Geografia: Pequena Historia Critica
Por: Roberto Santana • 26/10/2018 • Resenha • 807 Palavras (4 Páginas) • 386 Visualizações
IFSP – Instituto Federal de São Paulo
Curso: Licenciatura em Geografia
Universitário: Roberto Santana
Resenha do Texto: MORAES, Ant. Carlos Robert. Geografia: Pequena Historia Critica. Cap 1 e 2. São Paulo: Hucitec, 1994.
No primeiro capitulo da obra “Geografia: Pequena História Crítica” de Antônio Carlos Robert Moraes, intitulado “O objeto da Geografia”, o autor inicia com reflexões sobre a dificuldade sobre definir a matéria tratada pela geografia, essa dificuldade tem como origem as múltiplas definições do objeto desta ciência.
A primeira definição apresentada é a mais usual, entretanto acaba sendo o mais vago. Geografia como o estudo da superfície terrestre, apoia-se no significado etimológico da palavra: Descrição da Terra, tendo como origem as concepções das ciências empíricas, apoiadas por observação e sensações, propostas por Kant, que coloca a geografia como uma ciência sintética e descritiva que visa abranger uma visão de conjunto do planeta.
A segunda definição é geografia como estudo da paisagem, essa perspectiva acaba introduzindo através da variante fisiológica a Ecologia em seu domínio, pois a geografia fica responsável por buscar as inter-relações dos fenômenos existentes em um determinado espaço terrestre. Outra variante apresentada é a Morfológica que mantem o caráter descritivo, focando na discussão das formas.
A definição seguinte refere-se na Geografia como estudo da individualidade dos lugares, onde para se entender o caráter singular de cada porção do planeta é necessário se estudar todos os fenômenos presente em uma determinada área, visando valorizar a individualidade local. Advém de autores da Antiguidade Clássica, tendo na modernidade a Geografia Regional, que propõe o estudo de uma unidade espacial, região, passível de ser individualizada em função de suas características próprias, a sua expressão mais desenvolvida.
A proposta mostrada em seguida é a Geografia como estudo da diferenciação de áreas, ela busca individualizar as áreas para poder compara-las com outras apontando os dados que as diferenciam, afim de através de suas singularidades encontrar respostas.
Uma perspectiva pouco desenvolvida pelos geógrafos é a da Geografia como estudo do espaço, onde o espaço é passível de uma abordagem especifica através da busca da lógica da distribuição e localização dos fenômenos.
A ultima definição apresentada pelo autor é a de Geografia como estudo das relações entre o homem e o meio, ou, entre sociedade e natureza, perspectiva onde geografia trabalha unilateralmente com fenômenos naturais/físicos e humanos/sociais. Nesta perspectiva surgem três visões distintas: homem como elemento passivo diante a natureza, onde sua história é determinada pelos aspectos naturais que o cercam; homem como transformador do meio, nele o homem transforma os recursos disponíveis na natureza; e por fim o equilíbrio entre homem e natureza, que busca compreender o estabelecimento, manutenção e ruptura deste equilíbrio.
Por fim o autor nos informa que as perspectivas apresentadas se baseiam na Geografia Tradicional, que se apoia em sua totalidade nos fundamentos positivistas que pedem uma definição precisa do objeto para legitimar a autoridade de uma ciência ao contrario da Geografia Renovada que busca sua legitimação na operacionalidade ou na relevância social dos seus estudos. Assim percebemos através das definições apresentadas pelo autor que não existe um consenso a respeito da matéria tratada pela geografia.
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