"Federalista": a gênese de uma nova forma de governo
Projeto de pesquisa: "Federalista": a gênese de uma nova forma de governo. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: guidigital • 25/10/2014 • Projeto de pesquisa • 7.979 Palavras (32 Páginas) • 687 Visualizações
----------------------- Page 1-----------------------
“O Federalista”: gênese de uma nova forma de governo1
Job Duarte Morais*
Eliete Nascimento Borges**
João Nascimento Borges Filho***
Resumo: A obra O Federalista é uma série de 85 artigos, argumentando em favor da
ratificação da Constituição dos Estados Unidos. Representa a estruturação do Esta-
do americano e a implementação de uma nova forma de governo até então nunca
vista. A questão da liberdade sai do campo da teoria, passando para a prática.
Palavras-chave: Federalista. Federalismo. Governo. Liberalismo.
“The Federalist”: genesis of a new form of government
Abstract: The book The Federalist is a series of 85 articles arguing for the ratification
of the Constitution of the United States. It represents the structuring of the American
State and the implementation of a new style of government never seen before in
which the freedom issue transcends theory and goes into practice.
Key words: Federalist. Federalism. Government. Liberalism.
1 Artigo apresentado ao professor Dr. Josênio Parente, como avaliação da disciplina: Teoria Política I, Mestrado
Profissional em Planejamento e Políticas Públicas da UECE.
*Acadêmico do curso de Mestrado Profissional em Planejamento e Políticas Públicas/UECE. Pós-Graduado em
Metodologia do Ensino Superior. É coordenador do Curso de Administração/FAMA. Professor no Centro de
Educação Profissional do Amapá/CEPA e da Faculdade SEAMA.
**Acadêmica do curso de Mestrado Profissional em Planejamento e Políticas Públicas/UECE e Especialista em
Segurança Pública e em Ciências Forenses (IDEAP/FAMAP). Diretora-Presidente da Polícia Técnico-Científica
do Amapá. Enfermeira/UEPA e Perita Criminal da POLITEC/AP.
***Acadêmico do curso de Mestrado Profissional em Planejamento e Políticas Públicas/UECE. Especialista em Psi-
copedagogia e Metodologia do Ensino Superior/FISS-RJ. Pró-Reitor de Extensão da Universidade do Estado do
Amapá/UEAP. Conselheiro Federal da Ordem dos Advogados do Brasil-OAB/CF. É professor efetivo da Univer-
sidade Federal do Amapá/ UNIFAP. Foi Vice-Reitor e Pró-Reitor de Graduação da UNIFAP.
74
----------------------- Page 2-----------------------
Introdução
Inúmeros teóricos abordaram o tema “formas de governo”. Porém, e até en-
tão, não havia o desapego às práticas da antiguidade. Neste sentido, pensadores que
trataram e defenderam o federalismo, além de avançarem para uma nova forma de
governo, inovaram, saindo da teoria, passando para a praticidade, com a sua imple-
mentação, tomando a questão da liberdade com novo foco e sob uma nova ótica,
originados com as discussões decorrentes da aprovação da Constituição Americana
no século XVIII.
A obra O Federalista é uma série de 85 artigos argumentando em favor da
ratificação da Constituição dos Estados Unidos. É o resultado de reuniões que ocor-
reram na Filadélfia em 1787 para a elaboração da Constituição Americana. Essas
reuniões renderam vários artigos publicados em Nova York, assinados por Publius.
O propósito: ratificar a Constituição Americana.
Nem sempre, assim, a produção da ciência política adveio da simples pesquisa.
Ressalte-se ainda que se “tratava de uma polêmica: a Publius opunha-se Brutus, que
era o pseudônimo sob o qual se apresentavam os antifederalistas” (LEONEL, 2007).
Antes de entrarmos no tema que nos dispomos a comentar, é extremamente
importante fazermos de forma bem sucinta uma síntese a respeito dos principais
filósofos que sustentam a teoria política moderna. Então, vejamos:
Nicolau Maquiavel (1469-1527): Este pensador foi o fundador da ciência
política moderna e não aceitava a divisão clássica dos três regimes políticos (monar-
quia, aristocracia e democracia). Defendia que qualquer regime político pode ser
legítimo e ilegítimo, sendo o valor que media a legitimidade e a ilegalidade – a liber-
dade. O poder do príncipe deve ser superior aos “grandes” (aristocratas e ricos) e
estar a serviço do povo, ou seja, separa o ethos moral do ethos político. Maquiavel
rejeita a tradição idealista de Platão, Aristóteles e Santo Tomás de Aquino e segue a
trilha inaugurada pelos historiadores antigos, como Tácito, Políbio, Tucídides
...