BUSCA DA FELICIDADE: A ÉTICA DA FELICIDADE EM ARISTÓTELES, AHIERARQUIA DAS NECESSIDADES HUMANAS EM MASLOW E O ARTISTA DAVIDA NA MODERNIDADE LÍQUIDA EM BAUMA
Por: Eosalazar • 10/10/2019 • Artigo • 5.414 Palavras (22 Páginas) • 280 Visualizações
UCAM - UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
EDIVALDO ONOFRE SALAZAR
EM BUSCA DA FELICIDADE: A ÉTICA DA FELICIDADE EM ARISTÓTELES, A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES HUMANAS EM MASLOW E O ARTISTA DA VIDA NA MODERNIDADE LÍQUIDA EM BAUMAN
BELO HORIZONTE - MG
2019
EDIVALDO ONOFRE SALAZAR
EM BUSCA DA FELICIDADE: A ÉTICA DA FELICIDADE EM ARISTÓTELES, A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES HUMANAS EM MASLOW E O ARTISTA DA VIDA NA MODERNIDADE LÍQUIDA EM BAUMAN
Artigo Científico apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Filosofia e Sociologia (pós-graduação latu sensu) pela UCAM (Universidade Cândido Mendes), em parceria com o Instituto PROMINAS.
BELO HORIZONTE - MG
2019
EM BUSCA DA FELICIDADE: A ÉTICA DA FELICIDADE EM ARISTÓTELES, A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES HUMANAS EM MASLOW E O ARTISTA DA VIDA NA MODERNIDADE LÍQUIDA EM BAUMAN
Edivaldo Onofre Salazar[1]
Resumo
Este artigo tem por finalidade analisar a temática da felicidade. Assim, por intermédio de pesquisa bibliográfica avaliou-se o pensamento dos seguintes autores: felicidade em “Ética a Nicômaco”, do filósofo Aristóteles (1984), felicidade na sociedade “líquido-moderna”, presente em Bauman (2001 e 2009) e hierarquização das necessidades para o alcance das satisfações humanas, descritas por Maslow (apud MAXIMIANO, 2000). Neste sentido, analisar-se-á Aristóteles, em que o autor faz reflexões sobre o tema, no sentido das ações que levam à consecução daquele bem maior dito autossuficiente, em interseção com os autores contemporâneos supramencionados, que escreveram, respectivamente, também sobre a felicidade e sobre a motivação na sociedade de consumidores “líquido-moderna”. Assim, mostrar-se-á o quão é difícil alcançar o “estado de felicidade” na sociedade contemporânea, se não impossível, e que a satisfação na maioria das vezes dar-se-á no contentamento pela sua “busca” constante.
Palavras-chave: Sociedade, felicidade, motivação, necessidades, modernidade líquida, consumismo.
Abstract
His article aims to analyze the theme of happiness. Thus, by means of a bibliographical research the following authors were evaluated: happiness in "Ethics to Nicomachus", philosopher Aristotle (1984), happiness in the "liquid-modern" society present in Bauman (2001 and 2009) and hierarchization of the needs for the achievement of human satisfactions, described by Maslow (apud MAXIMIANO, 2000). In this sense, we will analyze Aristotle, in which the author makes reflections on the theme, in the sense of the actions that lead to the achievement of that greater good, self-sufficient, in intersection with the contemporary authors mentioned above, who also wrote about the happiness and motivation in the "liquid-modern" consumer society. Thus, it will be shown how difficult it is to achieve the "state of happiness" in contemporary society, if not impossible, and that satisfaction will most often result in contentment for its constant "search".
Keywords: Society, happiness, motivation, needs, liquid modernity, consumerism.
Introdução
Ao longo da História da humanidade diversos pensadores se debruçaram sobre o tema “felicidade”, e como alcançá-la, visto que ela fez parte das primeiras reflexões da filosofia no campo da ética, desde os grandes mestres na Grécia antiga. Podemos citar, a título de exemplo, Sócrates, Platão, Aristóteles, Kant, Nietzsche, chegando a autores contemporâneos, como Bauman, dentre outros.
É inegável que todos querem ser felizes. Assim, este artigo tem como ideia inicial dissertar acerca da relação existente, no mundo atual, entre o consumo e a felicidade. Pretende-se comparar esta voracidade atual com os conceitos estudados por Aristóteles, da prática de uma vida virtuosa, aquilo que ele o filosofo entende como um verdadeiro estado de felicidade.
O mundo globalizado e a sociedade de consumidores são características intrínsecas da contemporaneidade. São infindáveis os itens de consumo que a mídia nos apresenta, diuturnamente, como imprescindíveis ao nosso bem maior, a nossa felicidade.
A sugestão que se procura internalizar é a de que as pessoas não são seres humanos na sua plenitude de pertencimento à sociedade caso não possuam o carro mais moderno que há no mercado, o aparelho celular de última geração, estarem vestidos de acordo com a última moda, dentre outras imposições do nosso tempo, como referência de felicidade.
Assim, quanto mais acesso a bens de consumo, quanto maior o poder de consumo, maior seria a felicidade, possibilitando que o indivíduo passasse do atendimento as suas prioridades básicas de sobrevivência, indo ao alcance de bens dos bens de consumo mais valiosos. Chegar à realização da necessidade de autorrealização, que traduzir-se-ia no ápice do crescimento pessoal, parece um item supérfluo.
A maioria das pessoas, deliberadamente ou não, vendem cada vez mais parcelas maiores do seu tempo na busca de meios para saciar suas necessidades de consumo, de acordo com o que a sociedade estabelece quais sejam, negligenciando sua família, sua saúde, seu lazer e outras ações necessárias à satisfação pessoal. E a busca seria constante, e a felicidade nunca alcançada.
Visto tais enunciados, nota-se que é muito atrativa a ideia de felicidade alcançada do ponto de visto do sucesso financeiro e da satisfação das necessidades de consumo e segurança, haja vista que elas estariam na base da pirâmide de necessidades, conforme nos aponta Maslow (apud MAXIMIANO, 2000), e que será apontada no desenvolvimento deste artigo.
Fato é que, constatada esta hierarquização, a manipulação do processo de busca pela felicidade na sociedade contemporânea, mais do que gerar grande prazer, faz com que as pessoas busquem, individualmente, cada vez mais meios de adquirir produtos e prazeres, na maioria das vezes supérfluos, que trazem satisfação efêmera e fugaz, num círculo vicioso de busca insana pelos bens de consumo.
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