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Formação De Hábitos Alimentares

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Por:   •  7/4/2014  •  1.536 Palavras (7 Páginas)  •  306 Visualizações

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Formação de Hábitos Alimentares

A alimentação do homem foi, a princípio, moldada pelos recursos disponíveis a ele, assim, seus hábitos alimentares foram condicionados à disponibilidade de alimentos regional, que variam de acordo com as condições naturais do local que habita. E esses hábitos se tornam sólidos devido à repetição frequente e duradoura de um ato, uso ou costume (ABREU; VIANA; MORENO; TORRES, 2001). Porém, as condições naturais não são as únicas a moldar um hábito, ele também tem influência religiosa, histórica, econômica e da globalização, entre outros.

Durante a pré-história, como o homem era nômade, os hábitos alimentares dependiam unicamente das condições naturais e para matar a fome, portanto, viviam da caça, pesca, frutos, vegetais, cereais silvestres, etc., que encontravam, assim estavam sujeitos à escassez de alimentos e migrações de animais, o que o obrigavam a mudar de local. Aos poucos, o homem trocou a vida nômade pela vida em pequenas aldeias, aprendeu a colher e domesticar pequenos animais, iniciando-se na vida pastoril. Dispunha, então, de carne, leite, tirava a manteiga, coalhava o leite, fazia queijo, fiava a lã, tecia agasalhos (ORNELLAS, 2000). Com isso seu modo de vida mudou, portanto, seus hábitos alimentares também, pois com a domesticação dos animais já não precisava mais caçar e deles obtinham outros produtos, que antes com a vida nômade não era possível, como a manteiga, o queijo, além do aprendizado de novas técnicas de produzir e conservar alimentos.

Através da evolução dos utensílios e objetos que proporcionavam maior facilidade para simplificar tarefas e ampliar sua eficácia, e da descoberta do fogo, surgiram os alimentos assados e cozidos, que transformaram a alimentação, assim abriu-se um leque de oportunidades, o alimento saiu do cru para o cozido. O alimento se tornou comida, passou do estado de selvageria para o universo socialmente elaborado que a sociedade humana define como sendo o de sua cultura, de sua ideologia (DAMATTA, 1984). A partir dessa transformação do alimento em comida, o valor dado à alimentação se tornou maior, pois ela deixa de apenas nutrir o corpo passa a ser uma fonte de prazer.

Agregando novas preparações a alimentação do homem, mudam os hábitos alimentares, que com o ritual de preparação do alimento em comida, que vai da escolha dos alimentos que serão utilizados à forma que será feito, se será cozido, assado, a quantidade que deve ser colocada, o ponto ideal que se deve parar o cozimento ou o assado para que esteja do seu agrado, começa a agregar significados a essa comida. Isso acontece, pois na escolha do alimento alguns fatores como a origem do alimento e se ele é considerado comestível ou não, são levados em conta, e cada cultura tem seu motivo para considerar ou não esse alimento comestível ou duvidar da sua origem, como para os judeus, onde um rabino deve supervisionar o sacrifício de animais destinados à alimentação, para certificar-se de que é feito de acordo com o “kosher”, que consiste em retirar todo o sangue com um único corte no pescoço do animal, já que o sangue é considerado tabu por ser uma substância sagrada (ORNELLA, 2000).

Os tabus (proibições) estão bastante presentes na formação de um hábito alimentar, e em sua maioria são ditados pela religião, mas também por temores de intoxicação, misturas alimentares, como no Japão onde crêem fazer mal camarão frito com melancia, carne de caranguejo com água gelada, bife com espinafre e evitam combinar dois pescados de água salgada na mesma refeição ou dois alimentos naturalmente adocicados, como batata-doce e milho, com peixe cozido, etc. (ORNELLAS, 2000). Para entender o porquê de tantas restrições religiosas em determinados hábitos alimentares, sobre os tabus Romanelli (2008, p. 335-6) afirma que:

As proibições do consumo de determinados alimentos não pretendem proteger o 'organismo biológico', mas objetivam defender o 'organismo social' dos membros de determinado grupo religioso, fixando suas identidades em contraponto às identidades de participantes de outros grupos religiosos. Essas regras dietéticas não têm apenas caráter prático, fundado no conhecimento acerca das propriedades dos alimentos, mas fazer parte de um sistema simbólico mais amplo, ancorado na idéia de sagrado.

Antes das Grandes Navegações, que iniciaram o intercâmbio cultural, a alimentação era calcada nos recursos disponíveis em cada região. Analisando a Europa, vemos que como é banhada pelo mar e tem clima ameno, muitos paises como a Espanha, Portugal, Grécia, utilizam muitos peixes e frutos do mar em suas receitas, pois existem em abundância, mas também têm disponíveis legumes e vegetais como a couve, agriões, repolhos, cebola, alho, acelga, lentilhas, ervilhas, etc. Portanto, podem criar uma alimentação mais variada, utilizando de várias técnicas de cocção, diferente do Alasca, que também é banhado pelo mar, porém tem um clima mais rigoroso. Os esquimós, nativos do Alasca, podem ser considerados como os maiores comedores de carne da face da Terra, pois sua alimentação é feita basicamente de carne vermelha e fígado, e buscam aproveitar todas as partes dos animais, que preferem comer cru, pois os recursos vegetais são escassos para complementar sua alimentação. Alimentam-se também de baleias, pequenos peixes e da foca barbada, que criam em cercados (ORNELLAS, 2000). Através desse exemplo, é possível verificar como as condições naturais podem influenciar nos hábitos alimentares, pois dois locais banhados pelo mar, porém com climas diferentes, criam formas de alimentação e de suprir suas necessidades nutricionais de acordo com o que a natureza proporciona de alimento.

Os hábitos alimentares também sofrem influência econômica, onde quanto menor a renda da população, menos recursos financeiros para a sua alimentação, o que restringe o acesso a determinados alimentos e a repetição dos que essa população tem acesso. Populações de baixa renda têm sua dieta estabelecida através de alimentos

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