EDUCAÇÃO COMO SOCIALIZAÇÃO: DURKHEIM

EDUCAÇÃO COMO SOCIALIZAÇÃO: DURKHEIM

• FICHAMENTO 1

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

DURKHEIM, Émile. Educação e sociologia. In: Jean-Claude Filoux. Émile Durkheim. Recife: Massangana, 2010. (Coleção educadores Nº 22). Pág.: 39-66

Émile Durkheim, em sua obra, traz ao questionamento o valor moral da educação e apresenta os diversos tipos de educação, uma vez que esta varia. Conforme Durkheim, a educação é instituição social que é base fundamental para manter a cultura de uma sociedade. A educação é tem como principal objetivo a transmissão dos conhecimentos e valores de uma geração para outra

A educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine.

O autor apresenta uma proposta para que se identifique uma educação ideal, onde seja possível solucionar problemas e desequilíbrios sociais persistentes na vida em sociedade.

É importante também que a educação assuma uma forma de sistema regrado, buscando assim aplicar nos componentes da sociedade os valores da solidariedade social, dando também maior autonomia ao aluno, e preparando-o desde a infância para o funcionamento da sociedade moderna.

É necessário que haja equilíbrio, e que a educação atue em seu tempo natural, enaltecendo, como no caso, valores da civilização moderna industrializada, e não valores futuros ou do passado.

Pode-se dizer que o adulto deve cumprir seu papel, influenciando a criança na educação, tornando-se um agente de formação moral da criança. Sabendo que a educação é base cultural que sustenta a estrutura da solidariedade orgânica, educação deve ser igual para todos. Para Durkheim a educação primária, geralmente dada na primeira infância, deve ser igual para todos, pois a solidariedade da sociedade somente é mantida pela diferenciação de funções sociais entre os indivíduos.

A escola além de ser uma das fontes primárias de socialização do indivíduo, serve também como forma de treinamento desse o transformando em um ser social. Para tanto o educador deve exercer sua autoridade sobre o educando, moldando seu caráter, o transformando em tipo ideal de homem social e para que assim possa colaborar para funcionamento de uma melhor sociedade.

O Estado, por sua vez, tem a obrigação de manter o sistema educacional. Segundo o autor a educação é função e obrigação do Estado por ser uma forma primordial de manter a ordem social e evitar as problemas sociais e estruturais.

Durkheim não determina se a educação tem poder de transformar o caráter do indivíduo, apesar de ele em certo momento dissertar que não podemos determinar o futuro do indivíduo pela sua origem, mas ao mesmo tempo ele defende que a educação algumas vezes não muda o mau caráter por completo. Percebemos lendo a obra que o autor defende que o Estado como único mantedor da educação, muito mais ainda nas classes mais pobres, nas quais possui maior tendência a doenças sociais como crime.

O autor defende que educação deve ser igual para todos em certos valores elementares da sociedade, mas diferenciada de acordo com as posições sociais, com finalidade de desenvolver aptidões diferentes, mantendo o bom funcionamento da estrutura da sociedade moderna. Por isso, a educação é forma de socialização metódica, na criação do novo ser social em contraste do ser individual natural do aluno.