Geografia pequena história crítica
Por: Mariana Elisa • 6/7/2017 • Resenha • 2.732 Palavras (11 Páginas) • 1.170 Visualizações
FICHAMENTO – “GEOGRAFIA: PEQUENA HISTÓRIA CRÍTICA”, ANTONIO CARLOS ROBERT MORAES.
Este resumo sintetiza a obra de Antonio Carlos Robert Moraes, geógrafo brasileiro e professor da USP, que faz uma introdução geral e didática sobre a ciência geográfica e suas correntes. O primeiro capítulo trata de definir o que é geografia sob diversas perspectivas. A definição etimológica da palavra Geografia é descrição da Terra – na concepção kantiana. Para o autor, existem duas classes de ciências, as especulativas e as empíricas, dividindo a geografia em humana e física. Caberia a geografia descrever e analisar todos os seus fenômenos. Outra definição da geografia se trata ao estudo da paisagem com elemento da discussão das formas morfológicas e o seu funcionamento.
A geografia também se dedica a intender o estudo da individualidade dos lugares como foi colocada pelos autores Heróddo e Estrabão nas regiões por onde andaram mostrando aspectos sociais e naturais, e assim, deram o ponto de partida para a geografia regional. Outras perspectivas são introduzidas na geografia, como a ecologia, buscando a interação dos fenômenos distintos de uma determinada porção do espaço. O espaço como objeto da geografia busca a lógica e localiza os fenômenos essenciais para a dimensão do espaço. Outros autores definem a geografia como estudo da relação homem e meio, buscando explicar e relacionar entre sociedade e natureza. Nessa visão, o homem seria passivo e receberia como efeitos todos os fenômenos naturais. Ainda relacionado a esta perspectiva, há autores que veem o homem como agente transformador da natureza.
Diante de todas essas perspectivas, se percebe a dificuldade de definir ao objeto e o que é a própria geografia. Dentro disso, as várias definições do objeto do estudo da geografia é uma linha do pensamento da geografia tradicional, sobre o positivismo. Outra corrente é a geografia renovada, que não se preocupa com a definição do objeto. O primeiro manifesto, esta no positivismo no trabalho cientifico e dominando os fenômenos, restringindo aos aspectos visíveis do real e palpáveis. A análise dos fenômenos nos mostra que a geografia é uma ciência pautada na observação, na enumeração e na classificação de fatos referentes ao espaço. Sendo que a geografia sempre procurou ser uma ciência natural dos fenômenos humanos, na qual o homem é um agente modelador.
Como uma disciplina que relaciona e ordena os conhecimentos produzidos por todas as outras ciências, servindo para encobrir a indefinição do objeto da geografia. A continuidade do pensamento geográfico é compreendido numa visão expressiva como o principio da unidade terrestre dizendo que a terra é um todo e pode ser compreendido como um conjunto. Os princípios desse conjunto fornecem sustentação da autoridade e legitimidade da geografia e são assimilados pelos sem crítica. Alguns geógrafos dizem que a geografia é uma prática social, referente ao espaço terrestre, sendo que está prática, deve ser analisada e investigada no estágio da luta ideológica, desenvolvida nesse campo de debate, que é a geografia.
A rotulação da geografia se deu desde a Antiguidade Clássica, especificamente ao pensamento grego. Uma das delimitações do pensamento grego era com Tales e Anaximandro privilegiado o espaço e a discussão do formato da terra. Existiam autores que rotulavam os seus estudos como Cláudio Ptolomeu que escreveu a obra síntese geográfica resgatando o pensamento grego clássico, e também, Bernardo Varenius com a obra geografia generalis. No final do século XVIII não era possível padronizar o pensamento geográfico, eram considerados geografia os relatos de viagens e o conhecimento existente sobre fenômenos naturais. Uma das primeiras questões propostas era a extensão real do planeta, ao conhecimento das formas dos continentes isto era a estrutura da ideia de conjunto terrestre.
A ocupação dos territórios que eram descobertos, não era um processo simples, precisavam ser conquistados e estabelecer constantes, aproximando-se destas áreas . O processo de exploração das colônias, através das atividades comerciais contribuíram para se fazer um levantamento técnico sobre os fenômenos naturais, o que gerou um interesse das metrópoles que procurou agrupar o material recolhido nos escritórios coloniais e na sociedade geográfica. Com o surgimento das correntes filosóficas do século XVIII, propõe-se uma valorização do território geográfico, buscando compreender fenômenos naturais .
Outra questão geográfica foi colocada pelos autores pensadores do iluminismo discutindo as formas de poder e a organização do Estado. Rousseau dizia que a democracia só podia existir em áreas menores porque em áreas extensas a forma de governo seria autocrática. Os trabalhos desenvolvidos pela economia política, atuaram no desenvolvimento dos temas geográficos, e foi responsável pela análise dos fenômenos da vida social, como a produtividade do solo, a diferenciação dos lugares , em termos de recursos minerais.
Este conjunto de teorias do destaque a explicação da evolução das espécies, a adaptação ao meio seria um dos processos fundamentais. Haeckel discípulo de Darwin desenvolveu a ideia de ecologia, isto é do estudo da interrelação de elementos que combinam um determinado espaço. A geografia é síntese das singularidades ocorridas pelo processo da transição feudal capitalista, onde surgiu o capitalismo.
A situação histórica da Alemanha, no inicio do século XIX, época em que se dá a eclosão da geografia, é de atraso na introdução do capitalismo neste país. O estado nacional não estava constituído, era um aglomerado de feudos, cuja ligação ainda reside alguns traços culturas comuns. O poder estava nas mãos dos proprietários de terras, a estrutura feudal estava cheia, neste momento é que ocorre a penetração das relações capitalistas, sem romper com a ordem vigente.
Com a sedimentação do capitalismo e com expansionalismo napoleônico, surge nas classes dominantes alemãs a ideia de unificação nacional, com congregado os principados alemães os reinos da Áustria e da Rússia. Temas como organização do espaço, apropriação do território, variação regional entre outros, eram discutidos palas classes dominantes da Alemanha.
As colocações iniciais do sentido da sistematização da geografia vão ser obras de autores prussianos ligados aristocracia: Alexandre Von Humboldt, conselheiro da Prússia e Kal Ritter, vindo de uma família de banqueiros. Eles vivenciaram a revolução francesa, e ocupando altos cargos da hierarquia universitária alemã. Alexandre Von Humboldt, possuía informações naturalista e realizou várias viagens. Entendia a geografia como uma síntese de todos os conhecimentos relativos a terra.
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