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Antropologia Everaldo

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Por:   •  22/2/2014  •  520 Palavras (3 Páginas)  •  375 Visualizações

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O livro “O que é Etnocentrismo” de Everaldo Rocha é de fácil leitura e sem muitos prolongamento. O autor desde o início da obra vai direto ao tema trazendo logo nas primeiras linhas o significado da palavra “etnocentrismo” definido por ele como a “visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência” (Pag5).

A cultura do etnocentrismo é aquela que você considera a certa, o conjunto de hábitos, valores éticos e morais, pensamentos, vestimentas, crenças e atitudes que perante a sua sociedade ou comunidade são comuns, verdadeiros e únicos, porém frente a outras sociedades podem não serem representados da mesma forma. Assim, vemos que não há uma única cultura etnocêntrica e sim muitas, derivadas dos vários tipos de povos que habitam a Terra.

Trazendo como um exemplo simples e que facilmente pode ser entendido pelo leitor o autor conta a história de um pastor que veio ao Brasil catequizar índios da tribo Xingú. Que ao dar, depois de muita insistência e a contragosto seu relógio digital moderno para um índio, viu o objeto sendo usado em um adorno sem desempenhar suas funções. Esse pastor ironiza a utilização do relógio pelo índio e meses mais tarde vê em seu escritório a mesma situação os presentes dados pelos índios a ele estavam sendo usados como objetos decoração.

As atitudes do índio e do pastor trazem à tona o choque entre as culturas, mostrando que o uso dos objetos comuns a uns podem perder seu significado e função em outros lugares. Podemos ver diferenças entre culturas até mesmo dentro do próprio Brasil onde um turista gaúcho em território baiano compra um berimbau para enfeitar sua casa e um turista baiano em solo gaúcho compra uma cuia para levar de recordação.

A diferença entre as culturas nos exemplos acima acontecem de forma cordial, entretanto para alguns podem ser vistas de forma ameaçadoras e hostis ferindo as identidades culturais das tribos, assim esse choque entre cultura muitas vezes se tornam atos de violência e crueldade dentro da aceitação do outro. A própria colonização do Brasil demonstra um ato de não aceitação de uma cultura, e a imposição de novas crenças, valores e atitudes dos europeus aos índios que eram vistos como um povos primitivos diante da estirpe espanhola e portuguesa.

O autor cita muitas vezes os estereótipos criados para trazerem conforto e aceitação de uma cultura, o índio empregado em vários momento da história do Brasil em diferentes papeis, o papel da mulher em cada sociedade, as vestimentas utilizadas, a linguagem e gíria empregadas que variam a cada tribo.

Uma das grandes oposições ao etnocentrismo é a relativização, explicado por ele com a seguinte passagem “Quando vemos que as verdades da vida são menos uma questão de essência das coisas e mais uma questão de posição: estamos relativizando” (Pag10). Relativizar é compreender os outros em sua própria cultura, é aceitar que existe diferentes padrões de pensamentos e atitudes, e que a situações vivenciadas muitas vezes definem o comportamento humano.

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