Conhecimentos sociológicos ciências sociais
Por: Darth Salagorn • 13/9/2015 • Dissertação • 3.988 Palavras (16 Páginas) • 197 Visualizações
Unidade 1
Sociologia e modernidade
Quem é o sociólogo e o que ele faz?
Sociólogo é:
“uma pessoa que se ocupa de compreender a sociedade de uma maneira disciplinada. Essa atividade
tem natureza científica.” (BERGER, Peter. Perspectivas sociológicas. Petrópolis: Vozes, 1995. p. 58)
Essa frase de Berger é um modo bastante direto de se definir a
atividade do sociólogo, mas que não responde a que tipo de compreensão
se trata.
As perguntas às quais o sociólogo busca responder são, basicamente,
quatro: “O que as pessoas estão fazendo umas com as outras aqui?”, “Quais
são as relações entre elas?”, “Como essas relações se organizam em instituições?”,
“Quais são as ideias coletivas que movem os homens e as instituições?”.
São perguntas simples e que podem responder a quaisquer situações
que envolvam pessoas em interação. A Sociologia, portanto, é uma forma
de autoconsciência científica da realidade social.
A Sociologia, ciência do conhecimento social questionador, é uma
espécie de desmistificação das concepções que os indivíduos têm sobre
sua própria existência em sociedade, assim como a Psicanálise é
uma técnica que pode nos levar a entender melhor quem realmente
somos como indivíduos.
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As obras de arte podem ser
utilizadas como fontes históricas
por representarem aspectos
das relações sociais e do modo
de vida característico de um
determinado tempo e espaço.
Observando a tela O cambista e
a sua mulher, pintada em 1514
pelo pintor flamengo Quintino de
Metsys, que características da
burguesia você pode identificar?
A representação do trabalho e da
família são semelhantes à que
temos hoje? Por quê?
O acúmulo de capitais; a transição da estrutura feudal para a capitalista; a invenção
e o uso de novas ferramentas; a divisão do trabalho – primeiramente por meio das
manufaturas e, depois, por meio das fábricas; o desenvolvimento da estrutura fabril,
de novas fontes de energia e de novas tecnologias a todo instante são consideradas as
principais causas da industrialização que, posteriormente, trouxe como consequência
o surgimento de mais uma classe social, denominada burguesia, que se dedicava ao
comércio e às atividades financeiras.
A modernidade, como uma conjuntura histórica, indica-nos o surgimento
do questionamento sobre a sociedade. Isso porque a Sociologia
– ou pelo menos as questões que orientaram sua sistematização
como ciência no século XIX – surgiu simultaneamente a várias mudanças
significativas na história da humanidade.
Os questionamentos críticos sobre a sociedade surgem com as
incertezas religiosas que foram essenciais para a Reforma, os questionamentos
produtivos surgem durante a Revolução Industrial e os
políticos durante a Revolução Francesa; em todos os períodos, os
questionamentos são consequências de uma necessidade de compreensão
do mundo em seu determinado tempo e espaço.
Nesse sentido, o surgimento e fortalecimento da burguesia como
classe social – rompendo com a antiga divisão entre nobres e servos –
estabeleceu uma demanda pela autoafirmação, ou seja, pode-se dizer
que a Sociologia não teria existido sem as indagações da burguesia.
METSYS. Quintino de. O cambista e a sua mulher. 1514.
Museu do Louvre, Paris – França. Domínio Público.
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As instituições sociais
A Sociologia sempre se caracterizou como entendimento crítico
da estratificação social. Logo, entender a nova sociedade capitalista
significou criar condições, inclusive, para criticá-la, demonstrando os
novos meios de dominação e exploração dela advindos.
O capitalismo tem seu início na Europa. Suas características aparecem já na baixa
Idade Média (do século XI ao XV), com a transferência do centro da vida econômica
social e política dos feudos para a cidade. A partir da segunda metade do século XVIII,
com a Revolução Industrial, inicia-se um processo ininterrupto de produção coletiva
em massa, geração de lucro e acúmulo de capital. Na Europa Ocidental, a burguesia
assume o controle econômico e político. As sociedades vão superando os tradicionais
critérios da aristocracia (principalmente a do privilégio de nascimento) e a força do
capital se impõe.
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