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BOMBRIL

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Por:   •  23/2/2014  •  Seminário  •  1.223 Palavras (5 Páginas)  •  386 Visualizações

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Por Mariana Melo

Pode ser que alguém não saiba o que é lã de aço, mas que não conheça Bombril é bastante improvável. A Bombril foi uma das primeiras empresas brasileiras a acreditar na propaganda e se voltar para a construção de uma marca: com intensivas campanhas de promoções e de publicidade veiculadas por rádio e televisão. O garoto-propaganda da lã de aço Bombril, Carlos Moreno, se tornou um dos personagens mais marcantes e queridos da história da publicidade brasileira. A Bombril é um desses raros casos em que a aceitação da marca é tão ampla que se tornou sinônimo de uma categoria. A empresa que já deteve 90% do mercado de lã de aço no Brasil enfrentou duras crises financeiras a partir de 2002, chegando à beira da falência. Como sobreviveu? A resposta está no prestígio de sua marca. E é com esse trunfo que a atual gestão vem tentando reerguer a companhia, resgatando fatias importantes de participação de mercado. Hoje, a maioria de seus produtos é líder ou vice-líder de vendas.

Há 60 anos Roberto Sampaio Ferreira, em sua visão de mercado, percebeu o imenso potencial de um produto que começava a ser fabricado nos Estados Unidos: a lã de aço. Até então um produto importado, caro e pouco acessível. Em 14 de janeiro de 1948, Roberto iniciou a fabricação da lã de aço com a fundação da empresa Abrasivos Bombril, no bairro do Brooklin em São Paulo. O lançamento da lã de aço Bombril foi uma revolução para o dia-a-dia das atividades domésticas. Logo virou o "queridinho" das donas de casa, porque, além de polir panelas, o produto limpava vidros, louças, azulejos e ferragens, ficando conhecido como "1001 utilidades".

Somente naquele ano, foram vendidas 48 mil unidades. Como inicialmente o produto era vendido solto, não havia diferenciação a não ser pela qualidade de Bombril. Foi aí que a empresa começou a usar um pequeno selo vermelho. Começava então a entrar na cabeça dos brasileiros uma marca que se tornaria inesquecível. Paralelo a isso, o rádio estava no auge e a Bombril lançou o programa "Gente que brilha" na rádio nacional. Os jingles da Bombril se tornaram muito famosos. Já na década de 50 com a recém-chegada televisão ao Brasil, a empresa marcou presença com o programa "Cirquinho Bombril". Rapidamente a atração se firmou como um grande sucesso da TV brasileira. As suas promoções também marcaram época. Nos anos 60 uma promoção começou sorteando um carro por mês. O sucesso da estratégia foi aumentando até chegar a três carros sorteados mensalmente. No final da promoção, quase uma centena de carros tinham sido sorteados.

Entre 1961 e 1973, a Bombril cresceu e iniciou a incorporação de outras empresas, entre elas: a Companhia de Produtos Químicos - Fábrica Belém, dona das marcas Sapólio e Radium, que virou a linha Sapólio Radium; a Indústria de Lã de Aço Mimosa Ltda., do Rio de Janeiro; e a Q'Lustro, empresa que detinha aproximadamente 25% do mercado nacional de lã de aço.

Em 1978 entrou no ar o primeiro comercial da campanha que se tornaria um ícone da publicidade mundial, uma campanha que fez história e bateu recordes. Criada por Washington Olivetto e Francesc Petit e estrelada pelo brilhante Carlos Moreno. Com o comercial introduziram uma figura que representava as mudanças comportamentais da época. Neste período, a sociedade viu uma mudança de valores sendo registrada pela publicidade. O fato é que as mulheres, em especial, começavam a valorizar mais homens com um quê de desprotegidos, tímidos ou carentes em detrimento do estereótipo machão e atlético, "símbolo" de força e segurança. O comercial seguia um perfil acolhedor, quase íntimo. Falava abertamente com o público, usando uma comunicação direta, espontânea e sincera. Logo após o lançamento da campanha as vendas da lã de aço Bombril chegaram à marca de 420 milhões de unidades.

Graças à enorme visibilidade proporcionada pelo sucesso dos novos comerciais, a empresa iniciou a expansão de sua linha de produtos sob a marca BOMBRIL. Novos produtos, em diferentes segmentos, foram introduzidos no mercado, como: detergente líquido (Limpol), desinfetante (Pinho e Kalipto), amaciante (Mon Bijou), além de esponjas de lã de aço com sabão, palhas de aço, sabão em barra, limpadores, panos de limpeza, inseticidas e desodorizadores de ambiente.

Em 1984 a empresa abriu capital e virou a Bombril S/A, passando a ter ações negociadas na Bolsa de Valores. A partir da abertura de capital a sorte da Bombril começou

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