Entendendo A Relação Entre Pais E Filhos

Estranhamente, a psicologia convencional não dá grande importância ao fator “relacionamento conjugal” dos pais e em sua influencia sobre o desenvolvimento integral da criança. São poucos os autores que se detém especificamente nesse assunto. Mas é fácil observar que o bom relacionamento dos cônjuges é fundamental para que a criança se desenvolva psicofisicamente com saúde e para que seja uma criança alegre, desabrochando seu potencial, a sua inteligência, todo o seu ser pessoal e profissional.

Encontramos nos desentendimentos conjugais dos pais, a causa primeira dos problemas de alcoolismo, dependência química e violência dos filhos. Também as causas de doenças mais graves e incuráveis, não só físicas, mas psicológicas, e grande percentual de casos de depressão e angústia estão ligados a essa causa. E, logo que se manifestaram pela primeira vez, esses males psicofísicos são condicionados a se repetirem vida afora, diante de estímulos semelhantes. Aliás, desde o útero materno, desde a concepção, a criança revela que o sentido de sua vida é o amor, e que ela tem como primeiro sentido existencial a união e a fortificação dessa relação de amor entre seus pais. Assim, por exemplo, na origem primeira de uma esquizofrenia, palavra que traz em si o significado de “divisão”, encontramos, em alta percentagem, uma cena de desentendimento grave dos pais, ou ideias de separação entre os mesmos. A criança concretiza essa divisão em sua mente e, em terapia, sabe explicar o que fez e como o fez. Num quadro de autismo, frequentemente encontramos na origem do mal uma mãe magoada, que se fecha para o amor conjugal; e a criança, como resposta, aprende que não deve amar, e se fecha para o amor, para os outros, para o mundo, isolando-se de todos e de tudo. Muitas vezes, explica-se na terapia indireta de uma criança autista, que ela assume o movimento pendular, porque não consegue decidir entre ficar ao lado do pai ou da mãe, porque não lhe importa qual dos dois tenha razão, uma vez que quer apenas a união dos dois. Os filhos de casais em desentendimento, além de sofrerem a dor profunda do desamor entre seus pais, identificam-se à sua desunião e às suas doenças, passando os males para a próxima geração.

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