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Goiânia: Uma Cidade Planejada Ou Especulada?

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Por:   •  19/10/2013  •  1.149 Palavras (5 Páginas)  •  592 Visualizações

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Goiânia: uma cidade planejada ou especulada?

Bruna Guedes Cortez Prego1

1Estudante de Arquitetura e Urbanismo (FAV – UFG) Campus II - Samambaia, Caixa-Postal 131, CEP. 74001-970, Goiânia, GO / Brasil, brunaprego.au@gmail.com.

Resumo

A especulação imobiliária tem sido um dos principais fatores para a expansão territorial de Goiânia, assim como à dissolução e alteração de alguns artigos no Plano Diretor da cidade. Não somente por isso, a especulação também é um dos elementos que coopera para a perda de marcos históricos, os quais marcaram a formação de Goiânia, e ainda, o principal responsável pela gentrificação de alguns setores da cidade. O questionamento deste ensaio se parte da caracterização de Goiânia como cidade planejada, ainda que com a presença grandiosa da especulação imobiliária.

Palavras-chave: especulação imobiliária, gentrificação, plano diretor, Goiânia.

1. Introdução

Presenciamos hoje com muita nitidez o papel da especulação imobiliária como norteadora no crescimento de Goiânia. Sua atuação ganhou peso suficiente para que as decisões de atores públicos fossem engrenadas a partir do interesse econômico de setores privados. Apontaremos neste estudo os casos que quantificam a participação dessa estratégia na expansão da capital de Goiás e, quais as consequências que essas trazem e trarão para a nossa cidade e sociedade. A posteriori, abriremos a seguinte discussão: Diante de um crescimento desordenado, e a presença da especulação há mais de 50 anos, e mais intensivamente, agora, ainda podemos identificar Goiânia como uma cidade planejada?

2. Goiânia e a especulação imobiliária, desde 1950.

Após sua construção, Goiânia teve sua imagem baseada em esperança de melhoria na qualidade de vida. Esta imagem fez com que seu povoamento acontecesse de maneira acelerada. O loteamento inicialmente era baseado no plano original da cidade – de autoria Corrêa Lima com seu projeto inicial e Armando Godói com suas alterações – e era atribuída pelo Estado, conforme descreve Adriana Mara Vaz de Oliveira (2009). O papel do loteamento foi passado à iniciativa privada, o qual transgredia as restrições do plano original, exigindo para o parcelamento apenas locação e inserção de vias. Adriana de Oliveira cita o mapeamento realizado por Maria Eliana Jubé Ribeiro, em 2004, informando que

“nesse período, a área parcelada da cidade cresceu surpreendentemente, incorporando os Setores Universitário, Bueno e Jardim Guanabara, entre outros. A cada nova década, novos bairros surgiam e se articulavam ao centro histórico, promovendo uma extensão da cidade contrária à concepção de seus desenhos originais” (OLIVEIRA, 2009)

Ao desenvolver de seu artigo, Adriana ainda propõe um pensamento crítica acerca da formação do Jardim Goiás, em que Lourival Louza era pertencente das terras de sua implantação:

“Ressalta-se uma curiosa reserva assegurada ao empreendedor do Jardim Goiás, trata-se do domínio das áreas verdes e de seus destinos, sempre sob a tutela desse surpreendente personagem. As referidas reservas atribuíam a Lourival Louza um poder de negociação com as instâncias públicas, muito antes que qualquer idéia sobre o empreendedorismo urbano ou sobre as propaladas parcerias público-privadas pudessem sequer ser pensadas.” (OLIVEIRA, 2009)

A partir dos esclarecimentos acima, percebe-se que a especulação desde então tornou-se ponto focal para que a expansão de Goiânia ocorresse, sendo contrária às doutrinas que o projeto da cidade buscava e, tornasse seu desenvolvimento desordenado.

De 1950 até os dias de hoje, percebemos a gentrificação ocorrida em áreas em que houve o processo de especulação imobiliária. A inserção de Parques em certas áreas é uma representação nítida sobre a causa e consequência citadas acima, tendo como exemplo o Parque Areião e o Parque Vaca Brava. Atualmente, houve acontecimentos em que notamos claramente que as ações praticadas acerca do urbanismo, da preservação da história da cidade, do bem estar social, da preservação do meio ambiente, fogem da preocupação pelo habitante goianiense, e vão de encontro com os interesses puramente político e econômico.

A implantação do Shopping Passeio das Águas, na Região Norte, possibilitou que a especulação imobiliária enxergasse o território. A população de seu entorno já sofre com a necessidade de transferir-se para outro lugar pela provável valorização territorial. Outro projeto que afeta diretamente, também, a mesma região é o mesmo aprovado pela Câmara Municipal de Goiânia. Alterações no Plano Diretor para que se fizesse limpo os planos que o poder público e a iniciativa privada prometiam para a Região Norte. Esta decisão – se não impedida pelo Ministério Público – afetará tanto a saúde ambiental da região, quanto a toda população que lá habita e aos que utilizam aquela área como trajeto para seus destinos.

Paralelamente aos fatos que estão prejudicando o desenvolvimento de Goiânia como cidade planejada, fatos esses de caráter ambiental e socioeconômico, há também os de caráter histórico que são fulcrais para a sociedade em virtude de seu

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