Fundamentos Teoricos Do Serviço Social
Casos: Fundamentos Teoricos Do Serviço Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ThaysLayane • 4/10/2014 • 2.176 Palavras (9 Páginas) • 1.722 Visualizações
AESET- Autarquia Educacional de Serra Talhada FACHUSST- Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Serra Talhada DISCIPLINA- Fundamento Teórico Metodológico do Serviço Social I CURSO – Serviço Social PROFESSORA- Adathiane Andrade ALUNA- Thays Layane Q. dos Santos
FICHAMENTO
“Igreja, Relações de Produção Capitalistas e o Período de Gênese da Profissão”
Serra Talhada – PE
CAPÍTULO II
“Igreja, Relações de Produção Capitalistas e o Período de Gênese da Profissão”
Serra Talhada – PE
CAPÍTULO II
Igreja, Relações de Produção Capitalistas e o Período de Gênese da Profissão
Em primeiro lugar, é preciso estabelecer como entendemos a função concreta que o Serviço Social desempenha no interior das relações sociais entre as classes; e, secundariamente, qual o papel que a religião católica e sua Igreja tiveram durante o período da gênese, da formação do Serviço Social com uma atenção particular às implicações de caráter extra-religioso que o catolicismo trouxe à configuração do Serviço Social. No que concerne ao primeiro ponto, valemo-nos do enfoque segundo o qual a profissão só pode ser entendida no interior do desenvolvimento das relações de produção capitalistas. (pág.44). O surgimento das primeiras escolas de Seviço Social na América Latina cristaliza uma situação prévia e introduz algumas mudanças significativas no percurso histórico da profissão. É pertinente indagar qual a significação qualitativa do imgresso do Serviço Social no âmbito da Universidade e do estatuto diferenciado que, em cada contexto, este fato lhe atribuiu. As formas de organização popular em particular, da classe operária, progressivamente, foram apresentando novas exigências sociais, a que se tentou responder através de mecanismos distintos. (pág.45). Portanto, impõe-se a necessidade de o capital articular macanismos preventivos e de manipulação que, sob a forma de cuidados às necessidades dos trabalhadores, facilitem as condições para a sua reprodução. A subordinação da força de trabalho ao capital traz consigo um complexo de fenômenos que, aos olhos dos pensadores do Serviço Social, apareciam como disfuncionalidades, a serem corrigidas mediante a utilização de recursos técnicos nos quais, supostamente, estava o remédio para os males sociais. (pág.46). Como Gramsci explicou:“o operário, por exemplo, não se caracteriza especificamente pelo trabalho manual ou instrumental, mas por este trabalho em determinadas condições e em determinadas relações sociais”. É nessa ótica que se deve visualizar a relação Igreja-Serviço Social, pois os vínculos daquela com o assistencialismo profissional foram mudando de caráter conforme as transformações sociais reclamaram uma redefinição não só do assistencialismo católico, mas também da doutrina social da Igreja, das suas políticas de relações de poder no bojo do novo quadro emergente de forças. Os elementos que mais colaboram para o surgimento do Serviço Social tem origem na Ação Católica, intelectualidade laica, estritamente ligada à hierarquia católica, que propugna, com visão messiânica, a recristianização da sociedade através de um projeto de reforma social. (pág.47). A Ação Católica prende-se a um projeto de recuperação da hegemonia ideológica da Igreja incentivado oficialmente pela hierarquia e tendo como suporte as encíclicas papais, lutando contra o materialismo liberal e contra a agitação social de cariz anarco-comunista. Dois aspectos, o político e o ideológico, permiten destacar a conexão da Igreja com os intelectuais:“A Igreja mantem uma unidade ideológica ‘oficial’ através de dois meios: a política e a evolução ideológica progressiva. Como em toda ideologia, a relação entre os diferentes níveis da religião está assegurada pela política; neste caso, exercendo-se uma férrea disciplina sobre os intelectuais, que não ultrapassem certos limites na distinção e não a tornem catastrófica e irreparável”. Portelli assinala:“...Não poderiamos explicar a posição da Igreja na sociedade moderna se não levarmos em conta a importância do seu material ideológico, dos seus duradouros e pacientes esforços para operar a sua própria secção da estrutura material da ideologia. Este material ideologico é essencialmente constituído pela literatura e pela imprensa..., bem como pela orgsanização escolar e universitária que a Igreja preservou”. (pág.48). Na América Latina, desde os primeiros momentos a Igreja católica desempenhou um papel de extrema importância; e a sua significação social e política foi natavelmente acrescida ao longo do domínio colonial. Ela determinou os intelectuais orgânicos e, durante muito tempo, a categoria intelectual mais típica, monopolizadora dos serviços relevantes a ideologia religiosa, a filosofia, a ciência da época, a educação, amoral, o ordenamento dos costumes, a própria noção de justiça, foi a dos intelectuais clericais. (pág.49). A Igreja, responsável pelo segmento mais vasto dos intelectuais orgânicos da sociedade oligárquica, respondeu também pela direção cultural adequada às exigências da hegemonia social das classes dominantes. Por outra parte, a Igreja movia-se no interior de um projeto mais geral de reforma social, cujo principal conteúdo era a luta pela recuperação da hegemonia cristã, quando esta começou a perigar em função tanto da influência marxista quanto da proposta liberal. Como elemento da estratégia destinada a recuperar a sua hegemonia ideoligica, tanto a hierarquia católica quanto os leigos valorizaram em maior grau a ação social e a participação ativa e organizada dos crentes na vida social, criando-se, para colimar estes objetivos, os suportes de tipo legal e institucional. (pág.50).
1. A ação social da Igreja e as encíclicas papais
Entre seus instrumentos mais importantes destacam-se as encíclicas papais, que, em mais de uma ocasião, representaram modificações substantivas
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