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FATORES QUE CONTRIBUEM PARA CRISE

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Por:   •  5/5/2014  •  458 Palavras (2 Páginas)  •  345 Visualizações

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3. O EFEITO-CONTÁGIO DA CRISE INTERNACIONAL SOBRE AS CONTAS EXTERNAS BRASILEIRAS

A crise financeira atual, que se originou no mercado subprime norte-americano em julho de 2007, contaminou, logo nos seus primeiros meses, os demais países desenvolvidos. No primeiro semestre de 2008 começou a se espraiar para alguns países emergentes, mas, somente em meados de setembro, quando ela se converteu em um fenômeno sistêmico, observou-se seu transbordamento praticamente generalizado para esses países. Nem mesmo aqueles com bons fundamentos e políticas econômicas consideradas saudáveis ficaram incólumes.O efeito-contágio da crise sobre as regiões emergentes ocorreu mediante vários canais de transmissão – que derivam das múltiplas relações de interdependência entre as economias emergentes e avançadas –, muitos dos quais se autorreforçaram (CEPAL, 2008; IMF, 2008; ROSALES, 2010). Dentre os mecanismos de transmissão que surtiram impacto direto sobre os mercados de câmbio e o balanço de pagamentos, destacam-se:

i) a retração dos investimentos de portfólio em um contexto de crescente aversão ao risco e preferência pela liquidez;

ii) a diminuição e, após a falência do Lehman Brothers, a virtual interrupção dos créditos externos, inclusive daqueles direcionados ao comércio exterior;

iii) a queda dos fluxos de IDE diante da desaceleração nos países avançados;

iv) a redução da demanda externa desses países e dos preços das commodities;

v) o aumento das remessas de lucros pelas filiais das ETs e dos bancos estrangeiros;

vi) a redução das transferências unilaterais dos imigrantes.

Dois canais adicionais, que não têm impacto direto sobre as contas externas, verificaram-se em alguns casos: a retração mais forte do crédito interno pelas filiais dos bancos estrangeiros, e; as operações com derivativos cambiais, que tiveram um papel importante nas depreciações cambiais na Coréia, Brasil e México. O impacto desses canais, todavia, foi heterogêneo entre as economias emergentes devido a um conjunto de características específicas – dentre os quais, os graus de abertura financeira e comercial, a estrutura da pauta de comércio exterior, os regimes cambial e monetário, o grau de vulnerabilidade externa e de descasamento de moedas; a situação das contas públicas – bem como às respostas de política econômica. Se, em um primeiro momento (especificamente, no último trimestre de 2008), o efeito-contágio da crise atingiu todas as moedas emergentes de forma praticamente indiscriminada, ao longo de 2009 as diferentes situações macroeconômicas (especialmente, os resultados em transações correntes e das contas públicas e a proporção do endividamento externo ou doméstico em moeda estrangeira) condicionaram não somente as trajetórias das taxas de câmbio e de juros e dos níveis de atividade e emprego, mas também o grau de liberdade e a eficácia das iniciativas anticíclicas de política econômica.

No segundo semestre de 2009 – quando emergiu uma nova etapa da crise global, caracterizada pela melhoria significativa dos mercados e instituições financeiras e pela recuperação das economias avançadas (IMF, 2010) –, a liquidez abundante, as

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