Resumo: Geografia Pequena História Critica Capítulos 1 a 6, páginas 4 a 27
Por: tamyres_m • 13/7/2017 • Resenha • 1.394 Palavras (6 Páginas) • 3.149 Visualizações
Universidade de Pernambuco – Campus Mata Norte
Disciplina: Introdução a Ciência Geográfica
Professor (a): Luciana Coutinho
Aluno (a): Tamyres Gomes de Melo
Resumo: Geografia Pequena História Critica
Capítulos 1 a 6, páginas 4 a 27.
Com o intuito de estimular os geógrafos quanto à necessidade de repensar o passado da Geografia como disciplina, contribuindo assim, para um sólido e claro posicionamento dos iniciantes, o geógrafo Antônio Carlos Robert Morais escreve o livro: Pequena História Crítica.
Já indagando, a respeito Ciência Geográfica, o autor apresenta a seguinte questão – o que é Geografia? – em termos científicos, há uma intensa controvérsia, isso se manifesta na indefinição do objeto de estudo geográfico, ou ao mesmo tempo, nas múltiplas definições atribuídas a ela. O que é Geografia dependerá da postura política, do engajamento social, de quem faz Geografia. Pode-se depreender que inexiste um consenso sobre, mesmo no plano formal, a respeito da matéria tratada pela Geografia. É o que o autor vem mostrar neste primeiro capítulo expondo definições aceitas por inúmeros autores e geógrafos.
Para o positivismo, os estudos devem restringir-se aos aspectos visíveis do real, mensuráveis e palpáveis, no qual o cientista seria mero observador dos fenômenos que se demonstrariam diretamente. Tal postura apareceria como “A Geografia é uma ciência empírica, pautada na observação”. A descrição, a enumeração, e a classificação dos fatos referentes ao espaço são momentos de sua apreensão, mas a Geografia Tradicional limitou-se a eles; como se eles cumprissem toda a tarefa de um trabalho cientifico.
Outra manifestação positivista é a não aceitação da diferença de qualidade entre o domínio das ciências humanas e o das ciências naturais. Esta concepção, que incide na mais grave naturalização dos fenômenos humanos, se expressa na afirmação: “A Geografia é uma ciência de contato entre o domínio da natureza e o da humanidade”. Postura esta que serviu para tentar encobrir o profundo naturalismo, que perpassa todo o pensamento geográfico tradicional.
Outra ideia, está traduzida na máxima: “A Geografia é uma ciência de síntese”. As máximas e os princípios vão sendo incorporados e transmitidos, no pensamento geográfico, de uma forma não crítica. Isto é, são tomados como afirmações verdadeiras, que em momento nenhum são questionadas.
Apesar da difusão do uso do termo Geografia, que é bastante antigo, o conteúdo a ele referido era o mais variado. Até o final do século XVIII, não e possível falar de conhecimento geográfico, como algo padronizado, com um mínimo que seja de unidade temática, e de continuidade nas formulações. Na verdade, trata-se de todo um período de dispersão do conhecimento geográfico, onde é impossível falar dessa disciplina como um todo sistematizado e particularizado. Nélson Werneck Sodré denomina-o de “pré-história” da Geografia.
A sistematização do conhecimento geográfico só vai ocorrer no inicio do século XIX. E nem poderia ser outro modo, pois pensar a Geografia como um conhecimento autônomo, particular, demandava um certo número de condições históricas, que somente nesta época estarão suficientemente maturadas.
Finalmente, o temário geográfico vai obter o pleno reconhecimento de sua autoridade, com o aparecimento das teorias do evolucionismo. O Evolucionismo, visto como conjunto de teorias, que partem das formulações de Darwin e Lamarck, dá um lugar de destaque, em sua explicação, ao papel desempenhado pelas condições ambientais; na evolução das espécies, a adaptação ao meio seria um dos processos fundamentais. São inúmeras as alusões a Darwin e Lamarck, nas obras dos primeiros geógrafos. Dada a difusão das teorias evolucionistas, no meio acadêmico da época, a Geografia nela teve uma base cientifica solida para suas indagações. A Geografia foi, na verdade, um instrumento da etapa final desse processo de consolidação do capitalismo em determinados países da Europa.
As primeiras colocações, no sentido de uma Geografia sistematizada, vão ser obra de dois autores prussianos ligados à aristocracia: Alexandre Von Humboldt e Karl Ritter. Humboldt e sua proposta de Geografia aparece na justificativa e explicitação de seus próprios procedimentos de analise. Humboldt entendia a Geografia como a parte terrestre da ciência do cosmos, isto é, como uma espécie de síntese de todos os conhecimentos relativos à Terra. Tal concepção transparece em sua definição do objeto geográfico, que seria, “A contemplação da universidade das coisas, de tudo que coexiste no espaço concernente a substancias e forças, da simultaneidade dos seres matérias que coexistem na Terra”. Em termos de método, Humboldt propõe o empirismo raciocinado, isto é, a intuição a partir da observação.
A obra de Ritter já e explicitamente metodológica. A formação de Ritter também e radicalmente distinta da de Humboldt, enquanto aquele era geólogo e botânico, este possui formação em Filosofia e Historia. Ritter define o conceito de “sistema natural”, isto é, uma área delimitada dotada de uma individualidade. A Geografia deveria estudar estes arranjos individuais, e compará-los. Assim, a Geografia de Ritter é, principalmente, um estudo dos lugares, uma busca da individualidade destes. Para ele caberia a Geografia explicar a individualidade dos sistemas naturais, pois nesta se expressaria o desígnio da divindade ao criar aquele lugar especifico. A obra destes dois autores compõe a base da Geografia Tradicional.
Um revigoramento do processo de sistematização da Geografia vai ocorrer com as formulações de Friedrich Ratzel. A Geografia de Ratzel foi um instrumento poderoso de legitimação dos desígnios expansionistas do Estado alemão recém constituído. Ratzel expressa diretamente um elogio do imperialismo, ao dizer, por exemplo: “Semelhante à luta pela vida, cuja finalidade básica é obter espaço, as lutas dos povos são quase sempre pelo mesmo objetivo. Na história moderna a recompensa da vitória foi sempre um proveito territorial”. Ratzel em sua obra Antropogeografia – fundamentos da aplicação da Geografia à História; pode-se dizer que daí dá-se origem a Geografia Humana. Nela, Ratzel definiu o objeto geográfico como o estudo da influência que as condições naturais exercem sobre a humanidade.
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