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Contexto Empresarial

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Por:   •  5/10/2013  •  2.249 Palavras (9 Páginas)  •  189 Visualizações

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

CIÊNCIAS CONTÁBEIS

IGOR FERNANDES RAMOS

CONTEXTO EMPRESARIAL

Pelotas

2013

IGOR FERNANDES RAMOS

CONTEXTO EMPRESARIAL

Trabalho apresentado ao Curso ciências contábeis da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina introdução á contabilidade

Prof.

Pelotas

2013

Contexto Empresarial: Formas de Crescimento e Desenvolvimento Harmônico e Sustentável

1 – Introdução

É notório que a complexidade das relações entre administração e contabilidade faz com que os setores de planejamento, organização e controle sejam fundamentais na estrutura de um empreendimento bem sucedido, independente do seu porte.

Está demonstrado que há nas micro e pequenas empresas que mais crescem uma adequada utilização da informação sendo esta uma eficaz ferramenta na busca de um diferencial mercadológico. Mas a perpetuação deste sucesso se mantém apenas nos empreendimentos que contam com estruturas organizacionais bem definidas que ajudam a elevar sua produção reduzir custos e maximizar recursos humanos e materiais e assim ampliar sua capacidade de competir num mercado cada vez mais globalizado.

Além dos dois aspectos acima citados existem ainda as variáveis macroeconômicas que podem ser determinantes para o sucesso ou o fracasso de um empreendimento.

Desta forma pretendemos abordar neste texto os aspectos da contabilidade e da administração em dois cases demonstrando que, além de visão empresarial de seus empreendedores, o atendimento de procedimentos corretos de gestão os conduziu ao desenvolvimento satisfatório em seus segmentos mercadológicos aproveitando-se de um bom momento na economia nacional e mundial.

2 – O Desenvolvimento Mercadológico e as

Variáveis Macroeconômicas

O ser humano, por sua natureza, é um empreendedor. Desde os primórdios da história humana houve a demanda de ferramentarias para serem usadas nas atividades agropastoris e assim suprir as mais importantes necessidades humanas como a produção de alimentos, a confecção de vestimentas e outros utensílios que compunham as residências, ainda que marcados pela rusticidade.

A produção era artesanal e de pequena escala onde o artesão supria apenas as necessidades dos moradores de um pequeno vilarejo ou da região onde residia.

A partir do século XVIII com a invenção da máquina a vapor, seguida pela viabilização econômica da produção de eletricidade, todos os processos, antes manuais, passam agora a serem movidos por outras formas de energia que não a energia humana ou animal. A produção e o desenvolvimento de novos produtos se intensificam com a criação de maquinários movidos a vapor (como os teares) e surge então a necessidade de se buscar outros mercados para absorver os produtos excedentes não absorvidos pelos consumidores das proximidades de onde se estabelecia a indústria.

Diante deste novo panorama as variações macroeconômicas passam a ter decisiva influência nos empreendimentos produtivos, comerciais ou mesmo de serviços (um novo segmento criado com a expansão territorial dos negócios, como o transporte), podendo determinar o seu crescimento ou até mesmo a sua extinção.

As variações do Produto Interno Bruto (PIB), das taxas de inflação, das taxas de juros, taxas de emprego e tributos são exemplos de variáveis econômicas presentes no dia-a-dia. Freeman e Stoner (1994) consideram que as tendências e o entendimento dessas variáveis são críticas para o sucesso de uma organização, porém todas variam com o tempo, o que torna complicado o seu acompanhamento e suas previsões. Esses autores consideram dois tipos de mudanças na área economia: mudanças estruturais e mudanças cíclicas.

Segundo este ensino as mudanças estruturais na economia são grandes alterações, permanentes ou temporárias, nas relações entre diferentes setores e variáveis econômicas. Exemplo: passagem de uma economia industrial para uma de serviços, aumento dos custos e de energia com relação ao custo de matérias-primas. Já as mudanças cíclicas são oscilações regulares, ou não, no nível geral da atividade econômica. Como exemplos citamos: a elevação ou queda das taxas de emprego, juros e inflação.

No primeiro case uma empresa de Bragança Paulista, cidade de interior de São Paulo que produz utensílios de alumino, uma variável estrutural que tem influenciado o seu crescimento é o elevado consumo nacional de produtos deste metal. Segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas, o consumo mundial de alumínio cresce em média 3,7% ao ano e no Brasil ele é ainda maior sendo que até 2015 o crescimento anual deve atingir 4,1%.

Mesmo beneficiado por uma tendência de mercado favorável, outro fator do sucesso deste empreendimento é que seu proprietário investe na qualidade e criação de novos produtos procurando fidelizar seus clientes.

Evidentemente podemos afirmar que a empresa supracitada vale-se (por meio de seu empreendedor) de uma administração eficiente usando uma estratégia mercadológica como ferramenta de gestão o que leva a demandar de controles contábeis confiáveis.

A administração deve assegurar que a informação recebida com o exame dessas variáveis seja resumida e analisada para determinar quais riscos e oportunidades serão enfrentados e quais oportunidades a empresa deve escolher (Certo e Peter, 1993).

O empreendedor de Bragança Paulista soube avaliar satisfatoriamente estas variáveis e oportunidades. Neste contexto as variáveis macroeconômicas tornam-se verdadeiros aliados desta empresa que lhe coloca numa posição de constante progresso no mundo empresarial globalizado e competitivo, porém com uma forte demanda em seu segmento mercadológico.

Esta postura é de grande importância visto que se tem presenciado uma enorme mudança no cenário econômico nos últimos anos. Cada vez mais surge micro, pequenas e medias empresas trazendo para o mercado novos produtos, serviços e tecnologias, quer seja no atendimento de segmentos específicos de forma mais focada ou na criação de demandas em nichos inexplorados.

O segundo case apresentado evidencia o valor de um bom planejamento. O empresário Eduardo Martinez de Almeida, aos 47 anos e muita experiência em empresas transnacionais decidiu abrir seu próprio negocio e, sem capital próprio, buscou crédito num banco que financiou 100% do investimento necessário, na época 400 mil reais. Este empreendedor, porém, assumiu grande risco de empreender com capital emprestado do sistema bancário no lugar de arriscar apenas o seu capital.

Percebemos neste case outra importante variável econômica dando suporte para este empreendimento arrojado: a estabilidade econômica com a inflação sob controle, juros baixos e abundância de crédito, o que lhe possibilitou levar a frente seu projeto sem ter o capital necessário.

Também se visualiza neste case a importância de uma boa gestão e visão global do mercado. O empresário Eduardo Martinez estudou o mercado e o potencial do produto que escolheu trabalhar buscando ainda ajuda qualificada para capacitar seus métodos administrativos e de controle contábil, no caso a assessoria do SEBRAE – Serviço de Apoio a Micro e Pequena Empresa, entidade pública com atuação nacional criada para incentivar e qualificar os micro e pequenos empreendimentos.

Não podemos deixar de destacar nos dois cases acima citados a grande importância do controle contábil do patrimônio. Não se pode esperar que empreendimentos tão bem sucedidos tivessem atingido suas metas ao mero acaso.

3 – Desenvolvimento Como Resultado de Gestão

e Controle Contábil

Na medida em que há crescimento nas micro e pequenas empresas surgem dificuldades. Refletiremos, a partir da agora, sobre alguns mecanismos que possam auxiliar na solução de problemas e na compreensão deste novo cenário empresarial. Esta reflexão visa proporcionar uma melhor administração destes micro e pequenos empreendimentos superando com maior facilidade as dificuldades encontradas e um melhor aproveitamento das variáveis macroeconômicas a sua realidade mercadológica.

Nos dois cases citados fica evidente que os empreendedores se valeram de uma gestão e controle contábil em harmonia desde a fundação de suas empresas até o presente momento. Isso resultou em crescimento, solidez no mercado e boa saúde financeira destes empreendimentos. O que chama a atenção neste ponto é o comentário do empresário Eduardo Martinez revelando que embora ainda estivesse pagando as prestações do financiamento “o retorno da empresa já permitiria até quitar o valor se fosse conveniente. (...)”. Mesmo tendo recursos para quitar a dívida o empreendedor prefere manter este capital como reserva já que os juros contratados anteriormente são menores do que pagaria hoje se viesse precisar de reforço de capital de giro. Esta decisão só foi possível com a correta análise da equação custo / benefício feito por alguém com comprovada capacidade e experiência na área contábil.

No contexto empresarial das empresas que estão sendo usadas como exemplo, temos de focar também os diferentes estágios de gestão e o conjunto de estratégias que foram utilizados por seus empreendedores. Vemos a empresa de Bragança Paulista valendo-se de uma Gestão Social Externa (conforme apontado por Neto & Froes - 2001), preocupando-se com a qualidade de seus produtos ao visar um diferencial para seus consumidores das Classes C, D e E que buscam também um menor preço na aquisição dos bens de consumo que necessitam.

Já o empresário Eduardo Martinez além de dominar um conhecimento específico adotou uma postura administrativa arrojada como estratégia para consolidar seu empreendimento no disputado, porém lucrativo mercado dos cosméticos repetindo práticas consagradas de vendas por empresas tradicionais e aproveitando ao máximo das condições macroeconômicas do país favoráveis às atividades empresariais como: inflação estagnada, juros baixos, capital abundante e aumento de consumo dos produtos de seu segmento na casa dos 20% ao ano.

Todo este conjunto de fatores demonstra que no contexto empresarial é preciso conhecimento, aplicação de regras de mercado, bom planejamento e uma atitude ousada da parte dos empreendedores envolvidos.

Mesmo sem terem sido citado textualmente percebe-se o uso de outra ferramenta gestacional que se tronou em diferencial no desenvolvimento das empresas nos dois cases: a concretização dos importantes conceitos missão, visão e valores.

Apesar do uso desta poderosa ferramenta de gestão ainda não ser a realidade da maioria dos pequenos empreendimentos, a prática desses três conceitos se configuram nos alicerces para as relações interpessoais dentro e fora de um empreendimento.

Sabendo a missão, a visão e os valores da empresa por todos os envolvidos, a relação do empreendedor com os seus funcionários cresce e se torna vital para a obtenção de resultados em longo prazo.

Também as relações da empresa com o mercado ficam bem definidas criando um diferencial que faz com que o empreendimento saia da simples tentativa de sobrevivência no mercado competitivo atual para atingir o ideal do crescimento autossustentável. Desta forma, empreendedor, funcionários e até mesmo clientes ficam integrados a cultura organizacional fazendo com que todos se sintam parte integrante dos resultados e o sucesso da empresa. Afinal ninguém quer se envolver em histórias de fracassos.

5 – Conclusão

Conclui-se que os conjuntos de fatores citados neste texto demonstram que no contexto empresarial é preciso ter-se conhecimento específico de um ofício, domínio das regras de mercado, bom planejamento gestacional, cotroles contábeis confiáveis e acima de tudo, objetivos definidos de quem se é aonde se quer chegar e os valores que se tem para se obter sucesso.

Ter atitudes ousadas pode ser um diferencial dos empreendedores bem sucedidos. Porém num mundo globalizado o grande desafio dos micro e pequenos empreendimentos é o de tentar sobreviver e, se possível crescer. Para isso, eles precisam buscar meios eficientes de gestão e controle contábil de suas operações e definições claras de metas e objetivos que se quer alcançar.

Buscar o envolvimento de todos em prol de um objetivo único é muito importante para o sucesso de um empreendimento porque a pulverização das expectativas dos colaboradores com projetos que não os motivam, seja quanto aos rumos da empresa, ou quanto à carreira deles pode ser fatal para se atingir as metas propostas pelo empreendedor.

Os clientes também percebem os sinais de que o empreendimento tem um desenvolvimento sustentável e harmônico através de vários sinais como o atendimento pós venda a constante melhoria tecnológica dos produtos e, ou serviços e o envolvimento dos funcionários na empresa procurando fidelizar sua preferência por aqueles que conjugam corretamente estes valores.

Assim concluindo com o objetivo desse trabalho fica demonstrado que o contexto externo, apesar de sua complexidade e influência, passa a ter menor importância na sobrevida dos empreendimentos se estes consolidarem boas estratégias mercadológicas, definirem conceitos corporativos de identificação, corretos processos de gestão e controle contábil. Seguindo este caminho os micros e pequenos empreendimentos tendem a crescer de forma harmônica, perene e autossustentável.

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