FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA
Tese: FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: sulflair • 23/12/2013 • Tese • 8.465 Palavras (34 Páginas) • 857 Visualizações
SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros
OLIVEIRA, NHD. Recomeçar: família, filhos e desafios [online]. São Paulo: Editora UNESP; São
Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 236 p. ISBN 978-85-7983-036-5. Available from SciELO Books
<http://books.scielo.org>.
All the contents of this chapter, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non
Commercial-ShareAlike 3.0 Unported.
Todo o conteúdo deste capítulo, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição -
Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada.
Todo el contenido de este capítulo, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative
Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported.
Família contemporânea
Nayara Hakime Dutra Oliveira
2
FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA
Família & famílias: confi gurações familiares
na sociedade contemporânea
Como já observamos, é possível verifi car que as transformações
ocorridas com o início da industrialização, o advento da urbanização,
a abolição da escravatura e a organização da população provocam
alterações nas feições familiares e sociais. A expansão da economia
acelerou o processo de retirada da produção de casa para o mercado,
e a pressão pelo consumo de bens e serviços, características inerentes
ao capitalismo, anteriormente produzidos no espaço doméstico, passa
a apertar os orçamentos familiares, e o trabalho assalariado passa a
ser um instrumento também utilizado pelas mulheres.
Apesar de todas as transformações, a nova família conjugal conserva
traços típicos da família anterior: o de controlar a sexualidade
feminina e preservar as relações de classe.
Ressaltamos que os costumes que marcaram época podem ou
não estar distantes de nossos costumes, pois, como mencionamos
anteriormente, os conceitos evoluíram ou, até mesmo, mudaram
de denominação, mas, se estudarmos esses conceitos atualmente,
poderemos verificar que, muitos deles, ainda estão presentes na
sociedade, ainda que de forma oculta.
66 NAYARA HAKIME DUTRA DE OLIVEIRA
Nessa perspectiva, Lévi-Strauss (1956, p.309) coloca que “[...]
a família baseada no casamento monogâmico era considerada instituição
digna de louvor e carinho”, fato esse que ainda permanece
em nossa realidade. Podemos até afi rmar que existem diversifi cados
e inovados arranjos familiares, novas formas de constituir-se família
dentro da sociedade, mas percebemos que permanece ainda a forma
de organização nuclear da família, ou seja, o casamento monogâmico
ainda é o que predomina atualmente.
Ainda Lévi-Strauss (1956, p.309) afi rma que os antropólogos,
contrariando o conceito de que a família é resultante de uma evolução
lenta e duradoura, inclinam-se ao oposto dessa convicção, ou seja:
A família, consistindo de uma união mais ou menos duradoura,
socialmente aprovada, entre um homem, uma mulher e seus fi lhos,
constitui fenômeno universal, presente em todo e qualquer tipo de
sociedade.
Nessa perspectiva, encontramos ainda opiniões diversifi cadas
sobre as “formas” de organização familiar. Apesar de adentrarmos
no século XXI, ainda podemos encontrar opressão feminina de maneiras
diversifi cadas, ocultadas, especialmente dentro da instituição
que busca sua modernização, preservando seu conservadorismo – a
família. Preservar as relações de classe dentro do próprio lar signifi ca
também preservar a ordem e a relação de poder, que, por diversas
maneiras, pode ser expressa, inclusive no silêncio do próprio olhar.
Atualmente, podemos encontrar uma diversidade de modelos
de famílias, sendo que
tornou-se impossível classifi car e principalmente julgar os bons e
maus “planos de família” – como poderíamos dizer de um “plano de
carreira”. Alguns encontram o seu equilíbrio numa relação estável e
fechada, uma célula voltada sobre si mesma que eles fortifi cam contra
agressões e mudanças de qualquer tipo. Eles exigem muito dos seus
parentes mas em troca se prontifi cam a dar muito de si mesmos.
Outros, ao contrário, nada querem sacrifi car da sua aventura pessoal,
RECOMEÇAR 67
preferem uma fórmula de família “personalizada”, sem constrangimentos
e sem obrigações, onde os indivíduos vem basicamente
recarregar as suas baterias
...