Comentários "A Dinâmica do Capitalismo''

Matheus de Souza Ferreira

Comentários sobre a leitura de “A dinâmica do Capitalismo”

Capítulo 1

Durante o primeiro capítulo de seu livro, Braudel aborda como a história da economia, e subsequentemente do capitalismo, não é uma história nobre, ou seja, não é valorizada como a história politica do mundo, considerada esta uma história nobre. Porém, Braudel classifica a história econômica do mundo como uma de grande importância, já que esta narra os grandes acontecimentos, crises e estruturas das sociedades existentes ao longo dos anos.

Para fundamentar a importância da historia econômica, Braudel utiliza do termo vida material para classificar a parte de nos que trabalha como agente de mudança em uma economia que, nos tempos passados, era naturalmente rígida e inerte. Porém, a vida material é, assim como toda base da humanidade, guiada em sua metade pelo nosso cotidiano, ou seja, decisões rotineiras e fora do nosso pensamento e consciência, e esta naturalidade e de certa forma irracionalidade perante certas decisões banalizam nossas ações diante a vida material e consequentemente a história econômica.

A história econômica da sociedade, segundo Braudel, também é impulsionada e limitada por outros fatores dentro do conjunto da nossa vida material. Para visualizarmos esse efeito basta avaliar a linha de crescimento da população humana durante sua historia. Existiram diversos empecilhos ao crescimento humano durante os anos: fome, peste, desastres naturais, guerras, entre outros. Porém, a sociedade sempre marchou diante das adversidades e as utilizou como mecanismo de descoberta de novas formas de se desenvolver. Quando houve fome, a ciência nos permitiu descobrir novas formas de agricultura e consequentemente aumento do potencial de produção alimentício. Juntamente com pestes e desastres foram descobertos novos medicamentos e barreiras de proteção. Análogo a todo desenvolvimento humano para com estas adversidades está o desenvolvimento tecnológico e, consequentemente econômico. Grandes inovações econômicas também precisaram de empecilhos para seu desenvolvimento. Guerras trouxeram a necessidade de novos barcos, armamentos e meios de transporte, o que possibilitou o comércio em escala mundial, o descobrimento de novas rotas e até de novos continentes, possibilitando a inserção de novas mercadorias no mercado econômico. É importante frisar que, segundo Braudel, o desenvolvimento econômico está fortemente atrelado a história das cidades e da moeda, esta ultima responsável por acelerar as trocas, o que consequentemente auxilia na expansão e manutenção das cidades, que por sua vez funcionam como motores e indicadores da modernidade.

Para Braudel, a continuidade da historia moderna leva a continuidade da história econômica. Esta história se resume em torno da troca e consequentemente, da vida econômica dos agentes a sua volta. Os comércios, que se expandem principalmente em torno das cidades, permitem à sociedade a troca continua, em que o lojista responsável recebe sua mercadoria a credito e repassa ao comprador a credito. Porém, acima deste mercado varejista se desenvolveu um nível superior de comercio, o nível atacadista, onde se encontram feiras e bolsas de valores. Dentro do mercado como um todo, cada nível possui um papel de extrema importância no equilíbrio econômico da sociedade. Exemplo disso são as diferentes crises sanadas pelos diferentes níveis do mercado: a primeira crise de crescente de preços industriais e queda dos preços agrícolas é de responsabilidade do nível varejista alavancar o mercado. Por sua vez, segunda crise, gerada pela rápida expansão do mercado devido as grandes navegações, é de responsabilidade do nível atacadista. Esta divisão de níveis econômicos permitiu a sociedade uma maior rigidez e uma estrutura mais solida,

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