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As sociedades e as crises

Por:   •  1/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.545 Palavras (7 Páginas)  •  164 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

DEPARTAMENDO DE ECONOMIA

CURSO: ENGENHARIA QUÍMICA

DISCIPLINA: ECONOMIA INDUSTRIAL

SOCIEDADE E SEUS IMPACTOS NA ECONOMIA

SÃO LUÍS - MA

2015

MARCOS PAULO RIBEIRO GARCEZ

SOCIEDADE E SEUS IMPACTOS NA ECONOMIA

Trabalho apresentado ao curso de Engenharia Química da Universidade Federal do Maranhão oferecido pelo Departamento de Economia como requisito para obtenção de nota referente à disciplina Economia Industrial

Prof.º Frednan Bezerra dos Santos

São Luís – MA

2015

Introdução

Este artigo tem como objetivo explicar a importância da população e suas relações sociais no sistema capitalista e seu papel nas crises econômicas. As sociedades apresentam um comportamento muito direcionado às condições sociais em que estão inseridas. Portanto, entender o modo de organização das estruturas sociais bem como suas características é fundamental para analisar um comportamento econômico, pois a sociedade funciona como unidade essencial para o funcionamento de qualquer sistema capitalista, sendo que de acordo com a situação socioeconômica de uma comunidade, qualquer reação dessa unidade consumidora tende a provocar uma alteração no panorama dos mercados, para o sentido do desenvolvimento, estagnação ou recessão. Para compreender de maneira mais objetiva a importância do coletivo num sistema capitalista é necessário entender o desenvolvimento do ser humano quanto à necessidade de estabelecer relações sociais e, consequentemente, de consumo.

  1. Surgimento da Ideia de Bem

Carl Menger, considerado o fundador da Escola Austríaca de Economia, ele expõe importantes reflexões sobre o desenvolvimento do ser humano sobre as ideias primitivas de capitalismo, norteando a ideia de bem e valor, como pode ser observado nesta citação de Menger “Aquilo que tem nexo causal com a satisfação de nossas necessidades humanas pode ser denominado utilidade, podendo ser definido como bem na medida em que reconhecemos esse nexo causal e temos a possibilidade e capacidade de utilizar tal coisa para efetivamente satisfazer tais finalidades”. A ideia abordada por Menger seria da distinção entre bens reais e imaginários, sendo que esse discernimento seria capaz pelas necessidades do indivíduo. Ele ainda cita que “e quanto mais profundamente os homens investigarem a sua própria natureza, tanto menor será o número de bens imaginários”. Desse modo, ele impõe uma condição para a determinação para que algo se torne um bem, sendo necessário haver uma conexão entre a coisa e a necessidade humana por aquilo, sendo essa relação independente ser for direta ou indiretamente relacionada ao próprio ser, e não precisa estar atribuído a um dado intervalo temporal. Como é dito por Constantino em “É o conhecimento progressivo do nexo causal das coisas com o bem-estar humano que leva a humanidade do estágio primitivo e de miséria extrema para o desenvolvimento e riqueza”, a concepção da noção de bem e a estruturação dessa ideia como fator preponderante para desenvolvimento dos interesses humanos implica no estreitamento das relações sociais e se torna um princípio para o surgimento das relações de consumo, inicialmente por meio de trocas e evoluindo para outras formas de vínculos econômicos.

  1. Importância dos Fatores Culturais

Outro aspecto interessante dentro do desenvolvimento das relações sociais refere-se aos determinantes culturais, que interferem na maneira como o capitalismo vai ser abordado na comunidade e como devem ser realizadas as relações sociais e de consumo. A corrente estabelecida por Weber define que o capitalismo se constitui a partir da herança de um modo de pensar as relações sociais, vinculando nessa ideia as relações econômicas, legada pelo movimento da Reforma na Europa; do Protestantismo de Lutero e mais ainda do Calvinismo. Por conta da transformação cultural de época, esse modo de pensar está principalmente atrelado a relação entre a importância do trabalho com a salvação do indivíduo, uma noção de capitalismo ligado estreitamente a Religião. A partir do ponto de vista de Weber, as concepções religiosas têm influência direta na condução de um sistema econômico e, portanto, seriam as causas das transformações econômicas que ocorrem nesta sociedade. Observando as ideias desenvolvidas por Weber, torna-se evidente como os fatores culturais (por estarem intimamente relacionados com as relações sociais) apresentam grande importância na avaliação das noções de capitalismo e no comportamento econômico da população. Uma forma interessante de verificar como esses fatores alteram os mercados é avaliando a queda dos lucros na indústria de fast-food, devido às mudanças culturais quanto aos hábitos alimentares.

  1. Papel da Sociedade nos Ciclos de Crise Econômica

Estabelecida as noções a respeito da evolução das relações sociais e econômicas, além da importância dos fatores culturais, o impacto das sociedades nos setores econômicos também pode ser avaliada do ponto de vista marxista, que avalia as causas das crises no sistema capitalista pela tendência da acumulação de capital. O surgimento das camadas sociais contemporâneas acontece através das mudanças provocadas desde o período da Revolução Industrial, que alterou definitivamente a configuração da estrutura hierárquica da sociedade. A formação de uma nova cultura política e socioeconômica e a consolidação de uma classe política dominante e uma classe assalariada configura a nova realidade vivenciada desde então. Nessa perspectiva, as ideias desenvolvidas por Marx vêm a mostrar como se organiza as novas relações de consumo e a divisão social do trabalho dentro desse contexto econômico. Segundo Marx, o capitalismo é um modo de produção cujo detentor dos meios de produção é a burguesia, que constituem uma classe distinta na sociedade. As outras classes inferiores a essa eram tidas de maneira geral como o proletariado (detentor da mão de obra), que constituiriam como a maior fatia da população. Nesse modo de pensar, a matriz que absorveria grande parte desses produtos industrializados seriam as unidades consumidoras, mas com a noção da acumulação de capital, a tendência natural do capitalista é sempre estabelecer uma relação maior de mais-valia, aumentando cada vez mais a produção mas reduzindo a carga salarial dos trabalhadores e criando um “exército” de reserva, que consiste em um conjunto de desempregados que aceitariam salários menores para adquirir renda e, portanto, aumentando a concentração de capital.  Como Lima explica em seu artigo “a acumulação de capital faz uso da força de trabalho para expandir a produção, mas nega ao trabalhador o mesmo grau de participação no capital ampliado, por ele produzido. Ao mesmo tempo em que a acumulação de capital faz crescer o número de indivíduos que dependem da venda da força de trabalho, faz diminuir a demanda relativa por essa mercadoria. Como consequência, opera-se a pressão pela baixa dos salários”.

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