CONTABILIDADE DE CUSTOS

Introdução

Contabilidade de Custos é o ramo da Contabilidade que se destina a produzir informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como o auxílio às funções de determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e tomada de decisões. (Leone, 2000 p. 19-20)

Os propósitos da Contabilidade de Custos são diversos, mas podemos destacar alguns deles como obter o custo de cada produto, bem ou serviço; contribuir para a determinação da rentabilidade e lucratividade do negócio; ensejar controles operacionais em níveis diversos; auxiliar programas de minimização de custos; facilitar a alocação eficiente de recursos; fornecer, por meio de suas informações, elementos que fundamentem o processo decisório e auxiliem na prática do planejamento.

São vários os objetos da Contabilidade de Custos, mas dentre eles Leone (2000, p.21) destaca: “Os objetos mias conhecidos são os seguintes: a entidade, como um todo, seus componentes organizacionais (administrativos e operacionais), os produtos, os bens que fabrica para si própria e para a venda e os serviços, faturáveis ou não, que realiza.

Ainda contam como outros objetos da Contabilidade de Custos os projetos, estudos, estoques, campanhas promocionais, canais e segmentos de distribuição, atividades, etc.

Origens: Viceconti e Neves (p.6, 1998) destacam: “A Contabilidade de Custos, nos seus primórdios, teve como principal função a avaliação de estoques em empresas industriais, que é um procedimento muito mais complexo do que nas comerciais, uma vez que envolve muito mais que a simples compra e revenda de mercadorias. São feitos pagamentos a fatores de produção, tais como salários, aquisições e utilização de matérias-primas, etc.”

1 Gasto

Representa um sacrifício financeiro com o qual arca a entidade para obter um produto, bem ou serviço. Esse sacrifício é representado pela entrega de ativos ou promessa da entrega destes. Significa que a contrapartida de um gasto pode ser à vista ou a prazo. Leone (2000, p. 53) conceitua gasto enfatizando o compromisso financeiro que a entidade assume na transação e a variação patrimonial de um bem resultante. “Vamos entender por gasto o compromisso financeiro assumido por uma empresa na aquisição de bens ou serviços, o que sempre resultará em uma variação patrimonial [...]”. Os gastos podem ser categorizados em investimento, custo, despesa e perda.

2 Investimentos

Correspondem ao conjunto de meios à disposição da administração da entidade para êxito favorável dos objetivos institucionais. Assim, são aqueles elementos patrimoniais que se traduzem em benefícios futuros esperados e direitos adquiridos, como por exemplo a compra de matéria-prima e a aquisição de máquinas e equipamentos, móveis e utensílios.

3 Custo

Diz respeito ao consumo de bens ou utilização de serviços necessários ao processo produtivo, dito de outra forma, recursos empregados no processo para gerar outro bem ou serviço. “Custo é o somatório dos bens e serviços consumidos ou utilizados na produção de novos bens ou serviços, traduzidos em unidades monetárias” (NASCIMENTO, 2001, p,26). Temos como exemplo a matéria prima consumida no processo, o consumo dos materiais auxiliares, a utilização de mão-de-obra no processo de produção, o uso de embalagens, o aluguel das instalações de fábrica, a utilização de serviços de suporte à administração, o consumo de energia elétrica no processo, a contratação de seguro fabril, a manutenção de máquinas e equipamentos de fábrica, o controle de qualidade, etc.

4 Despesas

Gasto relacionado ao consumo de bens ou utilização de serviços com a finalidade de gerar receita, como a taxa cobrada pelas administradoras de cartão de crédito, os gastos de distribuição, gastos com salário do pessoal da área administrativa, gasto com promoção do produto, gasto com comissão dos vendedores, juros passivos e etc. As despesas são sempre gastos necessários à manutenção dos negócios da entidade e não estão associadas ao processo produtivo ou gastos fabris.

Diferenciação entre Custos e Despesas

CUSTOS DESPESAS

Gastos necessários à obtenção do produto, bem ou serviço. Gastos necessários à gestão financeira, comercial ou vendas.

Possuem natureza fabril. Dizem respeito ao consumo ou utilização de bens e/ou serviços.

São reconhecidos quando os fatores de produção são utilizados. São necessárias à disponibilidade do produto no mercado.

São levados a resultado quando empregados no processo. São levadas integralmente ao resultado do período em que forem registradas. São contabilizadas no período em que acontecem.

Repercutem no resultado quando os produtos são vendidos Repercutem no resultado no período em que ocorrem

5 Perdas

É um gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa. No 1º caso, são considerados da mesma natureza que as despesas e são lançados diretamente contra o resultado do período. No 2º caso, onde se enquadram, por exemplo, as perdas normais de matérias-primas na produção industrial, integram o custo de produção do período. Existem dois tipos de perdas: as normais e as extraordinárias.

Perdas normais são aquelas sempre esperadas, vinculadas ao processo e inerentes a ele. Perdas extraordinárias são eventuais, involuntárias, desnecessárias e contribuem para a incorrência de prejuízo

Dos eventos que provocam perdas podemos citar a deterioração de itens de estoque; ocorrência de defeitos irreversíveis em máquinas e equipamento; materiais estragados em razão da ocorrência de enchentes; destruição de bens por incêndio; obsoletismo em itens de estoque; material com prazo de validade expirado; greves; paradas não previstas; falta de material para reposição de peças das máquinas; vazamento em tubulações industriais, etc.

6 Desembolso

O desembolso é um evento financeiro correspondente ao pagamento de um bem ou serviço, independente do momento do consumo. É fundamental destacar que os eventos são contabilizados pelo Regime de Competência. Como consequência, as despesas são registradas, independente do pagamento.

7 Materiais Diretos:

Há dois