Extensão rural – sobre a instalação hegemônica do Capitalismo
Por: Vanídia Brehm • 18/5/2016 • Dissertação • 795 Palavras (4 Páginas) • 238 Visualizações
Extensão rural – sobre a instalação hegemônica do Capitalismo
- Quais processos históricos geram a instalação hegemônica do Capitalismo?
O capitalismo baseia-se na produção que se destina ao mercado, bem como para sua comercialização, troca, compra e venda. O Capitalismo comercial pode ser entendido como sistema econômico que vigorou no início do mercantilismo marcando o inicio das grandes navegações em busca de novos territórios e recursos. Com o surgimento da revolução industrial possibilitou o acúmulo de capital, e o lucro passa a ser obtido também pela produção de mercadorias. No final do séc. XIX, teve inicio o processo de concentração e centralização de capitais, este fato gerou aumento na concorrência. Com a disseminação de novas empresas e tecnologias, o conhecimento foi bastante valorizado para o desenvolvimento de novas tecnologias.
Durante esses anos todos, o processo de domínio do capital conviveu também com crises e avanços, que aumentavam ou diminuíam a exploração dos trabalhadores e das populações que lutavam e continuam lutando por uma sociedade mais justa com direitos iguais, mas a maioria delas derrotadas pela hegemonia do capital.
- Como isso se relaciona com o processo de modernização da Agricultura na América latina e no Brasil?
Nas últimas duas décadas do século XX, o capitalismo chegou a sua etapa atual, que é o domínio do capital financeiro. Essa etapa trouxe novas mudanças à agricultura tanto no Brasil como no mundo.
O capitalismo comercial, combinada com a dominação política do colonialismo dos povos do sul impôs a organização da produção agrícola, onde grandes fazendas, monoculturas, cultivavam produtos que interessavam apenas à metrópole colonial e obtinham seus lucros baseados no trabalho escravo.
No período do capitalismo industrial, este foi tomando conta da agricultura, com a subordinação da agricultura à indústria, o surgimento da propriedade privada, a introdução na agricultura do desenvolvimento tecnológico e alta produtividade. Com a ideia da Revolução verde de trazer a industrialização e desenvolvimento tecnológico à agricultura, a hegemonia do capital não pode deixar de ser o objetivo principal, como o aumento da concentração do capital em grandes empresas transnacionais, a exclusão do Estado e de políticas nacionais protetoras da agricultura e dos agricultores, a desvalorização da agricultura familiar e camponesa, entre outros. Esses aspectos e muitos outros podem ser observados com a modernização da agricultura que apesar de apresentar uma ideia para desenvolvimento das populações, se perdeu na hegemonização do capitalismo.
- Como se instala no Brasil a ideia da Extensão rural e qual é seu processo histórico de mudanças até os modelos contemporâneos de ATER?
Na mesma época do surgimento da Revolução verde, a ideia de Extensão Rural surge no Brasil. Timmer, especialista e extencionista agrícola da FAO e executor de uma missão de assistência técnica no Brasil, traz ao país os novos conceitos de extensão rural e mudanças na produção agrícola. Em seus discursos tratava a extensão como um modo de produção humanista e com benefícios sócias, mas por outro lado as técnicas difundidas tratavam o homem como um objeto tornando a produção o principal objetivo.
Processos de encontros entre extensionistas e agricultores construíram o processo histórico da Ater que se basearam em duas visões de mundo: a primeira sobre a ideia de relações sujeito-objeto e a segunda sobre relações sujeito-sujeito. A primeira se baseia numa relação de dominância, onde a instituição (Estado) define e regula o processo e realidade a ser construída na sociedade rural. A segunda se baseia na democracia, cooperatividade e parceria entre os ensinados e o aprendiz, ou seja, entre a instituição e o agricultor, construindo juntos as mudanças na realidade.
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