O Assistente Social enfrenta pré-conceito com relação a sua profissão
Por: bambinakatia • 6/2/2018 • Trabalho acadêmico • 3.096 Palavras (13 Páginas) • 209 Visualizações
Ainda hoje o(a) Assistente Social enfrenta pré-conceito com relação a sua profissão, muitas pessoas, inclusive os próprios alunos que chegam na faculdade com o intuito de fazer este curso, trazem consigo o estereotipo de “paternalismo”. O histórico da Assistência Social, antes de se tornar uma política pública é caracterizado pelo assistencialismo, pelo voluntariado, já que surgiu em 1830 na igreja católica com moças ricas fazendo caridade, e nesta época acreditava que as pessoas que tinham problemas sociais eram desajustadas e deveriam se adaptar a sociedade.
A Assistente Social Karoline que é coordenadora de um determinado CRAS, identifica em seus usuários este sentimento de favor com relação à equipe técnica do local, muitos usam exatamente a palavra “me ajude”, e quando recebem algum benefício ficam muito gratos à pessoa que o atendeu, sem realmente entender que este é o trabalho do profissional e o próprio tem direito sobre o tal “agrado”. Existem poucos casos, mas no dia-a-dia encontramos também usuários que conhecem a legislação em partes, chega ao CRAS e exige seus direitos, mas desconhece a parte dos deveres, contudo, culpabiliza os profissionais quando o benefício não é concedido ou cortado por falta de cumprimento do próprio individuo.(Anexo I, Frases comuns dos usuários).
Na década de 70 o pensamento sobre o Serviço Social radicalizou, os profissionais passam a entender que a sociedade é quem exclui as pessoas, então a comunidade é quem devese adaptar a pessoa.Para reverter este quadro de desigualdade e exclusão, o assistente social deve trabalhar na emancipação dos usuários, buscando acima de tudo garantir e proteger os direitos da população. E em 05 de outubro de 1988 é promulgada a nova Constituição da República Federativa do Brasil, amparando até mesmo os destituídos de trabalho, assegurando os direitos relativos à saúde, à previdência e á assistência social. (CF Art. 194).
Esta conquista começou em 1934 por meio de muitas lutas das classes trabalhadoras, as Constituições Federais como forma de regular o mercado e a economia, abrange direitos e relações de trabalho.
No final dos anos 80, a política social é definida como lei, contendo direitos e deveres legais dos cidadãos, afim de dar condições à aqueles que não conseguem por meios próprios recursos para uma vida digna.A assistência social destina-se fundamentalmente em seu papel de protagonista social, promovendo o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
A coordenadora Karoline que também é assistente social, em reunião com a equipe técnica define alguns encontros no futuro para tratar de alguns temas para que através do conhecimento da equipe, as informações cheguem corretamente aos usuários. Alguns temas propostos são: perfil profissional, o que é o CRAS, quais são as políticas de assistência social, e quais as diferenças entre idosos, crianças e adolescentes. A principio estes encontros serão contínuos e semanalmente, no final do mês serão definidos novos temas a serem trabalhados no mês seguinte.
No tema sobre as políticas de assistência social, podemos encontrar amparo na Constituição Federal de 1988 e na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) de 1993, nestes surgem os direitos e deveres dos cidadãos, a universalização dos acessos e da responsabilidade estatal, que visa garantir o atendimento às necessidades básicas. O direito básico é a alimentação, vestuário, abrigo, a conquista da autonomia na provisão dessas necessidades, e estes são o alicerce para o trabalho dos profissionais do CRAS.
No CRAS onde Karoline é coordenadora, o bairro tem várias instituições atuantes no desenvolvimento da população regional, existe uma associação de alcoólicos anônimos, e para usuários que tem interesse de sair da dependência química, a igreja Nazareno disponibiliza um voluntário e o carro para levá-los a clínica de reabilitação que fica na cidade vizinha. A igreja católica junto dos vicentinos doa cestas básicas, alguns remédios e roupas para as famílias carentes e junto da prefeitura mantêm uma ONG para crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência doméstica, dando lhes um lar, alimento, atendimento psicológico, aulas de costura, crochê, e outras atividades para que possam garantir sua autonomia. A escola E EProf José Dagnoni abre aos fins de semana para toda comunidade e oferece aulas de violão, informática, reforço de matemática, português, e alguns cursos profissionalizantes na área de estética, ensina cortes de cabelos, depilação, desenhos artísticos nas unhas, entre outros, todas as aulas são ministradas por profissionais voluntários que se disponibilizam a compartilhar seu tempo e talento.Essas informações é de extrema importância que toda a equipe do CRAS tenha conhecimento, para encaminhar os usuários quando necessário a estas organizações, e para que possam desenvolver projetos e trabalhos voltados para outras atribuições que também se fazem necessárias.
Na LOAS segue o princípio de divulgação dos serviços oferecidos pelo Poder Público, e devido as articulações que fazem parte da função dos profissionais do CRAS, outros serviços destinados a população também devem ser divulgados, como no caso das instituições citadas acima. Disposto no capítulo II, seção I, artigo 4º, inciso V da LOAS:
“Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.”
No próprio CRAS conforme a grande demanda de mãe solteiras e falta de vagas suficientes nas creches, foi implantado um projeto “Semente do CRAS”, que acolhe crianças na faixa etária de 3 meses a 05 anos, no período administrativo, para que as mães retornem ou ingressem no mercado de trabalho, á limite de vagas e o cadastro é feito/renovado a cada começo e final do ano, as mães que já possuem emprego tem preferência, e no caso de mães que ainda vão a procura de trabalho é dado este período de 6 meses, caso não encontre perde a vaga, podendo solicitar novamente após um período igual. De acordo com a LOAS, Capítulo II, artigo 4º, inciso I:
“Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica;’
Existem atualmente no CRAS dois projetos para adolescentes, um deles é feito com crianças e adolescentes que chama “Esporte e Cidadania”, são divididos por dois grupos devido a faixa etária, um entre 07 a 11 anos e o outro entre 12 a 16 anos, são desenvolvidas atividades físicas como: danças, futebol, vôlei, basquete, capoeira, entre outras atividades, garantindo assim que crianças e adolescentes não sejam alvos
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