Análise Do Filme Falcão Meninos Do Tráfico

Falcão Meninos do Tráfico

O documentário nos dá a nítida impressão que se trata de algum lugar longe de qualquer área politizada ou civilizada. O que nos remete a uma sensação de anomia total.

Os traficantes impõem na comunidade a lei da gratidão, onde o cidadão sente-se grato pelo simples fato de não serem molestados por esses mesmos bandidos, além disso, em troca dessa “paz” o cidadão comum se vê obrigado a camuflar esses delinquentes quando a polícia invade o morro e, em hipótese alguma, delatar esses delinquentes, e para garantir essa parceria, os traficantes atingem o cidadão no seu ponto mais vulnerável, que é o bolso, comprando um gás quando este falta, ou um pão para os mais carentes, enfim paliando a injustiça social que o Estado deveria reduzir.

A saga desses meninos começa ainda bem cedo quando eles nascem, pois os que têm o privilégio de conhecer o pai não contam com este por muito tempo, pois a violência se ocupa de tirá-lo das suas vidas precocemente, o que leva a maioria dessas crianças a crescerem tentando suprir essa ausência paterna, não por carência, mas sim pela proteção e amparo às suas mães, outros cultivam dentro de si um ódio sem precedentes pelo Estado na figura da polícia porque para essas crianças, a polícia é a responsável pelas mortes dos seus pais e em nada ajudam a comunidade, só sabem tirar proveito do povo humilde da favela e dos barões do tráfico, agredindo os moradores e aceitando suborno “arrego” dos traficantes.

Notamos que a maioria desses meninos imagina que quando atingirem os 18 anos, coisa que poucos conseguem, eles conseguirão um emprego e poderão sair do tráfico de drogas para tocarem suas vidas decentemente, porém esses jovens atingem a maioridade maculados pela má formação social, eles não têm preparo intelectual para conseguir um bom emprego, isso quando não são perseguidos por policiais que só aguardam que esses meninos completem a maioridade para “cobrarem sua dívidas”.

A deficiência de socialização nos morros está presente até mesmo nas brincadeiras das crianças da favela, que retratam exatamente o que vivenciam no dia a dia.

A ausência do estado é tão flagrante que no morro os traficantes têm um tribunal próprio para julgar e executar os que desobedecem a lei do tráfico.

CURSO: BACHARELADO EM DIREITO – 6º SEMESTRE

MATÉRIA: CRIMINOLOGIA

PROFESSOR: CRISTIANO PEDREIRA

ALUNO: DARTHAGNAN JUNIOR