Análise Da Política Econômica E Do Comportamento Da Economia Brasileira Durante O Período 1929/1939 (Fichamento)
Monografias: Análise Da Política Econômica E Do Comportamento Da Economia Brasileira Durante O Período 1929/1939 (Fichamento). Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: bgaleano • 29/10/2014 • 3.058 Palavras (13 Páginas) • 525 Visualizações
Análise da Política Econômica e do Comportamento da Economia Brasileira durante o Período 1929/1939
Simão Silber
• A- Intrudução
• Elementos importantes para a explicação do comportamento da economia brasileira e da industrialização antes do início da II Guerra Mundial.
1- A Política de defesa do setor cafeeiro; e
2- A Política monetária, fiscal e cambial do governo.
• Autor cita Peláez: “... insucesso do Brasil, em matéria de crescimento e desenvolvimento antes de 1945, foi um insucesso na industrialização. Uma explicação da existência do atraso no Brasil, em 1945, deve, portanto, explicar as causas do atraso”.
• Continuando o raciocínio de Peláez, existem dois fatores responsáveis pelo atraso industrial brasileiro:
Fator I: Proteção do Setor do café, em relação as demais atividades; “ ... a manutenção do preço mínimo para o café por um período de 30 anos, distorceu as lucratividades relativas na economia brasileira, destruiu a vantagem comparativa do Brasil na produção de café e , com isso, impediu a utilização ótima dos recursos e da diversificação da economia com a industrialização e a evolução dos serviços”.
Fator II: Políticas monetária, cambial e fiscal e bases institucionais contrárias à industrialização. (Inadequação causada pelo apoio avassalador dado às políticas de uma escola de pensamento aqui definida como a escola da ortodoxia monetária”.
• A Ortodoxia econômica é definida como a implementação de três políticas que são desejáveis sob quaisquer condições econômicas: equilíbrio orçamentário, austeridade monetária e altas taxas de câmbio. A moeda deveria ser facilmente conversível em ouro.” O bem-estar econômico de um país depende em grande parte de grandes excedentes comerciais, pronta amortização das dívidas externas, moeda conversível e taxas de câmbio valorizadas”.
B- Período de 1919/1929
1. A Política de Defesa do Setor Cafeeiro, Política Cambial e a Industrialização.
• Setor cafeeiro, responsável direta e indiretamente, por parcelas significativas da renda gerada no país.
-
• Déc. 20, a participação do setor cafeeiro na economia brasileira é extremamente elevada. A participação das exportações de café no total exportado cresceu rapidamente de 56% em 1919, para 75,4% em 1924,permanecendo em torno de 70% até o final da década de 20.
• Para o início da década, as receitas das exportações como fração do PNB cresceram de 5,7% em 1920 para 12,5% em 1924, declinando até um mínimo de 9,6% em 1929.
• O sistema econômico brasileiro dependia basicamente do setor cafeeiro (comércio, transporte, sistema bancário, etc), pode-se daí inferir que o fator básico condicionante das atividades econômicas internas seria a receita de exportações deste produto.
• De fato, ao longo da déc. De 20, em função do pleno sucesso da política de valorização do café, a receita de exportação do produto cresceu a níveis extremamente elevados: de 2.187,7 mil contos de réis em 1919 para 3.860,5 mil conto de réis em 1929.
• Com isso, pode-se dizer que o período de 1919/1929 foi extremamente favorável ao setor cafeeiro (particularmente o período de 1919/1924 quando o preço do café cresceu significativamente) .
• Sobre os gráficos 3, 4, 5, e 6, pode-se verificar que, para a década dos 20, a política de valorização do café, através do controle da oferta interna do produto, surtiu efeitos favoráveis: o preço externo do produto e o preço interno, em termos reais, sobem violentamente entre os anos de 1921 e 1925, permanecendo em níveis elevados até o início da crise de 29.
• Com uma tendência idêntica ao preço externo do café, temos o comportamento das relações de troca, ou seja, há uma variação de preços relativos favorecendo o setor exportador brasileiro, principalmente o cafeeiro. Pg 3 .
• O comportamento da taxa de câmbio, durante o primeiro período da análise,apresenta duas tendências bem distintas: a primeira de 1919 a 1923, caracterizada por uma grande desvalorização externa do mil réis, e outra de 1923 a 1929, onde temos uma relativa estabilidade da taxa de câmbio.
• O que os dados indicam é que a taxa cambial é um elemento importante para a proteção do setor cafeeiro, não devendo sua estabilidade durante o período 1923 a 1929, ser interpretada como um resultado de uma política cambial “ortodoxa” como definiu Peláez, mas sim como um elemento associado com uma política de valorização do café bem sucedida.
• Desde 1906, com o Convênio de Taubaté, cafeicultores propõem a criação de uma “Caixa de Conversão”, com a finalidade de estabilizar o câmbio e possibilitar que os aumentos de preços externos também se convertam em aumento de preços em moeda nacional.
• Problema aparece quando os preços externos do produto se reduzem, pois nestas condições, uma taxa de câmbio estável implicaria diminuições de rentabilidade concentradas no setor cafeeiro fazendo com que a ortodoxia cambial dificilmente pudesse prevalecer, uma vez que afetaria de maneira negativa o setor cafeeiro e as demais atividades a eles assoiados.
• Com isso, a Estabilidade cambial é incompatível com condições adversas de comércio exterior.
• No gráfico, pode-se verificar que existe um crescimento industrial inicial associado a desvalorização cambial (até 1923), porém a partir desta data,em função da Política de Defesa do Café e da relativa estabilidade da taxa de câmbio, a produção industrial não alcançará mais durante a década de 20 os níveis de produção de 1923.
2. Política Fiscal e Monetária
• Durante o início da década (1919/1922), o déficit do governo se mantém em níveis elevados chegando a representar 24,6% do dispêndio global do governo em 1922. Para os demais anos, tal participação apresenta
...