Historias Cruzadas
Monografias: Historias Cruzadas. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: FernandaPetrova • 12/4/2014 • 1.672 Palavras (7 Páginas) • 375 Visualizações
Compreendendo a Família Atual
No decorrer da história a família foi sofrendo transformações em seus modelos vividos. A saída da mulher do lar, para
ingressar no mercado de trabalho, dividindo com o homem o papel de provedora de bens e educadora dos filhos,
aponta para as transformações das relações da família para forma "igualitárias".
Com isto, surgem nas relações familiares inúmeros conflitos entre a autoridade patriarcal e os modelos igualitários
liberais. O modelo advindo da família burguesa ainda mantém sua força e vigência sobre seus membros. Um pretende
impor sua vontade sobre o outro. Inúmeros questionamentos surgem no contexto familiar, como os aspectos voltados
para a educação dos filhos; as incertezas aumentam, dando vazão a sentimentos de insegurança, como o estabelecimento
de limites. O sentimento de culpa ocasionado pelo possível cumprimento e/ou transgressão de normas é introjetado no
meio da família. (TEIXEIRA, 1996).
Além de passar por todas estas transformações, a família ainda tem de passar pela adaptação constante da situação sócioeconômica,
que sofreu nos últimos tempos mudanças significativas, influenciando a qualidade de vida desses indivíduos.
O que se observa é que a família brasileira tem passado por diversas mudanças no seu processo de modernização. Desta
forma, a FAMÍLIA NUCLEAR foi ganhando importância nesse processo de mudança, reforçando a ideologia da igualdade
entre as pessoas (direitos para todos). Todavia, percebe-se uma diversidade de arranjos domésticos e familiares para
viver em família, os sentimentos familiares existentes reforçam seus laços.
E os modelos familiares vigentes atualmente?
Relembrando: o surgimento da família moderna se deu a partir da família burguesa, grande estrela da sociedade
capitalista. POSTER (1979) coloca que a família burguesa mantinha um sólido vínculo afetivo entre seus membros (paimãe-
filhos); os papéis eram claramente definidos: o pai sustentava a casa, supria as necessidades materiais (mundo
externo), a mãe cuidava da casa e da educação dos filhos, tentava suprir em todos os sentidos as necessidades físicas e
emocionais de seus componentes (mundo interno), os filhos eram obedientes e estudiosos.
Com o avanço tecnológico, com a inclusão da mulher no mercado de trabalho, e outras transformações aqui já descritas, a
família burguesa sofre alterações significativas no seu modo de viver. Mesmo assim este novo modo de viver acaba
ressaltando a família nuclear (nós) e os (outros) de toda a sociedade. A luta para manter os valores, padrões e
sentimentos intocáveis nesse modelo burguês de estrutura familiar é perpetuado. Nessa família nuclear burguesa,
tudo deveria ocorrer na mais perfeita harmonia, todas as necessidades deveriam ser supridas no seu meio, a casa seria
um refúgio (lar, doce lar!). É nesse contexto que o provérbio "roupa suja se lava em casa" ganha força e poder; é
necessário manter as aparências de felicidade e realização para manter-se fiel à ideologia burguesa.
A família nuclear burguesa predomina nossa sociedade, seja como prática assumida na classe média, seja como um
sonho, o ideal para as classes populares.
As pesquisas de GOMES SZYMANSKI (1992) com as famílias da periferia de São Paulo nos auxiliaram na compreensão
desses modelos de família atual. Ela apresenta um conceito surgido das análises de observação e depoimentos de seus
participantes: família pensada e família vivida.
Nas pesquisas realizadas, a autora notou que as pessoas falaram da vida da sua família como se a estivessem
comparando com alguma outra família. Esta parecia ser a certa, a boa, a desejável; a família em que vivia era diferente.
Para encaixar-se nessa família boa, certa (a autora chamou-a de FAMÍLIA PENSADA), essas famílias faziam de tudo:
malabarismos, encenações, mas dificuldades econômicas e outros improvisos eram muitos, levando-as a afastar-se deste
modelo tão almejado. Ambos viviam o que lhes era permitido viver (ela chamou este modelo de FAMÍLIA VIVIDA).
Tentaremos esclarecer melhor estes modelos de GOMES SZYMANSKI (1992).{mospagebreak title=Família Pensada}
FAMÍLIA PENSADA
Neste modelo de família as relações interpessoais ocorrem de forma harmoniosa. Seus membros executam o papel
Profa. Lucimara Maia
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esperado. Pai, provedor de recurso material; mãe só cuida dos filhos e do lar; filhos, comportados, obedientes e
estudiosos. As famílias que o adotam passam pelo controle do grupo social que as pressionou a adotar um modelo.
Seguir este modelo é agir de forma coerente, é preservar socialmente a imagem de quem o vive.
Muitas vezes as expectativas de um para com o outro não são atingidas, os atritos têm como referencial o modelo e não
as pessoas: eu e o outro. A sensação que fica entre ambas é de que "o errado sou eu", se não estiver vivendo o modelo
pensado.
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