Guerra De Canudos
Artigos Científicos: Guerra De Canudos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Maramelo • 20/11/2013 • 1.508 Palavras (7 Páginas) • 1.427 Visualizações
Guerra de Canudos
A Guerra de Canudos ou Revolução de Canudos foi um movimento político-religioso brasileiro que durou de novembro de 1896 a outubro de 1897 no arraial de canudos no sertão da Bahia, fundado por Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido por Antônio Conselheiro. Ele acreditava ser enviado de Deus para acabar com as diferenças Sociais e também com os pecados republicanos, entre estes estavam o casamento civil e a cobrança de impostos. Com estas ideias, ele conseguiu reunir um número grande de seguidores que acreditavam que seu líder realmente poderia libertá-los da situação de pobreza extrema na qual eles se encontrava.
A cidade de Canudos antes era chamada de Belo Monte, mas seu nome foi alterado para Canudos pela proliferação de bambus que ali cresciam semelhantes a canudos. Canudos era uma pequena aldeia que surgiu durante o século XVIII nos arredores da Fazenda Canudos, às margens do rio Vaza-Barris. Com a chegada de Antônio Conselheiro em 1893 passou a crescer vertiginosamente, em poucos anos chegando a contar por volta de 25.000 habitantes.
O governo da República recém-instaurada precisava de dinheiro para materializar seus planos, e só se fazia presente no Sertão pela cobrança de impostos. A escravidão havia acabado poucos anos antes no país, e pelas estradas e sertões, grupos de ex-escravos vagavam, excluídos do acesso à terra e com reduzidas oportunidades de trabalho. Assim como os caboclos sertanejos, essa gente paupérrima agrupou-se em torno do discurso do peregrino Antônio Conselheiro, acreditando que ele poderia libertá-los da situação de extrema pobreza ou garantir-lhes a salvação eterna na outra vida.
A imprensa, o clero e os latifundiários da região incomodaram-se com a nova cidade independente e com a constante migração de pessoas e valores para aquele novo local. Aos poucos, construiu-se uma imagem de Antônio Conselheiro como "perigoso monarquista" a serviço de potências estrangeiras, querendo restaurar no país a forma de governo monárquica. Difundida através da imprensa, esta imagem manipulada ganhou o apoio da opinião pública do país para justificar a guerra movida contra os habitantes do arraial de Canudos.
A Guerra foi decorrente da grave crise econômica e social que encontrava a região, com uma estrutura extremamente agrária viciada, marcada pela concentração de terras nas mãos de poucos, onde havia latifúndios improdutivos, seguida de secas cíclicas, desemprego crescente e a crença numa salvação milagrosa para poupar os pobres do sertão dos flagelos do clima e da exclusão social violenta. Tiveram todos os motivos do mundo para começar algumas mobilizações contra a municipalização da cobrança de impostos, revoltas e insatisfações.
Os grandes fazendeiros da região, unindo-se a igreja, iniciaram um forte grupo de pressão junto à República recém-instaurada, pedindo que fossem tomadas providências contra Antônio Conselheiro e seus seguidores. Criaram-se rumores que Canudos se armava para atacara cidades vizinhas e partir em direção à capital para depor o governo republicano e reinstalar a Monarquia. Apesar de não haver provas para estes rumores, o Exercito foi mandado para Canudos.
O Nordeste vivia um período de crise econômica, fome, seca, miséria e abandono político, por conta dessa situação iniciou um conflito civil. No final do século XIX a situação do Nordeste era muito precária, as pessoas estavam sofrendo com fome e sede, principalmente a população mais carente, essa situação em conjunto com o fanatismo religioso desencadeou um grave problema social. Em novembro de a1896 foi iniciado o conflito civil, este durou por quase um ano e foi até 05 de outubro de 1897, seu líder Messiânico foi Antônio Conselheiro, que estabeleceu uma comunidade em Canudos.
Oferecendo abrigo e oportunidade de proteção, Antônio Conselheiro conseguiu reunir muitos seguidores, a comunidade de Canudos começou a irritar os grandes proprietários de terras. A prosperidade e o prestigio que o arraial ganhava acabou amedrontando os lideres locais.
No primeiro confronto, em 24 de novembro de 1896 a força policial do Tenente Pires com seus 40 homens foram enviados pelo governo da Bahia, porém foram derrotados pelos seguidores do conselho. Em janeiro de 1897 aconteceu outro confronto dessa vez liderada pelo major Febrônio de Brito e seus 600 homens tentaram invadir o arraial, mas também não obteve sucesso e foram destroçados pelos seguidores. Em 02 de março de 1897 em sua terceira tentativa, o Coronel Moreira Cesar e suas fileiras de 1.300 homens atacaram o arraial com peças de artilharia, mas foram novamente derrotados e mortos. A quarta tentativa foi entre setembro e outubro de 1897. A brigada do General Arthur Oscar de Andrade Guimarães com seus 6.000 homens conseguiram invadir e destruir o arraial. O número final de mortos na Guerra de Canudos é um muito assustador, mais de 5.000 homens mortos nessas batalhas.
Estes acontecimentos históricos representou a luta pela libertação dos pobres que viviam na zona rural e também que a resistência mostrada durante todas as batalhas ressaltou o potencial do sertanejo na luta por seus ideais. Esta revolta, ocorrida nos primeiros tempos da República, mostra o descaso dos governantes com relação aos grandes problemas sociais do Brasil. Assim como as greves, as revoltas que reivindicavam melhores condições de vida (mais empregos, liberdade, educação, justiça social e etc.) Na Guerra de Canudos ocorreram muita violência oficial, muitas vezes em exagero, na tentativa de calar aqueles que lutavam por direitos sociais e melhores condições de vida para si próprias e para suas famílias.
Assim como a guerra de Canudos foi um contexto histórico popular a Era Vargas foi um período em que o Brasil passou por várias transformações políticas e sociais.
Getúlio Vargas foi o presidente do Brasil
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