Economia E Governo
Trabalho Escolar: Economia E Governo. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 15/9/2014 • 3.979 Palavras (16 Páginas) • 1.570 Visualizações
1. Comente sobre a frase: “JK sempre será lembrado como um governo desenvolvimentista”.
R.: Pela população era considerado um político visionário e com grande responsabilidade pelo desenvolvimento do país. Ele se comprometeu a trazer o desenvolvimento de forma absoluta para o Brasil, realizando 50 anos de progresso em apenas 5 de governo, o famoso “50 anos em 5”. Seu governo foi marcado por grandes obras e mudanças, tendo como uma das principais o “Plano de Metas”. Além disso, o governo atraiu o investimento de capital estrangeiro no país, incentivando a instalação de empresas internacionais, principalmente as automobilísticas.
2. Quais as grandes obras ou mudanças ocorridas no governo JK?
R.: As principais obras e mudanças do governo JK foram:
O plano de metas, que estabelecia 31 objetivos para serem cumpridos durante seu mandato, otimizando principalmente os setores de energia e transporte (com 70% do orçamento), indústria de base, educação e alimentação;
Criação do Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA), implantando várias indústrias de automóvel no país;
Criação do Conselho Nacional de Energia Nuclear;
Expansão das usinas hidrelétricas para obtenção de energia elétrica, com a construção da Usina Paulo Afonso, no Rio São Francisco, na Bahia e das barragens de Furnas e Três Marias;
Criação do Grupo Executivo da Indústria de Construção Naval (GEICON);
Abertura de novas rodovias, como a Belém – Brasília, unindo regiões até então isoladas entre si;
Criação do Ministério das Minas e Energia, expandindo a indústria do aço;
Criação da Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE);
Fundação de Brasília.
3. Um dos pontos altos do governo JK foi a construção de Brasília. Comente.
R.: Em 1956, estava à disposição do governo a lei nº 2874 que autorizava o Executivo Federal a começar as obras de construção da futura capital federal, Brasília possuía um projeto arquitetônico arrojado e isso fez com que a construção ficasse conhecida como o mais importante ícone do processo de modernização e industrialização do Brasil daquele período. A nova cidade tornou-se símbolo máximo do progresso nacional e foi considerada Patrimônio Cultural da Humanidade. Para a construção, homens conhecidos como “candangos” trabalharam sem parar, dia e noite, a empresa responsável pela obra foi a Novacap que empregou mais de três mil operários. A localização foi estratégica, pois criava-se uma metrópole no interior do território nacional. O responsável pelo projeto arquitetônico foi Oscar Niemeyer, criador das mais importantes edificações da cidade, enquanto que o projeto urbanístico ficou a cargo de Lúcio Costa. A cidade foi inaugurada pelo presidente em 21 de Abril de 1960.
4. O que foi a SUDENE e qual a sua finalidade?
R.: A SUDENE foi criada para promover o desenvolvimento do Nordeste, pois apenas uma pequena parcela da população tinham acesso aos bens produzidos pelas indústrias, enquanto que a classe trabalhadora continuava política e economicamente marginalizada. Então sua finalidade era levar a industrialização e a agricultura irrigada para a região.
5. Comente sobre o plano de metas.
R.: O governo de Juscelino Kubitschek entrou para a história do país como a gestão presidencial com o mais expressivo crescimento da economia, tendo como lema “50 anos em 5”. Para cumprir esse objetivo, o governo federal elaborou o Plano de Metas que acelerava o crescimento econômico a partir da expansão do setor industrial, com investimentos na produção de aço, alumínio, metais não-ferrosos, cimento, papel e celulose, borracha, construção naval, maquinaria pesada e equipamentos elétricos. O plano de metas teve grande êxito, pois a economia brasileira registrou taxas de crescimento no setor industrial de até 80%.
6. De conformidade com plano de metas, quais setores obtiveram êxito e quais não?
R.: O Plano de Metas mencionava cinco setores básicos da economia, abrangendo várias metas cada um, para os quais os investimentos públicos e privados deveriam ser canalizados. Os setores que mais recursos receberam e por isso obtiveram maior êxito foram energia, transportes e indústrias de base, num total de 93% dos recursos alocados. Esse percentual demonstra por si só que os outros dois setores incluídos no plano, alimentação e educação, não obtiveram tanta atenção quanto os primeiros, sendo seus respectivos resultados deixados um pouco de lado.
7. Quais as razões desses setores não terem obtido êxito?
R.: O governo JK estava mais preocupado com as substituições da importações no país e com a construção das indústrias de base, o que fez com que o seu déficit de atenção às metas para educação e alimentação fossem deixadas de lado pelo povo. O cumprimento das metas relacionadas ao transporte, energia e indústrias de base causaram euforia na população, porém não demorou para vir à tona uma enorme dívida externa, pois foi com o capital estrangeiro que JK conseguiu desenvolver seus planos no Brasil. Sem contar o agravamento do processo inflacionário gerado no país devido à crescente emissão de papel moeda.
8. Mencionar as heranças: dívida externa e inflação
R.: Em março de 1958 o Fundo Monetário Internacional (FMI) emprestou US$ 300 milhões que foram solicitados para cobrir os investimentos previstos no plano de desenvolvimento de JK e, em troca sugeriu uma série de alterações nos rumos da política econômica brasileira, como a contenção de salários, respeito a tetos inflacionários, revisão da política cambial e suspensão de subsídios. No começo Juscelino cumpriu as alterações, mas isso impunha limites à implementação das metas de desenvolvimento, além de provocar sérios abalos nos eixos de sustentação política e social do governo, fazendo com que JK retrocedesse em suas decisões e aprovasse atitudes como um aumento de 30% para o salário mínimo em janeiro de 1959 e pouco tempo depois conceder novos subsídios aos cafeicultores e a importação de maquinaria para a indústria de base. JK visava implementar a matriz desenvolvimentista, ainda que os indicadores econômicos apontassem para um progressivo desequilíbrio dos pilares da economia, por isso o final de seu mandato foi marcado por um grande crescimento, em média de 8,2% ao ano, porém enfrentava altas taxas de inflação anuais em média 23%, além do progressivo descontrole das contas externas.
9. Relacionar os pontos positivos e os pontos negativos do Governo JK.
R.: Pontos positivos: foi na área do desenvolvimento industrial que JK teve maior êxito, abrindo a economia para o capital internacional, atraiu o investimento de grandes empresas. Em seu governo, entraram no país grandes montadoras de automóveis como, por exemplo, Ford, Volkswagen e GM. As oportunidades de emprego aumentaram nas regiões sudeste, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Região do ABC, devido à instalação das montadoras. Teve como grande obra a construção de Brasília, a nova capital do Brasil. Taxa de crescimento de 7% ao ano. E entrada de tecnologia.
Pontos negativos: dependência do capital externo, devido a entrada das multinacionais. O investimento na industrialização deixou de lado a zona rural, prejudicando o trabalhador do campo e a produção agrícola. Ganhou uma nova capital, porém a dívida externa contraída com esta obra aumentou significativamente. A migração e o êxodo rural descontrolados fez aumentar a pobreza, a miséria e a violência nas grandes capitais do sudeste do país. E desestímulo ao transporte ferroviário com a abertura de novas rodovias.
10. Resumo do governo JK.
R.: Juscelino foi eleito Presidente da República, em três de outubro de 1955, com 36% dos votos válidos.O governo de Juscelino Kubitschek é considerado por alguns como o melhor que o Brasil já teve. Sua eleição foi marcada pela frase "Cinqüenta anos em cinco", conhecido também como desenvolvimentismo, pois o ideal era trazer ao Brasil o desenvolvimento econômico e social, ancorado num Plano de Metas.
O Plano Nacional de Desenvolvimento, também chamado de Plano de Metas, tinha 31 metas distribuídas em cinco grandes grupos: Energia, Transportes, Alimentação, Indústria de base, Educação, e, a meta principal ou meta-síntese: Brasília. Visava estimular a diversificação e o crescimento da economia brasileira, baseado na expansão industrial e na integração dos povos de todas as regiões do Brasil através da nova capital localizada no centro do território brasileiro, na região do Brasil Central.
A estratégia do Plano de Metas era, em termos atuais "reduzir o custo Brasil", que poderiam estancar o crescimento econômico brasileiro (por falta de estradas e energia elétrica) e reduzir a dependência das importações, no processo chamado de "substituição de importações", já que o Brasil padecia de uma crônica falta de divisas externas (dólares). Permitiu a abertura da economia brasileira ao capital estrangeiro. Isentou os impostos de importação as máquinas e equipamentos industriais, assim como liberou a entrada de capitais externos em investimentos de risco, desde que associados ao capital nacional ("capital associado"). Para ampliar o mercado interno, o plano ofereceu uma generosa política de crédito ao consumidor.
JK promoveu a implantação da indústria automobilística com a vinda de fábricas de automóveis para o Brasil, promoveu a indústria naval, a expansão da indústria pesada, à construção de usinas siderúrgicas e de grandes usinas hidrelétricas, como a Furnas localizada em São João da Barra e a Três Marias. A construção de Furnas foi iniciada em 1957 e concluída em 1963. Furnas formou um dos maiores lagos artificiais do mundo que banha 34 municípios mineiros e que ficou conhecido como o "Mar de Minas Gerais". Abriu as rodovias transregionais que uniram todas as regiões do Brasil, antes sem ligação rodoviária entre elas. Aumentou a produção de petróleo da Petrobrás. Com exceção das empresas de energia hidrelétrica, Juscelino praticamente não criou nenhuma empresa estatal.
Outro fato importante do governo de JK foi a manutenção do regime democrático e da estabilidade política, que gerou um clima de confiança e de esperança no futuro entre os brasileiros. Teve grande habilidade política para conciliar os diversos setores da sociedade brasileira, mostrando-lhes as vantagens de cada setor dentro da estratégia de desenvolvimento de seu governo.
Em 15 de dezembro de 1959, JK criou a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, Sudene, para integrar a região ao mercado nacional. Também em 1959, Juscelino rompeu com o FMI por não aceitar a reforma cambial pedida pelo mesmo.
Comprou, em 1956, para a Marinha do Brasil, o seu primeiro porta-aviões, o NAeL Minas Gerais (A-11).
Entre 1959 e 1960, houve uma crise na obra de construção de Brasília. As verbas haviam acabado e JK entendia que não poderia terminar o governo sem construir Brasília. JK rompeu com o FMI, pois este havia proposto reformas econômicas que não seguiam o seu modelo de governo, e, sendo assim, precisou agir de outra forma para conseguir o capital para terminar Brasília. JK emitiu títulos da dívida pública e cartas precatórias. Estas consistem em papéis negociados na bolsa de valores para se conseguir capital de curto prazo. JK vendeu esses papéis com deságio, ou seja, com um preço abaixo do valor de mercado que poderia ser recuperado posteriormente em um prazo de cinco anos. Com isso, JK conseguiu dinheiro para terminar a construção de Brasília. Isso, no entanto, fez com que JK fosse acusado de inviabilizar os próximos governos do país, por aumentar a dívida pública federal.
A construção de Brasília foi, sem dúvida, um dos fatos mais marcantes da história brasileira do século XX. A ideia de construir uma nova capital no centro geográfico do País estava prevista na Constituição de 1891, na Constituição de 1934 e na Constituição de 1946, mas foi adiada, sua construção, por todos os governos brasileiros desde 1891.
As obras, lideradas pelos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer começaram com entusiasmo em fevereiro de 1957. Mais de 200 máquinas e de 30 mil operários - os candangos - vindos de todas as regiões do Brasil (principalmente do Nordeste do Brasil), exerceram um regime de trabalho ininterrupto, dia e noite, para construir e concluir Brasília até a data prefixada de 21 de abril de 1960, em homenagem à Inconfidência Mineira.
As obras terminaram em tempo recorde de 41 meses — antes do prazo previsto. Já no dia da inauguração, em pomposa cerimônia, Brasília era considerada como uma das obras mais importantes da arquitetura e do urbanismo contemporâneos.
Além da obediência à Constituição, a construção da Nova Capital visava a integração de todas as regiões do Brasil, a geração de empregos, absorvendo o excedente de mão-de-obra da região Nordeste do Brasil e o estímulo ao desenvolvimento do interior, desafogando a economia saturada do centro-sul do País.
Junto com Brasília, uma grande obra rodoviária ajudou muito o povoamento e desenvolvimento do Brasil Central e da Amazônia: a rodovia BR-010, chamada "Belém-Brasília". Outras obras rodoviárias importantes ligando regiões brasileiras, feitas por Juscelino, foram a Rodovia Régis Bittencourt, (antiga BR-2), que liga o Sudeste do Brasil ao Sul do Brasil, inaugurada no início de 1961, as rodovias Fernão Dias que liga São Paulo a Belo Horizonte, obra iniciada por Getúlio Vargas, inaugurada, por JK, em 1960, e concluída em 1961, e a BR-364 ligando Cuiabá a Porto Velho e Rio Branco, inicialmente uma estrada de terra e que foi asfaltada em 1983. A BR-364 foi a primeira rodovia a ligar o Centro Oeste do Brasil a Rondônia e ao Acre. A BR-364 viabilizou o povoamento de Rondônia que passou de 70.000 mil habitantes em 1960 a 500.000 habitantes em 1980.
Os críticos de Juscelino Kubitschek frisam o fato de ele ter priorizado o transporte rodoviário em detrimento do transporte ferroviário devido à implantação da indústria automobilística no Brasil, o que teria causado prejuízos econômicos como o crescimento das importações de derivados de petróleo (gasolina e óleo diesel) e petróleo, e também provocado isolamento e decadência de certas cidades. JK conseguiu, entretanto, com a inauguração da Refinaria de Duque de Caxias, em 1961, a auto-suficiência do Brasil na produção de derivados de petróleo, passando o Brasil, a partir de então, a importar apenas a matéria-prima, produzindo os derivados de petróleo nas refinarias brasileiras.
A dívida externa brasileira aumentou 1,5 bilhões de dólares, chegando ao todo a 3,8 bilhões de dólares no final do governo JK. Esta dívida foi ainda agravada pelas altas remessas de lucros das empresas estrangeiras de "capital associado" e pelo consequente aumento do déficit na balança de pagamentos. Houve também uma elevação da dívida interna brasileira em aproximadamente 0,5 bilhões de dólares.
Apesar do crescimento econômico, o mandato de Juscelino Kubitschek terminou com crescimento da inflação, aumento da concentração de renda e arrocho salarial. Ocorreram várias manifestações populares, com greves na zona rural e nos centros industriais que se alastram nos governos seguintes. De fato, a expansão do crédito, a grande quantidade de importações para indústria automobilística e as constantes emissões de moeda - para manter os investimentos estatais e pagar os empréstimos externos - provocaram crescimento da inflação e queda no valor dos salários. Em 1960, a inflação estava a 25% ao ano, subiu para 43% em 1961, para 55% em 1962 e chegou a 81% em 1963. O economista Roberto de Oliveira Campos, um dos coordenadores do Plano de Metas, foi um dos primeiros economistas a alertar Juscelino para o caráter inflacionário da construção de Brasília. Durante o governo JK, a produção industrial cresceu 80%, os lucros da indústria cresceram 76%, mas os salários cresceram apenas 15%. Porém, o salário-mínimo do trabalhador brasileiro, em 1959, foi considerado o mais alto, em valores reais, de todos os tempos.
No plano internacional, Juscelino procurou estreitar as relações entre o Brasil e os Estados Unidos da América, ciente de que isso ajudaria na implementação de sua política econômica industrial e na preservação da democracia brasileira.
Formulou a Operação Pan-americana, iniciativa diplomática em que solicitava apoio dos Estados Unidos ao desenvolvimento da América do Sul, como forma de evitar que o continente americano fosse assolado pelo fantasma do comunismo.
Em seu governo ocorreram duas rebeliões de oficiais da Força Aérea Brasileira: Em 19 de fevereiro de 1956, em Jacareacanga no Pará, e, em 3 de dezembro de 1959, em Aragarças em Goiás. Ambas foram rapidamente controladas e seus líderes foram, logo depois, anistiados por Juscelino.
JK também foi acusado diversas vezes de corrupção. As acusações vinham desde os tempos em que ele era governador, e se intensificaram no período em que ele foi presidente. As denúncias se multiplicaram por conta da construção de Brasília: havia sérios indícios de superfaturamento das obras e favorecimento a empreiteiros ligados ao grupo político de Juscelino. Outro caso rumoroso foi o da empresa aérea Panair do Brasil, pertencente a amigos de JK, que foi acusada de possuir um monopólio do transporte de pessoas e materiais enviados para a construção de Brasília. Durante a construção de Brasília, como a BR-050 ainda não estava pronta, grande parte dos materiais e equipamentos utilizados na obra era transportada por aviões.
A imprensa chegou a dizer que JK teria a sétima maior fortuna do mundo, o que nunca foi provado. Durante a campanha eleitoral de 1960, par a escolha de seu sucessor, as denúncias de corrupção contra JK foram amplamente exploradas pelo candidato Jânio Quadros que prometia "varrer a corrupção" do governo de JK. JK respondeu a inquérito policial militar (IPM) durante o regime militar, acusado de corrupção e de ter apoio dos comunistas.
Porém, o seu inventário de bens mostrou um patrimônio modesto, tendo sua filha Márcia precisado vender uma apartamento para financiar sua campanha eleitoral à Câmara dos Deputados.
Ao passar a faixa presidencial para Jânio Quadros, em 31 de janeiro de 1961, Juscelino tornou-se o primeiro presidente civil desde Artur Bernardes, eleito pelo voto direto, que iniciou e concluiu seu mandato dentro do prazo determinado pela Constituição Federal. Após JK, o primeiro presidente civil, eleito pelo voto direto, a cumprir integralmente seu mandato foi Fernando Henrique Cardoso.
Após a presidência, JK teve os direitos políticos cassados em 8 de junho de 1964. Pretendeu voltar para a vida política, depois de passados os 10 anos que duravam as cassações de direitos políticos. Para dissuadi-lo, os militares usaram os fantasmas das denúncias de corrupção, buscando desmoralizá-lo politicamente. Eles ameaçavam levar as investigações adiante caso Juscelino tentasse voltar à cena política.
Apesar dos fortes indícios de corrupção e da pressão de alguns segmentos políticos e da opinião pública da época, JK nunca chegou a responder formalmente à Justiça pelas acusações de corrupção, porém respondeu aos IPM, inquéritos policiais militares.
Um ano antes de sua morte, seu nome ainda era proibido na televisão brasileira. Assim, a telenovela Escalada, exibida em 1975, pela Rede Globo, na qual era tratado o tema da construção de Brasília, não pode mencionar o seu nome. O recurso usado pelo autor Lauro César Muniz foi mostrar os personagens assoviando a música "Peixe-Vivo" que identificava JK.
Faleceu em 1976, em um desastre automobilístico, em circunstâncias até hoje pouco claras, no quilômetro 328 da Rodovia Presidente Dutra, em um automóvel Chevrolet Opala, na altura da cidade fluminense de Resende. Até hoje, o local do acidente é conhecido como "Curva do JK". Mais de 300 mil pessoas assistiram a seu funeral em Brasília, onde a multidão cantou a música que o identificava: Peixe Vivo. Seus restos mortais repousam no Memorial JK, construído em 1981, na capital federal do Brasil, Brasília, por ele fundada.
Em 1996, seu corpo foi exumado, para se esclarecer a causa de sua morte, levantando-se novamente a polêmica sobre o caso.
A vida e carreira política de Juscelino Kubitschek foi tema de muitos livros, e, de 3 de Janeiro até 24 de março de 2006, foi contada através de uma minissérie da Rede Globo intitulada "JK".
Juscelino Kubitschek foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por José de Abreu no filme "JK - Bela Noite Para Voar" (2005), e José Wilker e Wagner Moura na minissérie de televisão "JK" em 2006.
Teve sua efígie impressa nas notas de Cz$ 100,00 (cem cruzados) de 1986, e teve sua efígie cunhada no verso das moedas de 1 real, lançadas em 2002, no Brasil, comemorativas do centenário de seu nascimento.
A Rodovia Juscelino Kubitschek que liga Brasília à cidade Rio de Janeiro, o Aeroporto Internacional de Brasília, a Rodovia Presidente Juscelino Kubitschek que compreende o trecho da BR-020 entre Formosa (Goiás) e Fortaleza, e as cidades de Presidente Juscelino (Minas Gerais) e Presidente Juscelino (Maranhão) foram nomeadas em sua homenagem.
PARTE B:
Comente sobre o Plano de Metas de JK.
Em 1956, Juscelino Kubitschek entra no poder, o Brasil entra na chamada fase desenvolvimentista. Juscelino estabeleceu um Plano de Metas que tinha com objetivo “crescer cinquenta anos em cinco”. Desenvolver a indústria de base, investir na construção de estradas e de hidrelétricas, e fazer crescer a extração de petróleo, tudo com o objetivo de arrancar o Brasil de seu subdesenvolvimento e transformá-lo num país industrializado. Os industriais brasileiros continuavam investindo nos setores tradicionais (tecido, móveis, alimentos, roupas, construção civil, construção naval, aço, alumínio, metais não-ferrosos, cimento, álcalis, papel e celulose, borracha, maquinaria pesada e equipamento elétrico). As multinacionais entravam no Brasil pela primeira vez, para a produção de bens de consumo, com isso a economia brasileira registrou taxas de crescimento da produção industrial (principalmente na área de bens de capital) em torno de 80%. Teve também um apoio muito importante dos setores da sociedade, incluindo os militares, os empresários e os sindicatos trabalhistas.
O plano teve tanto consequências positivas quanto negativas para o país. Por um lado, deu-se a modernização da indústria; por outro, o forte endividamento internacional por causa dos empréstimos, que fizeram possível a realização do plano, e a dependência tecnológica, sem falar na inflação que assolou o país. Houve também um grande êxodo rural, porque, na medida em que os centros urbanos se desenvolviam, as características da vida rural não progrediam e reformas não eram implementadas.
O Plano de Metas dividiu-se em 31 metas que privilegiavam cinco setores da economia brasileira: energia, transporte, indústrias de base, alimentação e educação, veja quais foram:
Energia (metas de 1 a 5)
Energia elétrica
Energia nuclear
Carvão
Produção
Refino de petróleo
Transportes (metas de 6 a 12)
Reativar estradas de ferro
Estradas de rodagem
Portos
Barragens
Marinha mercante
Aviação
Alimentação (metas de 13 a 18)
Trigo
Armazenagem e silos
Frigoríficos
Matadouros
Tecnologia no campo
Fertilizantes
Indústrias de base (metas 19 a 29)
Alumínio
Metais não ferrosos
Álcalis
Papel e celulose
Borracha
Exportação de ferro
Indústria de automóveis
Indústria de construção naval
Máquinas pesadas
Material elétrico.
Educação (meta 30)
Brasília (meta 31)
A construção de Brasília representou o novo Brasil que JK pretendia formar, uma vez que permitiu a expansão rumo ao interior, que por sua vez estaria integrado com o resto do Brasil por rodovias, mas era preciso fazer mais empréstimos (mas do que já havia feito). Assim, além dos recursos provenientes da entrada de empresas estrangeiras, o governo passou a aumentar a emissão de moeda. Com mais dinheiro em circulação, sem aumento da produção, os preços passaram a subir. Surgiu, então, a inflação alta. Nesse plano, JK reuniu o capital estatal, privado nacional e o estrangeiro.
Abaixo os comentários de algumas pessoas muito importantes sobre o famoso JK:
"Juscelino plantou projetos de grande profundidade. Assim como o Getúlio foi o criador da siderurgia, JK deu autonomia energética ao Brasil, indispensável para o desenvolvimento", diz o historiador da UnB (Universidade de Brasília) Octaciano Nogueira. "É lógico que isso não resultou apenas em benefícios. O Brasil é um país sem poupança interna e o resultado deste crescimento foi a inflação. Mas, se você observar o custo/benefício do desenvolvimento da época e a inflação é difícil avaliar. É uma dúvida sem resposta."
"JK foi o primeiro presidente que fez um plano de metas elaborado por brasileiros a ser aplicado no Brasil. Não foi o primeiro plano governamental, pois Dutra tinha o plano SALTE (saúde, alimentação, transporte e educação). Mas ele foi elaborado por Brasil e Estados Unidos e financiado pelos americanos", destaca Nogueira. Além do pioneirismo, o "Plano de Metas" foi um marco que mudou o perfil da economia brasileira.
"O plano de metas virou a regra do jogo para o Brasil. Um país que era uma economia agrária, exportadora de café e de açúcar, virou uma economia exportadora de manufaturados, com uma indústria muito forte. Em termos de países em desenvolvimento, temos uma das indústrias mais fortes. Isso tudo se deve ao plano de metas", afirma Galvani. "Quem industrializou esse país foram Getúlio e Juscelino. Eles viraram a mesa. E isso a história não esquece."
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