As relações sociais no século XX
Artigo: As relações sociais no século XX. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tornados • 25/2/2015 • Artigo • 452 Palavras (2 Páginas) • 200 Visualizações
As relações sociais no século XX
A marginalização imposta a muitos grupos de imigrantes estimulou o surgimento dos primeiros movimentos de contestação operária no Brasil, especialmente liderados por italianos e espanhóis.
Entretanto, os negros foram os que mais sofreram discriminação, até nas suas mais elementares manifestações culturais. O samba, hoje importante produto de exportação nacional, era visto como "coisa de malandro"; a capoeira, objeto de repressão policial. Até nos esportes, em virtude da imagem que o "país em branqueamento" queria apresentar lá fora, o negro foi preterido: em 1919, o presidente Epitácio Pessoa proibiu a atuação de negros na seleção brasileira de futebol!
O Brasil, país miscigenado, passou a adotar um discurso arianista. Na década de 30, a Ação Integralista, variante brasileira do fascismo, difundia ideias antissemitas e combatia os chamados "quistos culturais" provocados por colônias de imigrantes.
No Estado Novo (1937-1945), por razões eugênicas, Getúlio Vargas estipulou a obrigatoriedade da Educação Física e da difusão de ideias de higiene, criando aqui uma cópia mais branda das teorias raciais do fascismo europeu.
Uma segregação racial explícita não existia, mas ocorria uma exclusão sutil e insidiosa pautada por critérios socioeconômicos.
As relações raciais hoje
O fim da Segunda Guerra Mundial e, notadamente, o avanço nos anos 60 e 70 dos movimentos pelos direitos civis nos EUA, fizeram evoluir as condições dos negros quanto à obtenção da cidadania. A Corte Suprema norte-americana tipificou a segregação racial como crime federal.
Este progresso que o movimento negro americano conheceu contribuiu para o desenvolvimento de relações igualitárias, em termos étnicos, em toda a América. Embora tenhamos ainda, no Brasil, uma parcela significativa de pobres e excluídos de origem negra, como consequência de um processo histórico, há um aumento recente e representativo da classe média negra em nosso país, fruto da atuação de diversos grupos em defesa desses direitos.
Essa condição, somada a uma participação cada vez mais crescente da sociedade brasileira em questões que antes eram um verdadeiro mito, dão a perspectiva de um crescimento cultural do país no debate direto sobre a discriminação, qualquer que seja, dirigida a grupos étnicos ou às minorias.
Inegavelmente, o mito brasileiro de "democracia racial" dificulta uma atitude mais resoluta dos movimentos em defesa dos direitos civis daqueles que são discriminados.
Na verdade, os preconceitos velados que observamos em nosso meio decorrem de uma questão socioeconômica que caracteriza a nossa história, em que a exclusão social fica marcada pela condição étnica ou pela origem regional das pessoas.
A legislação brasileira, embora muitas vezes não aplicada com eficácia, tem uma tradição de combater o racismo. A lei Afonso Arinos já punia a discriminação racial e a Constituição de 1988 configura o racismo como crime inafiançável. Apesar dos problemas raciais que ainda conhecemos, o Brasil é, sem dúvida,
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