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Aprendendo A Pensar Com A Sociologia

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Por:   •  24/8/2014  •  2.192 Palavras (9 Páginas)  •  658 Visualizações

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BAUMAN, Zygmunt; MAY, Tim. Aprendendo a pensar com a sociologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, ed. 10, 2010. Introdução p.11 a 30.

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“... a ideia de aprender a pensar sociologicamente e sua importância no entendimento de nós mesmos, uns dos outros e dos ambientes sociais em que vivemos...a sociologia uma prática disciplinada, dotada de um conjunto próprio de questões com as quais aborda o estudo da sociedade e das relações sociais.” (P.11)

“A sociologia engloba um conjunto de disciplinado de práticas, mas também representa considerável corpo de conhecimento acumulado ao longo da história...”(p.11)

“..., nesse sentido, e um espaço de atividade contínua que compara o aprendizado com novas experiências e amplia o conhecimento, mudando, nesse processo, a forma e o conteúdo da própria disciplina.” ( p.12)

“Esse processo, contudo, não nos possibilita conhecer o objeto em si. Temos então de acrescentar algumas perguntas, por exemplo: de que maneira esse objeto é peculiar? De que forma ele se diferencia de outros, para que se justifique o fato de podermos a ele nos referir por um nome diferente?” (p.12)

“Satisfaz-nos o fato de a palavra “sociologia” representar certo corpo de conhecimentos e certas práticas que utilizam esse conhecimento acumulado. Entretanto, o que faz esses conteúdos e essas práticas serem exatamente “sociológicos”? O que os torna diferentes de outros corpos de conhecimento e de outras disciplinas que têm seus próprios procedimentos?” (p.12)

“Somos tentados a oferecer uma resposta simples para essas questões: divisões entre corpos de conhecimento devem refletir as divisões em seu universo de investigação. São as ações humanas (ou os aspectos dessas ações) que diferem umas das outras, e as divisões entre os diferentes corpos de conhecimento simplesmente levam em conta esse fato. Assim, a história diz respeito às ações que têm lugar no passado, enquanto a sociologia se concentra nas ações atuais. De modo similar, a antropologia trata de sociedades humanas em estágios de desenvolvimento diferentes daquele em que se encontra a nossa (independentemente da maneira como isso seja definido).” (p.13)

“Então, de onde tiramos a ideia de que as ações humanas podem ser divididas em categorias? Seria do fato de que elas têm sido assim classificadas, e a cada uma tem se atribuído nome específico? Ou do fato de que há grupos de especialistas com credibilidade, considerados conhecedores e confiáveis, que clamam direitos exclusivos para estudar determinados aspectos da sociedade e nos suprir com opiniões fundamentadas? Do ponto de vista de nossas experiências, contudo, faz sentido repartir a sociedade entre economia, ciência política ou políticas públicas? Afinal, não vivemos um momento sob o domínio da ciência política e o seguinte sob o da economia; nem nos deslocamos da sociologia para a antropologia quando viajamos da Inglaterra para alguma região, digamos, da América do Sul; ou da história para a sociologia de um ano para outro!” (p.14)

“Trata-se de um modelo construído com os blocos derivados das relações entre linguagem e experiência. Desse modo, não há divisão natural do mundo humano que se reflita em diferentes disciplinas acadêmicas. O que há, pelo contrário, é uma divisão de trabalho entre os estudiosos que se debruçam sobre as ações humanas, e isso é reforçado pela mútua distinção dos respectivos especialistas, com os direitos exclusivos de cada grupo quanto à decisão do que pertence e do que não pertence a suas áreas específicas...” (p.15)

“As preocupações da economia e da ciência política não são de maneira alguma estranhas à sociologia, o que logo se evidencia em trabalhos sociológicos escritos por estudiosos que se podem identificar como historiadores, cientistas políticos, antropólogos ou geógrafos. A sociologia, aliás, como outros ramos das ciências sociais, possui sua própria perspectiva cognitiva que estabelece questões a lançar acerca das ações humanas, assim como seus próprios princípios de interpretação. Desse ponto de vista, podemos dizer que a sociologia se distingue por observar as ações humanas como elementos de figurações mais amplas; ou seja, de uma montagem não aleatória de atores reunidos em rede de dependência mútua (dependência considerada o estado no qual a probabilidade de que a ação seja empreendida e as chances de seu sucesso se alterem em função do que sejam os atores, do que façam ou possam fazer).” (p.16)

“Os sociólogos perguntam que consequências isso tem para os atores humanos, as relações nas quais ingressamos e as sociedades das quais somos parte. Em resposta, formatam o objeto da investigação sociológica. Assim, figurações, redes de dependência mútua, condicionamentos recíprocos da ação e expansão ou confinamento da liberdade dos atores estão entre as mais preeminentes preocupações da sociologia...” (p.17)

A sociologia é um senso comum

“Aprender a pensar sociologicamente é uma atividade que se distingue também por sua relação com o chamado “senso comum”. Talvez mais ainda que em outras áreas de estudo, a relação com o senso comum é, na sociologia, conformada por questões importantes para sua permanência e sua prática...” (p.18)

“[...] A produção de conhecimento científico contém fatores sociais que informam e conformam suas práticas, enquanto as descobertas científicas podem ter implicações sociais, políticas e econômicas a respeito das quais, em qualquer sociedade democrática, a última palavra não será dos cientistas. Em outras palavras, não podemos separar tão facilmente o sentido da pesquisa científica dos fins a que ela pode ser aplicada, nem separar a razão prática da própria ciência. Afinal, a maneira como a pesquisa é financiada, e por quem, pode, em algumas instâncias, ser determinante para seus resultados.” (p.18)

“Preocupações públicas recentes com a qualidade do alimento que consumimos, o ambiente em que vivemos o papel da engenharia genética e o patenteamento de informação sobre os genes de populações por parte de grandes corporações representam apenas uma pequena parcela da gama de questões que a ciência não pode regular sozinha – uma vez que está diante da justificação do conhecimento, mas também de suas aplicações e implicações nas vidas que ele conduz. Esses assuntos dizem respeito a nossas experiências e suas relações com práticas cotidianas, ao controle que temos sobre nossa vida e à direção em que nossas sociedades se orientam.” (p.19)

“Esses temas fornecem a matéria-prima

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