Familias de crianças e adolescentes abrigados
Por: dione75 • 28/5/2017 • Relatório de pesquisa • 416 Palavras (2 Páginas) • 182 Visualizações
Famílias de crianças e adolescentes abrigados reprodutivas e os exames de DNA são aspectos fundamentais6 na constru ção dos vínculos familiares atuais. As novas representações construídas sobre os papéis feminino e masculino redimensionaram significativamente os acordos, as estruturas de poder, as formas de expressão da sexualidade, dos afetos na família (GIDDENS, 1993, 2000; ROUDINESCO, 2003) e, portanto, as relações familiares e de gênero7 . A multiplicação das famílias monoparentais8 (VITALE, 2002; FONSECA, 2002; WALL et al., 2002; SILVA, 2006), o crescimento do número de mulheres chefes de famílias9 , o aumento dos divórcios/separações e dos recasamentos são também indicadores das alterações pelas quais passa a vida familiar. Esses processos que ocorrem nos laços familiares não se dão de modo linear, mas no terreno das contradições, das ambigüidades e dos conflitos. Transformação e continuidade se aliam quando se trata da família. Este breve e introdutório percurso não só sinaliza para as mudanças do ponto de vista sociocultural que penetram o cerne da vida familiar, mas também aponta para a diversificação de modos de viver em família, ou seja, não há uma única configuração familiar (SZYMANSKI, 2004; LE GALL e MARTIN, 1996; SARTI, 2003). Outro ponto a ser enfatizado diz respeito aos impactos distintos dessas mudanças segundo os diferentes segmentos sociais. Por essa razão, não se pode tomar por base um único referencial para a aproximação da realidade familiar. Como se sabe, as mudanças que afetam a vida das famílias estão em forte vinculação com aquelas que ocorrem na esfera pública. As condições sociais, advindas da inserção das famílias como classe social, marcam suas histórias e suas trajetórias. 6. As mudanças que envolveram a separação entre reprodução e sexualidade foram construídas a partir da década de 1960. Na década de 1980, observa-se o efeito das novas tecnologias reprodutivas; na de 1990, houve a divulgação dos exames de DNA para identificação da paternidade. Esses avanços tecnológicos interferiram substancialmente nas relações entre homens e mulheres e pais e filhos ao longo do percurso de vida. Sobre esse tema ver Sarti (2003) e Fonseca (2002). 7. Sobre relações de gênero e paternidade ver Lyra (2003); Bruschini e Pinto (2001); Scott (1990). 8. Os estudos, na perspectiva histórica, revelam que essa forma de “arranjo” familiar já emergia na sociedade colonial. Ver Samara (1983); Correa (1993). 9. Segundo o Censo de 2000 (IBGE), as famílias chefiadas por mulheres, no Brasil, representam em torno de 26%. De acordo com a PNAD/2004, 27,0% das mulheres declararam-se como pessoas de referência da família brasileira (IBGE, 2005).
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