Estado, Classes Sociais E Globalização: Ruptura Ou Continuidade?
Monografias: Estado, Classes Sociais E Globalização: Ruptura Ou Continuidade?. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ferlira6 • 13/11/2013 • 468 Palavras (2 Páginas) • 650 Visualizações
MARCOS VINICIUS PANSARDI – PROFESSOR DO MESTRADO EM
EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ.
Estado, Classes Sociais e Globalização: ruptura ou continuidade?
Uma moda recente, além de propor o “fim do Estado”, também acabou com a
unidade conceitual deste ao percebê-lo como uma arena de entidades burocráticas
competindo, enquanto outra reduziu a importância relativa do Estado ao introduzir uma
série de atividades transnacionais privadas e redes transgovernamentais entre fragmentos de
burocracias estatais (Cox, 1986).
Contudo, para a leitura neogramsciana o Estado continua sendo o agente
fundamental da política, seja ela nacional ou internacional, mas efetivamente temos que
compreender a mudança real na ordem internacional no pós-guerra fria. Quando se pensa
no conceito de sociedade civil desvinculado do Estado, como o fazem os pós-modernos, se
abstrai toda formulação gramsciana sobre a correlação dialética entre estes dois territórios que se resumem na sua concepção de um “Estado ampliado”.
Segundo Guido Liguori (2003), é este o conceito fundamental dos cadernos, e não o
de sociedade civil. Ao contrário do que pretendem os apologistas da globalização, salienta
o autor, não estamos assistindo ao fim dos estados nacionais e sua substituição pelas
organizações da ONU e daquelas criadas em Bretton Woods, mas sim um novo rearranjo
que permite uma nova dominação da superpotência ou “super-estado” estadunidense.
As estruturas deste Estado ampliado são a base fundamental desta leitura e se
caracterizavam, portanto, em um conjunto de instituições privadas e públicas que iam desde
as instituições de Bretton Woods, a sindicatos, multinacionais, aparelhos do Estado,
universidades, comitê de experts, etc., todas operando ao nível transnacional.
Para Robert Cox (apud Gill, 1997), há variações importantes nas formas ampliadas
de Estados, que se diferenciam pelos seus princípios constitutivos, pelas suas normas, assim
como historicamente variam também as ordens internacionais. O autor expande o conceito
gramsciano de Estado, pois na constituição destas ordens globais entram tipos diferenciados
de forcas sociais, tais como: idéias, instituições, variadas formas produtivas, assim como
blocos históricos nacionais e internacionais que se baseiam em diversas coalizões, de alianças de classe que não se limitam ao território nacional.
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