Escola Alemã De Contabilidade
Ensaios: Escola Alemã De Contabilidade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ROMULOJDA1972 • 9/3/2014 • 3.674 Palavras (15 Páginas) • 5.758 Visualizações
INTRODUÇÃO
A escola alemã surgiu em 1919 com a publicação do livro de Schmalembach sobre balanço dinâmico. Trouxe como inovações: a separação clara do balanço patrimonial da demonstração do resultado do exercício, a correção monetária de acordo com um índice geral de preços ou com o padrão-ouro, e valoração dos ativos pelos preços correntes. Seus principais autores foram Schmalembach, Schmidt, Gomberg, Schär e Gutenberg.
A Contabilidade na Alemanha teve seu início de forma diferente dos países do chamado grupo "Anglo-americano". Preocupados com a fundamentação econômica, os acadêmicos desenvolveram doutrinas que nem sempre foram implementadas na lei. Além disso, os objetivos perseguidos em cada sistema são diferentes. Na Alemanha, a Contabilidade, historicamente, visa à proteção do credor. Medidas como integrar a tributação à Contabilidade Financeira traduziram-se num conservadorismo exacerbado, visando, fundamentalmente, à proteção e manutenção do capital. Os objetivos informacionais do grupo "Anglo-americano" prevaleceram nos padrões internacionais de Contabilidade, gerando conflito com os padrões prescritivos e conservadores da Alemanha.
A Alemanha hoje faz parte do Modelo Europeu Continental, onde os negócios têm laços estreitos com os bancos que fornecem a maioria do capital necessário. A Contabilidade Financeira é "legalista" em sua orientação e as práticas contábeis tendem a ser altamente conservadoras. A Contabilidade não é fundamentalmente orientada às necessidades de tomada de decisão dos fornecedores de capital. Pelo contrário, é normalmente projetada para satisfazer exigências governamentais como, por exemplo, o cômputo do imposto de renda ou para demonstrar concordância com o plano de macroeconômico do governo.
A CONSTRUÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DAS DOUTRINAS DA ESCOLA ALEMÃ
O nascimento e desenvolvimento da escola alemã de contabilidade se deu nas escolas de negócios e comércio, assim como o próprio desenvolvimento doutrinário da contabilidade ocorrido no final do Século XIX e início do século XX. Diante das crescentes necessidades dos usuários das informações contábeis nos vários setores da sociedade e dos fatores abaixo descritos:
O desenvolvimento dos mercados financeiros
A aceleração crescente da concentração das companhias
A expansão dos grupos empresariais
As crises sociais dos períodos de guerra e pós-guerra.
E na busca de suprir suas necessidades de mão de obra especializada, as empresas e as câmaras de comércio, fundaram na Alemanha seis Escolas de Negócios no espaço de três anos.
As correntes doutrinárias surgidas na Alemanha estavam direcionadas para a análise da gestão e da organização das entidades, buscando a sistematização dos conhecimentos relativos à vida econômica das empresas, assim como a formulação dos princípios que presidem a organização e a gestão das mesmas.
Nas universidades a Economia era ensinada, mas os problemas das indústrias não eram analisados nem discutidos sob a ótica da Teoria da Firma. Existia uma falha óbvia entre a demanda industrial por educação de nível superior e sua oferta.
Segundo Schmidt, o doutrinamento contábil desenvolvido na Alemanha passou a se concentrar no estudo de duas disciplinas:
(1) a "Bietriebswirtschaftslehre"(para a maioria dos autores alemães, a melhor tradução deste termo seria de teoria econômica das explorações, ou simplesmente economia da empresa), ou seja, uma disciplina direcionada para o estudo da constituição e vida das explorações econômicas, procurando conhecer e explicar as atividades empresariais, assim como determinar princípios para o seu melhor gerenciamento. Para Scmalenbach "Betrieb" é um instrumento econômico que pode considerar-se independentemente da pessoa que o criou e mantém". Para os italianos, este termo pode ser traduzido como azienda e em português como entidade;
(2) a "Rechnungswesen (Tradução: contabilidade)", representando o conjunto de registros efetuados nos organismos econômicos com o objetivo de fornecer subsídio para demonstrações de gestão, servindo como base de orientação e controle para administradores e para outros usuários das informações da entidade.
Eugen Schmalenbach, tentou dar à Contabilidade bases teóricas, desenvolvendo um Sistema de Contabilidade de Custos baseado na Teoria da Firma e seu principal campo de interesse foi a dependência do custo de volume de produção. Porém, a principal preocupação de Schmalenbach, foi direcionada para a teoria da Contabilidade Financeira. Sua interpretação das contas anuais, também chamada balanço dinâmico, supracitado, publicado em 1920, determinou a discussão sobre os objetivos da Contabilidade Financeira na Alemanha, durante os anos 20 e 30. A visão de Schmalenbach era de que as contas anuais deveriam mostrar o resultado de um período contábil e não o valor dos ativos e passivos da firma no final do ano. O lucro anual deveria de um lado guiar a administração da firma às ações efetivas e, por outro, servir como um instrumento para a Contabilidade e o interesse de seus proprietários. A interpretação "dinâmica" das contas anuais influenciou ambos, os Princípios Alemães de Contabilidade Geralmente Aceitos e o direito comercial alemão.
Informação : Diversos tratadistas alemães desenvolveram teorias sobre balanços como forma de dar mais qualidade à informação contábil, merecendo destaque a teoria estática, a teoria orgânica e a teoria dinâmica.
Teoria Estática - Para os defensores da teoria estática ou monista, o balanço patrimonial é o instrumento responsável pela demonstração da situação patrimonial da entidade. O resultado de um período deve ser apurado a partir do confronto entre o valor patrimonial inicial e final deste período. A avaliação patrimonial mereceu dos primeiros tratadistas desta escola uma dedicação especial, uma vez que a mesma se traduz num ato de predizer o resultado em dinheiro calculado na data do balanço.
Teoria Orgânica - De acordo com a teoria orgânica ou dualista, o balanço patrimonial pode fornecer não somente o estado patrimonial mas os reais resultados do exercício. Esta dualidade é possível a partir da avaliação dos elementos patrimoniais a valor de reposição.
Teoria Dinâmica - A teoria dinâmica foi sem dúvida a de maior
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