Assistência Social História e Conceitos
Por: Otávio Rocha • 21/11/2018 • Trabalho acadêmico • 3.357 Palavras (14 Páginas) • 186 Visualizações
UNIVERSIDADE DE FRANCA – UNIFRAN
DISCIPLINA: TRABALHO DE CURSO EM SERVIÇO SOCIAL II
PROFESSOR(A): ORIENTADOR(A): REGINA INES DA SILVA BONANÇA
A IMPORTÂNCIA DO ASSISTENTE SOCIAL NAS CRECHES
ACADÊMICA: DENISE MARIA LUZIA CLEMENTE
RGM: 15575934
BELO HORIZONTE – MG
2018
Denise Maria Luzia Clemente
A importância da Assistência Social nas creches
Trabalho de Curso de Assistência Social II apresentada pela acadêmica Denise Maria Luzia Clemente como exigência do curso de graduação em Assistência Social da Faculdade UNIFRAN sob a orientação do professor Dra. Regina Bonança
Belo Horizonte - MG
2018
Sumário
INTRODUÇÃO 5
DA IDADE MÉDIA AO SÉCULO XVIII 5
A ADAPTAÇÃO AO MUNDO DO TRABALHO INDUSTRIAL 8
ESTUDOS TEMÁTICOS: ASSISTÊNCIA SOCIAL 9
SERVIÇO SOCIAL DO ASSISTENCIALISMO À PROFISSIONALIZAÇÃO 10
ECONOMIA POLÍTICA E SERVIÇO SOCIAL 11
EDUCAÇÃO INFANTIL 11
SUS - SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 12
SUAS - SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 12
CONCLUSÃO 13
BIBLIOGRAFIA 14
INTRODUÇÃO
A definição teórica do trabalho social se descarta em primeiro lugar com o que se entende por social, como repercussões profundas sobre seu estatuto científico nos domínios de conhecimento reconhecido e estabelecido.
Este estatuto teórico tem relação com a prática do trabalho com os mais pobres e mais excluídos (sem bens e sem poder) marginalidades, reservas imprestáveis para o capital. Para trabalhar com os pobres, em geral não há muitos recursos e poder e mesmo reconhecimento de teorias. Desta forma as questões políticas, culturais, ideológicas e econômicas, em um processo complexo de mediações. Neste trabalho pretendo abordar e destacar as categorias que os agentes sociais construíram ao longo da história para incluir, classificar, atender aos pobres na própria relação que com eles foram estabelecendo trazendo a luz este movimento entre concepções teóricas e ações práticas. Para fazer esse trabalho utilizei o processo de categorização como mediação desse movimento. E através de categorias que os agentes trabalham, classificando, explicando fenômenos, generalizando e estabelecendo estratégias. Estas categorizações não são apenas resultado de elaborações técnico-científicas puras, mas articulações complexos nas correlações de força das diferentes conjunturas.
A partir das questões colocadas por esta própria prática complexa é que buscaremos aprofundar as mediações políticas, econômicas, culturais e ideológicas das categorizações dos pobres como um processo inter-relacionado. A base, para isto, é uma abordagem histórica mas sintéticas em que demarcaram políticas para os pobres. Nosso corte será justamente a delimitação das categorizações dos pobres que prevalecem no leque das políticas sociais. Parafraseando Marx, interrogamo-nos se as categorias da miséria nos levariam a uma miséria das categorias. É o desafio de pensar, nesse momento mais enfaticamente o processo que a estrutura para inclusive podermos construir categorias processuais nas estruturas em vez de categorias estáticas que congelam os processos de mudanças em versões esquemáticas rígidas.
DA IDADE MÉDIA AO SÉCULO XVIII
Nesse longo percurso histórico aqui indicado, o destaque é para a transformação das categorias de bens e mais pobres ou de pobres merecedores e não merecedores, em categorias de pobres incapazes. Em primeiro lugar, é preciso considerar o contexto econômico na idade média: O tratamento dado aos pobres é o resultado tanto das relações econômicas como religiosas e políticas. Nesta fase histórica articula-se a economia da servidão a dominação religiosa e a católica e também a ordem política feudal.
São as ordens religiosas e os princípios que se ocupavam da atenção e da organização de atendimento aos pobres, seja nos mosteiros e conventos, seja através da distribuição de esmolas. A doação era mediatizada pela caridade, um meio de fazer ao outro uma doação conforme a apreciação das necessidades do outro em função do supérfluo.
É uma relação de dom pessoal do mais forte em direção aos deserdados e despossuídos, embora os que possuíam não desfizeram de todos de todos os seus bens em favor dos despossuídos em geral. Ao contrário, eles mantinham uma auréola de legitimação por sua aparente (que parecia em público) bondade para os homens (filantropia) e diante de Deus, na crença de obter um lugar no céu. A caridade era mediação da crença.
As categorias de classificação dos pobres refletem as noções que os distinguiam em bons e maus: os bons eram os que não se revoltaram contra sua miséria e as condições de trabalho, aceitando a chamada ordem divina ou divina providência.
Se a crise do desemprego aumentasse, por exemplo, em função das intempéries, argumentava -se tanto a distribuição de alimentos nas cidades de maior agitação social (em Lyon, por exemplo) para caráter público ou privado. “Os ateliers de charrete nos séculos XVII e XVIII eram formas de ligar trabalho e caridade, usando as obras ou atividades públicas para as emergências do desemprego.
A ajuda a domicílio (outdoors refis) foi sempre inferior ao que se pode chamar salário mínimo, mesmo com decisões e dispositivos formados em Speenhamland em 1975 que davam aos trabalhadores uma ajuda referente ao preço do pão. Os ficheiros dos pobres continham a distinção dos que eram capazes e dos que eram incapazes de trabalhar.
As Categorias de capazes/incapazes ou de aptos/inaptos atravessavam toda a legislação dos pobres (poor law) na Inglaterra. As categorias de bom ou mau pobre foram sendo substituídos por aquelas que referiam diretamente as condições de exploração do trabalhador pelas elites focais.
Os agentes dos pobres deixavam mostrá-los caso a caso a fim de determinar as capacidades de cada um segundo sua idade, o sexo, as condições de saúde, as habilidades e suas disponibilidades. Nessa economia de desestruturação da relação de servidão e de produção comunitária são as paroquias que assumem a categorização dos pobres para o controle da mão-de-obra. Assim o sistema de ajuda caminhava junto com o sistema econômico de controle e inserção da mão-de-obra local nos trabalhos agrícolas. Este controle chegava não raramente as vias de repressão violenta com a estigmatização dos que eram considerados vagabundos através até da amputação de sua orelha ou marca em seu corpo da letra S, significado escravo, o que permitia a qualquer um usá-lo como trabalhador sem remuneração. O financiamento desta ajuda aos pobres vinha de uma taxação paroquial.
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