Dinâmicas de Grupo
Por: Carolina Costa • 26/5/2015 • Trabalho acadêmico • 3.233 Palavras (13 Páginas) • 104 Visualizações
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Educação Social a partir da prática dos serviços sociais comunitários
A educação social, dentro dos serviços sociais comunitários, está intimamente ligada com o conceito “psicossocial” que foi inventado no início do século XX por Mary Richmond e Gordon Hamilton, entre outros. O campo do social assenta em dois pilares básicos, ou seja, a intervenção e a metodologia da intervenção. A intervenção ocorre quando atuam diferentes profissionais procedentes à psicologia e pedagogia, sendo assim, a educação social um trabalho social que não exclui outros profissionais, mas sim exige uma equipa interdisciplinar. A metodologia da intervenção defende que o ser humano é parte primordial do seu processo, tendo em conta, o pensamento e como atua em conjunto com a realidade em que vive ou tenha vivido, a sua proveniência, situação laboral, orientação sexual, etc. Para se ter um panorama geográfico humano que nos permita ter ferramentas para ajudar a população desfavorecida ou temporariamente com dificuldades, para conseguir ou tentar que se desenvolvam capacidades de participação e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida. Podemos dizer que o conceito “psicossocial” é uma disciplina que se baseia em métodos científicos do campo do social, actuando sobre o indivíduo e o meio. A educação social destaca os verbos adquirir, assimilar e integrar. Ela ajuda-nos a entender a história do que temos sido, do que somos e recorda-nos que cada ser humano adquire, ao longo da vida, experiências e conhecimentos que se devem reflectir, também, na prática profissional. A disciplina de Educação social deve compreender o conceito de transversalidade para se abordar a complexidade dos indivíduos e dos grupos com que se trabalha e poder-se projectar para eles o que se pretende potenciar. É importante conhecer as diferentes disciplinas humanísticas para se poder ampliar e manter vivo o conceito de educação. No que diz respeito ao conceito “adquirir”, este corresponde aos conhecimentos teóricos e práticos que nos permitem manusear ferramentas que facilitem uma metodologia participativa dos indivíduos objecto da intervenção. O educador social deve “conhecer” e “ampliar” possíveis campos de intervenção com famílias e indivíduos. “Assimilar” a realidade onde se intervém para se poder compreender os mecanismos de funcionamento de onde queremos intervir, é outra das preocupações do educador social. O educador social tem como função, “integrar” as pessoas que são objecto de intervenção no seu próprio processo de câmbio, pois sem a participação ativa do próprio sujeito não é possível desenvolver-se uma intervenção social educativa.
Adquirir, assimilar e integrar são as palavras que em conjugação com a prática social favorecem o câmbio.
É necessário, também, conhecer-se a teoria sistémica para aplica-la na intervenção familiar, já que com frequência a intervenção social se aplica à família ou em torno dela. Esta teoria sobre as técnicas, ajuda-nos a analisar a realidade complexa e oscilante em que se encontra a família. No que concerne a teoria sistémica diz-se que se apoia em diferentes disciplinas científicas como a biologia e a psiquiatria, entre outras, baseando-se, também, na compreensão da dependência reciproca de todas as disciplinas e na necessidade de integra-las no binómio da actuação dos indivíduos e sua relação familiar. Esta teoria desenvolveu-se depois da Segunda Guerra Mundial por diferentes autores como Bateson, Cannon, VonBertalanffy.
No que diz respeito às técnicas consideradas fundamentais para a prática da educação social são: a entrevista, os mapas educativos, os mapas de redes socio-familiares e o projecto de intervenção individual ou familiar.
Quanto à primeira técnica, é vista como um importante instrumento, já que desenvolvemos a partir dela a escuta e a reflexão para finalmente produzir a orientação e a intervenção. Na entrevista temos que saber conduzir o interlocutor para que esse expresse o que realmente quer e não o que nós queremos ouvir. O entrevistador deve, fundamentalmente, dar respeito ao outro, procurar a empatia e a confidencialidade, a fim de conseguir um clima positivo. Os educadores sociais vêem na entrevista uma vantagem, no que diz respeito, aos trabalhos sociais já que os outros não oferecem normalmente recursos económicos, mas se questionarmos os recursos educativos, orientamo-nos e actuamos nos aspectos qualitativos tanto no indivíduo como no seu núcleo familiar. No que concerne ao mapa educativo, este é um instrumento essencial, pois é necessário que seja documentada a informação tanto formal, como informal. Também, deve-se saber se se está perante analfabetos funcionais ou, simplesmente, analfabetos. Este mapa individual de cada pessoa ajuda os serviços sociais comunitários, pois ajuda a saber qual o nível de formação e educação que há na zona intervencionada, ajudando assim a empreender acções que favoreçam a instrução da população. Quanto ao mapa de redes, este consiste na forma gráfica em vários círculos concêntricos desenhados do menor a maior. No centro situa-se a própria pessoa e depois posicionam-se as pessoas que a rodeiam. Com este mapa podemos visualizar a paisagem humana que rodeia a pessoa, referindo as suas carências e excessos. Com ele podemos, ter em conta, uma ideia muito mais útil da pessoa em si. Também no domínio do mapa humano, porque com ele nós temos uma ideia mais pessoal do sujeito com quem trabalhamos.
O projeto de intervenção individual ou familiar é um instrumento onde se concretiza as atuações que se quer ter com a pessoa ou núcleo familiar. Nele, o educador social vai expor os seus objetivos e a forma como consegui-lo. É um projecto que é um instrumento onde o educador social argumenta, desenvolve e sintetiza a sua atuação com o grupo ou os indivíduos da realidade onde queremos incidir para onde queremos chegar com a nossa intervenção.
Em geral, é necessário obter uma formação inspirada na conjugação de materiais que fomentam o conhecimento prático para poder aplicar na intervenção da educação social. Dado que trabalhamos com pessoas, é necessário poder ter uma leitura básica das linguagens corporais, pois facilita o contacto com os outros para criar climas que favoreçam a empatia educativa.
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