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FAMÍLIA E SOCIEDADE E SERVIÇO SOCIAL CONTEMPORÂNEO

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Por:   •  27/5/2014  •  1.343 Palavras (6 Páginas)  •  613 Visualizações

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No contexto da sociedade contemporânea brasileira, muitos são os aspectos reveladores dessas transições que imprimem “novas” configurações e redesenham os contornos e as fronteiras familiares. O aumento da expectativa de vida dos indivíduos, em especial nos centros urbanos, repercute diretamente na vida familiar. Este aumento propicia maior convívio entre as gerações – entretanto, essa convivência não é desprovida de tensões. A solidariedade familiar intergeracional emerge ainda como um recurso potencial para enfrentar as demandas sociais e econômicas que desafiam a capacidade da família para encontrar saídas para as questões postas em seu cotidiano. As gerações mais velhas, na pessoa dos avós, ganham assim relevância ao integrarem o sistema de apoio e trocas informais na rede familiar. A progressiva inserção da mulher no mercado de trabalho5, o controle da reprodução, a redução do número de filhos, as novas tecnologias.

FAMÍLIA COMO DEMANDA PARA O SERVIÇO SOCIAL

Com a construção do conceito da família foi se configurando também o papel destas, isto quer dizer que os laços familiares que foram reconhecidos socialmente também criaram funções sociais, suas funções são como por exemplo a responsabilidades com o apoio e a proteção de todos seus membros. A Política Nacional da Assistência Social (2004, p.29) identifica que:

[...] são funções básicas da família: prover a proteção e a socialização de seus membros; constituir-se como referências morais, de vínculos afetivos e sociais; de identidade grupal, além de ser mediadora das relações dos seus membros com outras instituições sociais e com o Estado.

E também se reconhece na família funções fundamentais como a função sexual-reprodutiva, que é essencial para a existência da sociedade, a função econômica, para a manutenção da vida, e a educacional, uma função de manutenção da cultura.

A família independente das estruturas e das funções sociais assumidas adquire o papel de mediadora entre os sujeitos e a coletividade, vincula o privado e o público, seus membros com o Estado e, além disso, a família se caracteriza como um espaço contraditório, onde a convivência é marcada por conflitos e desigualdades.

Devemos ressaltar que a família pode ou não se mostrar capaz de alcançar a efetivação das funções sociais. De acordo com a PNAS2 (2004, p.29) “O importante é notar que esta capacidade resulta não de uma forma ideal e sim de sua relação com a sociedade, sua organização interna, seu universo de valores, entre outros fatores.” Conforme enfatiza a Política Nacional da Assistência Social não existe uma forma ideal para a efetivação das funções sociais da família, é preciso notar que esta capacidade esta ligada com a maneira que a família esta vinculada à sociedade, com ela mesma e com os seus valores.

A família é um sujeito individual e coletivo ao mesmo tempo, por isso essas demandas são individuais e coletivas, uma parte da intervenção deve ser imediata por questões de vitalidade, mas a intervenção verdadeiramente deve acontecer nas demandas sócio-históricas e deve ser analisada na objetividade e na subjetividade da situação. Conforme citaremos adiante.

Essas demandas aparecem nas famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade e risco social, como a família que esta com fragilidade ou ruptura dos vínculos de afetividade e sociabilidade, ou que não estão conseguindo por fatores econômicos ou sociais cumprir o papel de proteção dos diversos ciclos da vida, famílias que vitimizam por meio de maus tratos ou outros tipos de violência suas crianças e adolescentes, famílias com dificuldade de aceitação dos membros portadores de necessidades especiais, violência intrafamiliar contra a mulher, famílias com jovens em conflito com a lei, essas e muitas outras demandas aparecem para o Serviço Social e exigem uma intervenção da qual falaremos adiante.

A Família e o Serviço Social

A família aparece como demanda para o Serviço Social quando ocorre algum problema ou conflito na função social, ou seja, quando a família por certo motivo não consegue cumprir o seu papel. Deve-se apreender a família do ponto de vista teórico com um pensamento crítico, desvelando a realidade, analisando as relações de totalidade e principalmente considerando as determinações históricas, para não culpabiliza-la e nem fazer uma psicologização das questões que são sociais. Para se ter uma visão crítica de família é preciso analisá-la como uma construção histórica, como apontamos no segundo item deste trabalho. A ação do Assistente Social deve ser transformadora, buscando a emancipação e o autodesenvolvimento da família. O profissional deve atuar nas demandas, essas demandas deverão providenciar respostas, as demandas institucionais que são demandas objetivas, imediatas, devem ser respondidas com o desenvolvimento e a utilização de instrumentos (meios) para atingir seus objetivos, estes instrumentos podem ser: os bens, serviços, benefícios, programas e projetos, porém o âmbito da ação profissional deve transcender a demanda institucional, passando assim para a demanda sócio-profissional, compreender as demandas na sua totalidade, as suas contradições, a sua relação com a sociedade e assim o Assistente Social deve articular, criar meios para que família crie condições para cumprir a sua função social. O Assistente Social como um profissional que tem como seu objeto de intervenção as necessidades sociais, deve intervir nas expressões da Questão Social.

Estas expressões da Questão Social rebatem no campo de trabalho como uma consequência do sistema que fundamenta o capitalismo, aparece no sujeito

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