Consequências econômicas, sociais e culturais globais de transformações profundas em todo o mundo
Artigo: Consequências econômicas, sociais e culturais globais de transformações profundas em todo o mundo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 21/5/2014 • Artigo • 665 Palavras (3 Páginas) • 510 Visualizações
HHIHIIIIIAs últimas décadas do século XX foram marcadas por transformações profundas em todo o mundo, estimuladas em grande medida pela democratização dos regimes políticos, pela abertura de fronteiras comerciais e por um desenvolvimento tecnológico sem precedentes. A magnitude destas mudanças tem impactos econômicos, sociais e culturais em escala mundial, cujos efeitos ainda não podem ser apreciados nem antecipados com exatidão. O fenômeno de globalização das economias e dos mercados arrasta uma tendência para a convergência de gostos, de normas, de comportamentos, de expectativas, de padrões de qualidade e de desempenho, constituindo uma pressão suplementar para todas as organizações e empresas, independentemente do nível em que operam – local, regional, nacional ou mundial.
O aumento significativo dos fluxos de comércio internacional, facilitados por tecnologias inovadoras de processamento de informação e de comunicação, tornou a dimensão ética da atividade empresarial uma das principais preocupações de gestores, políticos, pesquisadores e da sociedade em geral (Robertson, Crittenden, Brady, & Hoffman, 2002). A adoção de uma conduta baseada em princípios morais que respeitem o ambiente e os valores da comunidade envolvente é uma exigência incontornável das sociedades contemporâneas que os responsáveis organizacionais não podem ignorar. A tolerância perante os abusos de poder ou a exploração inadequada de recursos é cada vez menor e a concorrência entre empresas passa também pelo alcance social e ambiental dos seus resultados e da sua atividade (Luce, Barber, & Hillman, 2001). Por outro lado, à medida que as interações de gestores e executivos de diferentes países são mais freqüentes, a capacidade de compreender as diferenças de comportamento e as suas motivações morais é mais necessária para garantir o êxito dessas interações (Priem & Shaffer, 2001).
A ética, enquanto disciplina teórica, estuda os códigos de valores que determinam o comportamento e influenciam a tomada de decisões num determinado contexto. Estes códigos têm por base um conjunto tendencialmente consensual de princípios morais, que determinam o que deve ou não deve ser feito em função do que é considerado certo ou errado por determinada comunidade. No ambiente organizacional e na gestão de empresas em particular, a ética estuda os códigos morais que orientam as decisões empresariais, na medida em que estas afetem as pessoas e a comunidade envolvente, partindo de um conjunto socialmente aceito de direitos e obrigações individuais e coletivos. As empresas consideradas éticas são geralmente aquelas cuja conduta é socialmente valorizada e cujas políticas se reconhecem sintonizadas com a moral vigente, subordinando as suas atividades e estratégias a uma reflexão ética prévia e agindo posteriormente de forma socialmente responsável.
Muitos pesquisadores têm-se dedicado a estudar a conduta ética dos gestores e os fatores que a influenciam no contexto empresarial, destacando-se, neste domínio, três níveis de explicação do comportamento ético: individual, organizacional e cultural. Um número elevado de estudos tem procurado explicar a postura ética dos executivos a partir de algumas das suas características individuais como o gênero (Deshpande, 1997; Elm, Kennedy, & Lawton, 2001; Luthar, DiBattista, & Gautschi, 1997; McDaniel, Schoeps, & Lincourt, 2001), a idade (Ruegger & King, 1992; Vitell, Lumpkin, & Rawwas, 1991), o grau de instrução (Deshpande, 1997; Elm et al., 2001), as orientações filosóficas (Cherry & Frederich, 2000; Deconinck & Lewis, 1997; Singhapakdi, Vitell, & Franke, 1999) ou os valores morais (Agle, Mitchell, & Sonnenfeld, 1999; Carlson, Kacmar, & Wadsworth, 2002; Glover, Bumpus, Logan, & Ciesla, 1997; Ray & Pauli, 2002). Em nível organizacional os determinantes mais estudados incluem o clima ético da organização (Deshpande, 1996; Frietzsche, 2000; Peterson, 2002; Vardy, 2001), o papel dos códigos de ética (Farrell, Cobin, & Farrell, 2002; Hoivik, 2002; Schwartz, 2001; Wotruba, Chonko, & Loe, 2001) e a estrutura do capital (Brower & Shrader, 2000; Bucar & Hisrich, 2001; Hornsby, Kuratko, Naffziger, LaFollette, & Hodgetts, 1994; Johnson & Greeing, 1999). Constituindo um interesse mais recente da comunidade científica, a investigação sobre a influência dos fatores de ordem cultural e social nos comportamentos éticos e nos sistemas de valores dos gestores tem produzido igualmente estudos empíricos de crescente profundidade e relevância (Jackson & Artola, 1997; Priem & Shaffer, 2001; Rob
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