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Por:   •  3/6/2014  •  3.024 Palavras (13 Páginas)  •  173 Visualizações

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A EVOLUÇÃO ECONÔMICA DA RÚSSIA E SUA INSERÇÃO NO COMÉRCIO INTERNACIONAL

Quase duas décadas após o colapso da União Soviética, em 1991, a Rússia continua tentando estabelecer uma economia de mercado moderna para manter um crescimento econômico acelerado. O país passou por uma redução da economia durante os primeiros cinco anos do pós-socialismo e, enquanto o governo e o parlamento discutiam novas formas para implementar reformas estruturais, a base industrial russa enfrentava sérias dificuldades a partir da competição com produtos internacionais. A partir de 1997 a economia do país esboçou reação, porém, já sob influência do mercado livre, a crise asiática ocorrida no final do mesmo ano causou uma grave crise econômica e desvalorização do rublo em relação ao dólar, que durou até agosto de 1998. Com essa desvalorização, o endividamento do governo russo teve um crescimento exorbitante e na mesma velocidade da recessão e da fuga de capitais especulativos externos, houve uma sensível queda no padrão de vida da população. Com a recuperação parcial do câmbio apoiada em preços mais altos do petróleo no mercado internacional, a economia russa alcançou um elevado ritmo de crescimento a partir da década de 2000, onde registrava taxas de crescimento acima de 7% do PIB entre 1999 e 2004. Em 2005 teve alta de 6,4%, em 2006 de 6,8% e em 2008 com um crescimento de 6%, a Rússia classificou-se como a 9ª economia do mundo.

O PIB DA RÚSSIA

A economia da Rússia possui importantes recursos naturais e humanos, que constituem um forte potencial de desenvolvimento econômico. O PIB, em valores correntes, foi de US$ 1,2 bilhão em 2009, posicionando o país como a 12ª economia mundial num ranking de 182 países, segundo dados do FMI. No entanto, se o conceito utilizado for o de PIB por paridade poder de compra (PPC), mais apropriado para a análise do padrão de vida das populações, o valor alcançou US$ 2,1 bilhões no mesmo ano, colocando a Rússia na 7ª posição do ranking mundial. Para efeito de comparação, entre os países que integram os BRICs, o PIB (PPC) russo situa-se na 3ª posição, atrás de China e Índia, respectivamente. Porém, atualmente a crise na Ucrânia pode provocar uma queda de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) da Rússia este ano, segundo uma previsão do Banco Mundial num relatório divulgado recentemente. De acordo com o Banco Mundial as perspectivas de uma mudança no cenário russo, dependem largamente da recuperação da confiança dos empresários e dos comerciantes e dos riscos geopolíticos. Ao que tudo indica uma piora na economia, seria uma contração do PIB russo de 1,8% em 2014 e de 2,1% em 2015.

IDH E CONCENTRAÇÃO DE RENDA

O PIB PPC per capita russo é o mais elevado entre os BRICs. Já no ranking mundial de 2009, o país ocupava a 52ª posição, com o valor de US$ 14, 920. Sob a ótica do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que leva em conta Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, longevidade e educação, a Rússia está classificada no grupo dos países com desenvolvimento humano alto, ocupando a 71ª posição no ranking mundial, e a melhor colocação entre os BRICs. No que diz respeito à concentração de renda a Rússia permanece fortemente dependente de exportações de matérias-primas, em particular do petróleo (5,15 milhões de barris ao dia), gás natural (157,2 bilhões de metros cúbicos ao dia), metais e madeira. Esses insumos correspondem a mais de 80% das exportações russas, tornando o país extremamente vulnerável às oscilações dos preços no mercado mundial. Em anos recentes, no entanto, a economia também sofreu um empurrão da crescente procura interna, que, apesar das disparidades homéricas na distribuição de renda, cresceu em torno de 12% por ano entre 2000 e 2004. Signatária do bloco multilateral da APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation), a Rússia também melhorou sua posição financeira internacional desde 1998, reduzindo sua dívida externa de 90% para cerca de 31% do valor do PIB. As fortes exportações de petróleo bruto também permitiram ao governo russo aumentar suas reservas internacionais em 168 bilhões de dólares - de 12 bilhões para 180 bilhões -, reduzindo a vulnerabilidade do país perante crises externas e perante o humor dos investidores internacionais. Atualmente, o maior desafio do país é diversificar sua produção e encontrar um modo de encorajar o desenvolvimento de pequenas e médias empresas, fragilizadas num ambiente corporativo dominado por oligarquias e atendidas por um sistema bancário nada eficiente. A maioria dos bancos russos é de propriedade de grandes empresários, que não raro utilizam as instituições bancárias para financiar seus próprios negócios e até mesmo para promover lavagem de dinheiro para a máfia russa. Outro desafio é o desenvolvimento econômico desproporcional entre as regiões russas: somente a capital Moscou, por exemplo, contribui com 30% do PIB do país. Com sua imensa população de 20 milhões de habitantes - é uma zona moderna sob a égide da tecnologia de ponta e com rendimento per capita próximo ao de grandes economias da União Européia. O resto do país - em especial as comunidades indígenas e rurais na Ásia - vive de forma extremamente precária, similar às condições de vida no fim da Idade Média. A ineficiência econômica, contudo, não se limita às zonas rurais. Também pode ser verificada em grandes pólos urbanos, como as cidades de São Petersburgo, Kaliningrado e Ekaterinburgo, onde considerável parcela da população enfrenta falta de energia elétrica, de água potável e de saneamento básico. Se por um lado a exportação de petróleo gera lucros cada vez maiores para a Rússia, a agricultura continua sendo uma área problemática, obrigando o país a importar cada vez mais alimentos. A safra de grãos, por exemplo, ainda é bastante inferior às mais de 100 milhões de toneladas anuais exportadas entre 1986 e 1992. Para suprir a demanda russa por insumos alimentícios, o Brasil tornou-se um grande parceiro comercial, responsável principalmente pelo abastecimento de carnes, aves, suínos e bovinos - e grãos. As carnes de origem bovina, produzidas nos Estados do Rio Grande do Sul e Mato Grosso, já representam cerca de 30% das exportações nacionais para a Rússia, mercado que também importa metade de toda carne suína produzida no Brasil.

CONDIÇÕES DE TRABALHO

A Rússia é uma economia em crescimento que tem hoje, mais de um milhão de vagas de trabalho em aberto. Especialistas estrangeiros sentem-se atraídos pelos impostos baixos e a oportunidade de crescimento rápido. Mas o país também apresenta obstáculos nesse mercado e um deles é a falta de estabilidade e

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