Entre ética e política: o caminho (liberdade)
Seminário: Entre ética e política: o caminho (liberdade). Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: wellenoliveira • 10/11/2014 • Seminário • 1.650 Palavras (7 Páginas) • 323 Visualizações
Entre a ética e a política: os (des)caminhos da liberdade
As sociedades sempre rondaram o ideal de uma vida ética justa, porém a existência do gênero humano coexistiu com sua negação, houve presença de alienação, podemos evidenciar isso ao analisarmos a sociedade escravista onde os escravos eram tidos como objetos e não como pessoas. E é desta forma que as sociedades se desenvolvem, fundadas na exploração do trabalho, na propriedade privada e na divisão social do trabalho. Uma comunidade de perfeita integração entre ética e política nunca existiu de fato, apenas uma parte de cada sociedade, em épocas distintas, experimentaram isso.
Na Idade Média, quando a religião passa a organizar o conteúdo moral das ações humanas há a negação da razão filosófica e da liberdade articulada à práxis político democrático. Nessa época a ética adquire características fortemente vinculadas ao poder espiritual da igreja. Os Princípios éticos que antes eram virtudes passam a ser considerados como obrigações, a exemplo temos o dever e a culpa, citados pelo autor.
Maquiavel vem negar a concepção grega em relação a ética e política e concepção cristã as quais defendia a teoria do bom governo em que o destino da cidade dependia das qualidades morais de seu governador. Maquiavel vem dizer no Renascimento que a política é uma instancia de poder marcada pela discórdia em função das necessidades individuais de cada pessoa e que para a objetivação dos resultados desejados, os maus meios são os meio inadequados, independente de ser bom ou mau.
No humanismo os valores criam densidades históricas, nessa concepção o homem é tratado como um indivíduo autônomo em função de sua racionalidade e mobilidade social, alicerçado no trabalho e aí a liberdade se objetiva como capacidade humana. Desta forma brotam condições para o desenvolvimento do homem e aparecimento de seus valores como: fluidez, universalidade, heterogeneidade, pluralismo, versatilidade entre outros e com isso se anuncia o nascimento do modo de produção capitalista. Nesse período ainda se verifica um sistema de valores fixos parecidos como os valores morais e éticos do sistema feudalista.
Em cada momento histórico percebemos que os valores importantes às pessoa, mudam junto com a sociedade e podemos observar isso no que foi exposto acima, esses valores são chamados de bem supremos por Heller.
A declaração dos direitos do homem e do cidadão em 1789, na França que pregava a Liberdade e Igualdade, onde todos são iguais diante da lei, quebrou com a forma pensamento feudal, de uma classe ser melhor que outra. Instituiu-se também a ascensão, valorização do ser social por meio do trabalho. Foram instituídos novos códigos morais baseados no pluralismo e na relatividade dos valores.
Pensadores de épocas distintas pensam a liberdade e a propriedade privada de ângulos diferentes. Thomas Hobbes diz que o homem é egoísta por natureza, o homem é lobo do próprio homem. Jean-Jacques Rousseau, afirmava que a sociedade humana é essencialmente boa e generosa e que a harmonia ente os homens acabou quando se instituiu a propriedade privada, para ele a liberdade é o principio ético universal e categoria ontológica central em sua filosofia. Marx criticou a sociedade burguesa afirmando que a liberdade e a igualdade não podem ser vividas de forma universal e está certo ao percebermos que a sociedade capitalista tem como sagrado o direito a propriedade e a mesma é assegurada legalmente. Hegel diz que a realização da liberdade supõe a satisfação das necessidades que existem na sociedade civil e que tal realização se encontra no Estado.
Alguns filósofos também influenciam a formação do pensamento ético da sociedade contemporânea como Sócrates, Platão e Aristóteles. As reflexões éticas surgiram no momento em que as indagações filosóficas mudaram de objeto: quando as questões que preocupavam os filósofos passaram a ser concentradas no homem e não mais nos cosmos. Na história da filosofia metafísica se convencionou tratar a partir do ser, buscando prioritariamente, os fundamentos do ser, dando origem ao conceito de ontologia, que é o estudo ou teoria do ser em geral.
Dentre esses filósofos, Aristóteles refletiu sobre questões que não perderam sua atualidade ao longo do tempo e nos proporcionou importantes descobertas, entre elas a concepção de que a ética, bem como a política são saberes práticos, pois são tipos de conhecimento que dependem de nossa ação e existem como consequências dos nosso atos. Deliberamos a cerca das coias que dependem de nós (Aristóteles, s. /d., p. 83).Segundo o mesmo filósofo a capacidade ética do ser humano evidencia-se através de seu controle das paixões e instintos: exigências para as escolhas éticas. Para Aristóteles o homem é um ser político e social, um ser que pode controlar suas paixões, possui capacidade ética, logo é racional.
São Tomás de Aquino foi o pensador que formulou as bases da ética cristã e da doutrina social da igreja. O pensamento de Aquino pretendia interpretar de forma racional as verdades da revelação, tratando como fim ultimo a existência humana. Partindo da filosofia de Aristóteles, mas levando em consideração os pressupostos da fé, Tomás de Aquino desenvolveu os fundamentos da ação humana, incluindo as ações éticas, a partir dos princípios ditados pela fé. Para o teólogo existem três espécies de leis: divina, natural e a humana, imbricada a lei moral, para o filósofo ao obedecer às leis morais, os homens realizam sua essência e isso os aproxima de Deus, que é a finalidade de sua existência, diz também que a existência do mal é decorrente do livre arbítrio do homem.
O conceito de pessoa humana e essencial para a filosofia cristã, pois identifica todos os homens e uma essência comum. O bem comum ou a felicidade geral são tidos como responsabilidades éticas das instituições básicas da sociedade a família cuida da educação moral e a igreja da vida espiritual da comunidade.
Emmanuel Kant busca uma resposta ética para o antagonismo entre a defesa da liberdade e a luta pelos interesses privados, afirma que a ação moral é aquela que se realiza por dever, desta forma tem um fim em si mesma. Kant diz que o ser é por natureza egoísta e ambicioso, movido por sentimentos,
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