Análise de um comportamento atual de um setor oligopolista da economia brasileira: bebidas
Por: larissa100laka • 12/12/2017 • Trabalho acadêmico • 1.144 Palavras (5 Páginas) • 366 Visualizações
Universidade Federal de São Carlos[pic 1]
Microeconomia
Prof. Dr. Luiz Fernando de Oriani e Paulillo
Trabalho sobre análise de um comportamento atual de um setor oligopolista da economia brasileira: bebidas.
Larissa Oliveira – 727499
Rebeca Simonelli Caetano - 744554
INTRODUÇÃO
Devido a magnitude do setor de bebidas brasileiro, este foi selecionado como tema desta pesquisa, para que seja realizado uma análise a nível microeconômico.
Serão analisados dados disponibilizados pela ABIA (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação), IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre outras fontes de informação, frente ao que foi apresentado em sala de aula e a literatura, sobre barreiras à entrada.
A escolha do setor de bebidas, foi em virtude do volume elevado nas vendas e o agrupamento das empresas formando grandes conglomerados, acarretando um maior controle de mercado, o principal ponto que será melhor apresentado e discutido a seguir.
ANÁLISE DO SETOR DE BEBIDAS
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA), a indústria de alimentação apresentou em 2016 um faturamento liquido de 614,3 bilhões de reais, resultando em uma participação no PIB de 10,1%. Deste faturamento, o setor de bebidas colaborou com 117 bilhões de reais em 2016. Na tabela 01 é possível notar a evolução do faturamento do setor, entre o período de 2010 e 2016, frente ao aumento do faturamento da indústria alimentícia. É interessante observar que dentro do período (2010 – 2016) o setor de bebidas sempre foi uma fatia significativa do faturamento da indústria alimentícia.
Tabela 01 – Faturamento anual da indústria alimentícia e do setor de bebidas | |||||||
Indústria da Alimentação (Produtos Alimentares + Bebidas) | |||||||
2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | |
Faturamento (líquido de impostos indiretos) (R$ BI) | 330,6 | 383,3 | 431,8 | 484,7 | 529,9 | 562,0 | 614,3 |
Aumento em relação ao período anterior (%) | - | 15,94 | 12,65 | 12,25 | 9,32 | 6,05 | 9,30 |
Participação no PIB (%) | 8,5 | 8,8 | 9,0 | 9,1 | 9,3 | 9,5 | 10,1 |
Setor de bebidas | |||||||
Faturamento (líquido de impostos indiretos) (R$ BI) | 56,0 | 66,8 | 78,0 | 90,1 | 101,2 | 109,1 | 117,0 |
Aumento em relação ao período anterior (%) | - | 19,28 | 16,77 | 15,52 | 12,32 | 7,81 | 7,24 |
Fonte: ABIA.
Apesar da forte participação do setor de bebidas, este apresenta elevada concentração, e acirrada rivalidade entre os fabricantes. Isso é consequência das altas quantidades de barreiras à entrada de novos competidores, e também devido às características das cadeias produtivas dos produtos mais importantes, que demandam grandes escalas nas operações a fim de obter custos competitivos e explorar oportunidades de economias de escopo.
Como é possível visualizar no gráfico 02, há uma forte concentração entre os produtores brasileiros de cerveja e refrigerante. No primeiro caso, quatro empresas correspondem a 98% do volume total de cervejas produzidas no país; no segundo caso, duas empresas correspondem a 78% do total produzido de refrigerantes.
Gráfico 02 - Market share dos produtores brasileiros de cerveja e refrigerante em 2013, segundo o volume produzido.
[pic 2][pic 3]
Fonte: Ambev.
Esse cenário é característico em mercados onde há fortes barreiras à entrada de novos competidores.
Visto que a competição entre os principais concorrentes se dá através de atributos subjetivos relacionados a preferência, a marca é determinante. Assim, há grandes investimentos em publicidade entre as empresas já existentes no mercado, em busca de sempre manter seu consumidor informado sobre o produto, desde mudanças na embalagem até novas receitas da bebida em questão, criando então barreiras à entrada de possíveis concorrentes potenciais.
Outra forte barreira à entrada está relacionada a vantagem absoluta de custos, isto ocorre principalmente em virtude aos acessos a canais de distribuição que as empresas estabelecidas possuem. Empresas que atuam no mercado a mais tempo, têm uma rede de fornecedores bem definida, o que irá lhes garantir melhores condições de permanência no mercado, garantias de recebimento de matéria-prima além da certeza de que seu produto estará à venda e será vendido no estabelecimento em que seus canais de distribuição atingirem, podendo atender a uma crescente demanda de clientes.
Essas duas barreiras quando em sinergia, são grandes problemas para entrantes potenciais, visto que, o crescente número de consumidores que sabem sobre o produto, e da maior presença deste no cotidiano dos clientes, em virtude do fácil acesso e confiança ao produto, mais difícil se torna a entrada de empresas no setor. Seria um verdadeiro desafio para a entrante! Ela provavelmente arcaria com um investimento muito alto de início (principalmente com publicidade), sem garantias de retornos satisfatórios e lucrativos. Ou seja, sua entrada não é proibida de acontecer, muito pelo contrário, o mais fácil dentro os desafios que pode encontrar é o de apenas entrar no mercado, o desafio está em se desenvolver e se estruturar.
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