Cultura E Ideologia
Exames: Cultura E Ideologia. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: filoclaretiano • 20/9/2013 • 632 Palavras (3 Páginas) • 1.090 Visualizações
Com base na leitura do artigo de SANTOS, Selvagens, Exóticos, Demoníacos. Ideias e Imagens sobre uma gente de cor preta. Elabore um texto dissertativo de no mínimo, duas laudas, sobre Ciência (produção de conhecimento) e Ideologia (ação política).
Traçando um paralelo entre ciência e ideologia, temos a ideologia burguesa tendente a exibir uma explicação histórica sedimentada em ideias de progresso conduzida pela ciência. Essa mesma burguesia se vê a si mesma como uma força progressista, porque usa as técnicas e as ciências para um aumento total do controle sobre a natureza e a sociedade, considerando que todo o real se explica em termos de progresso.
Os ideólogos constroem a ideia de progresso histórico concebendo-o como a realização, no tempo, de algo que já existia antes de forma embrionária e que se desenvolve até alcançar se ponto final necessário. Visto que a finalidade do progresso já está dada, e visto que o progresso é uma lei da história, está irá alcançar necessariamente o fim conhecido. Com isto, os homens se tornam instrumentos ou meios para história realizar seus fins próprios e são justificadas todas as ações que se realizam em nome do progresso.
Desta forma, não só os acontecimentos históricos são explicados de modo, digamos invertido, mas tal explicação ainda permite que a classe dominante justifique suas ações fazendo parecer como as razões história, ou seja, atribui-se à história uma racionalidade que é apenas a legitimação dos dominantes.
Temos a história como um processo prático pelo qual homens determinados em condições determinadas estabelecem relações sociais por meio das quais transformam a natureza, através do trabalho, e se dividem em classes, organizando relações através de instituições e representam suas vidas através de ideias. Por essa ideias que se representam interesses contraditórios como se fossem interesses comuns a toda sociedade, através da ideologia, transformando a história também em um processo de dominação de uma parte da sociedade sobre todas as outras, como notado no processo de escravidão do povo negro citado por Santos (2002).
Isso significa que em termos de materialismo histórico e dialético, é impossível compreender a origem e a função da ideologia, sem compreender a luta de classes, pois a ideologia é um dos instrumentos de dominação de classe. A ideologia e ciência enquanto produtora de conhecimento são meios usados pelos dominantes para exercer a dominação, fazendo com que esta não seja percebida como tal pelos dominados.
O que torna possível a ideologia é a luta de classe, ou seja, a dominação de uma classe sobre as outras. Contudo, o que faz da ideologia uma força quase impossível de ser destruída é o fato de que a dominação real é justamente aquilo que a ideologia tem por finalidade ocultar. Dito de outro modo, a ideologia nasce para fazer com que os homens creiam piamente que suas vidas são o que são em decorrência da ação de certas entidades como a natureza, os deuses ou Deus, a Razão ou a Ciência, a sociedade, que existem em si por si e às quais é legítimo e legal que se submetam a dominação.
Ora, como a experiência vivida imediatamente e a alienação confirmam tais idéias, a ideologia simplesmente vem cristalizar em verdades a visão invertida do real. Seu papel é fazer com que no lugar dos dominantes
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