Formas elementares da vida religiosa e metodo comparatido de Radcliffe-Brown
Por: Suéllen de Lana • 27/9/2016 • Artigo • 1.389 Palavras (6 Páginas) • 461 Visualizações
1) Explique a seguinte afirmação: “Portanto, entre essas duas espécies de
representações [conhecimentos empíricos e categorias] existe toda a distância que separa o individual do social /.../. A sociedade é uma realidade sui generis”. “/.../o homem é duplo. Nele existem dois seres: um ser individual, que tem sua base no organismo /.../ e um ser social” (Durkheim, E. As Formas Elementares da Vida Religiosa, col. Os Pensadores, São Paulo:Abril Cultural, 1973, p. 518).
R. Para que possamos entender essa divisão no homem em que fala Émile Durkheim, precisamos entender um pouco sua época e sua forma de pensar. O momento na história em que ele viveu foi na Europa no século XIX, contemporâneo aos ideais iluministas e racionalistas onde a razão é suprema e que a ciência aflorando, nada mais lógico do que tornar o estudo da sociedade uma ciência. No momento em que Comte dente a dizer como é que deve ser gerenciada a vida em sociedade, Durkheim da um passo atrás e estabelece que o estudo da sociedade serve para explicar a sociedade como ela é e como ela se forma. Cunhando a sociologia Durkheiniana.
Pra isso precisamos entender duas teorias desse autor:
1) Fato Social: Durkheim nos da as características do que vem a ser o fato social é coercitivo - ele se impõe/obriga algo sobre o individuo -É geral - aplica-se a qualquer indivíduo em qualquer situação - E é externo ao indivíduo.
Solidariedade Mecânica: sociedades simples(aborígenes, indígenas…), onde a diferença social é baixa. Uma sociedade de ligação de pontos;
Solidariedade Orgânica: tipica sociedade industrial com a alta diferenciação social a necessidade de integração é maior, simplesmente pelo fato de seus meios de vida não serem literalmente feitos por você, e sim adquirido de alguma forma;
Isso tudo é importante para entendermos que Durkheim acredita numa ‘cola’ que mantem a sociedade unida.
2) Consciência Coletiva: Tem mesma forma geral e a estrutura do fato social, na verdade, a consciência coletiva também é um fato social, mas não só. Aqui o autor traça um paralelo entre a ética e a moral do indivíduo e a própria sociedade tendo uma ética e moral própria( que pode ser divergente a individual). E é justamente essa ética e moral separada do individuo que é a consciência coletiva.
Ela determina de forma geral quais serão seus usos, seus costumes, as leis, as permissões, o que deve acreditar ou não. Como não existia o conceito de “CULTURA” em sua época, apesar dela sempre existir em sua forma aplicada, é basicamente a mesma coisa, apenas que a expressão surgiu posterior a Durkeim.
Em uma sociedade de solidariedade mecânica, uma sociedade simplista, essa consciência consegue coergir de forma muito mais forte. Isso geralmente em sociedades pré industrialização
Podemos imaginar como é retratada em filmes relacionados a Idade Média onde podo personagem tem uma pressão ridiculamente pesada e forte do certo e do errado, e as coisas são porque são e só.
A consciência coletiva existe em todas as sociedades, mas nas sociedades menores, a consciência coletiva é maior. Em outras palavras, há uma relação inversamente proporcional entre industrialização e consciência coletiva.
Agora sim, no livro que é nossa analise aqui Formas Elementares da Vida Religiosa, Durkeim vai nos mostrar que a religião tem papel importante na sociedade. Ele se aproxima da religião através do que é sagrado e do que é profano, e define que isso esta em todas as religiões, todas tem um fundamento e que elas precisam de um ritual ou de pessoas especializadas nisso(Cléro). Aqui o autor relaciona o totemismo com o conhecimento da sociedade, religião e ciência, sagrado e profano e junta tudo, misturando-as(demorei pra entender isso). Necessariamente o individual é profano e o coletivo é sagrado
O objetivo do autor é estudar a religião mais simples de sua atualidade e explicar e sem recorrer a nenhuma outra religião que tenha vindo antes dela.
Ele é positivista exatamente por não negar a história e nem acreditar que a religião acabará. Ele afirma a história e identifica que tem uma função sociológica para a religião e por isso ela vai se permanecer, mesmo sofrendo algumas mudanças.
A religião pode desenvolver uma vida coletiva, e com essa vida coletiva os conceitos universais. Em contrapartida, o autor em determinado momento diz que toda religião, mesmo a mais simples, possuem elementos que se produzidos em conjunto à tornam complexa.
Durkheim usa as tribos totêmicas aborígenes da Austrália.
Os totens são a materialização da coerção social, em outras palavras, nada mais são do que estabelecer quase que através de leis, nesse caso leis religiosas, do que fazer ou não fazer. Os rituais são formas periódicas de reavivar essas leis da consciência coletiva, que para o autor é exterior ao indivíduo porém não é externo ao mundo, mas não a um deus e sim ao coletivo. Apropriando-se de um determinado conceito universal.
Uma capacidade do coletivo é muito diferente de uma capacidade individual. Por isso atribui ao transcendental, por outro lado, embeleza a fonte do poder(ou obediência) para então coagir o indivíduo, a sacramentando. Portanto, o social está acima do individual exatamente por perdurar mais do que uma única vida, ou seja, ela ultrapassa gerações.
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