como Richard Leakey, Roger Lewin, David Pilbean e Kenneth P. Oakley, tal evolução se deu através da vida arborícola que instigou os seres a terem a sua percepção alterada de acordo com as suas necessidades de sobrevivência, fazendo com que se adaptassem ao meio em que viviam. Tais adaptações como o aumento do campo de visão ao ficar ereto, descoberta da sensibilidade tátil que atribuiu significados aos objetos, até então, sem utilidade fizeram com que sua capacidade cerebral se tornasse mais complexa e evoluída permitindo o desenvolvimento da inteligência humana e início da cultura.

A partir do momento em que o primata torna-se homem, começam a surgir teorias contemporâneas, como a de Claude Lévi-Strauss, que considera que o surgimento da cultura se deu com a criação da 1º regra: a proibição do incesto. Neste momento, o homem começa a distinguir o certo do errado, ditando comportamentos e construindo símbolos. Para Leslie White toda cultura depende de símbolos e para interpretá-los é necessário conhecer