Homen Social
Dissertações: Homen Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: migarl • 10/3/2015 • 1.224 Palavras (5 Páginas) • 286 Visualizações
Neste item será abordada a natureza social do ser humano, e vamos observar nas características
de comportamento de nossa espécie, o que é inato (de nossa natureza) e o que é adquirido a partir da
experiência social. Esse debate é comum em nossa vida social, pois procuramos respostas para fenômenos
como criminalidade, genialidade ou heroísmo. O que determina que algumas pessoas desenvolvam
comportamentos desses tipos? É a sua “natureza”? É a influência do meio social?
Para as ciências sociais, somos “animais culturais”, capazes de produzir conhecimento, mas
dependentes do aprendizado social que é a socialização. Por meio da compreensão de conceitos como
cultura, natureza e socialização é possível uma nova perspectiva do comportamento humano.
Introdução
Essa diferença em relação às outras espécies foi garantida pelo desenvolvimento de nossas
habilidades sociais e culturais.
Veremos como a cultura, a natureza humana e os processos de socialização se relacionam em nossa
espécie para determinar nosso comportamento.
Principais conceitos
condição aos nossos ancestrais que há milhões de anos desenvolveram a
Tudo isso só foi possível uma vez que o comportamento humano, diferentemente de outras espécies que
vivem coletivamente, foi orientado pela cultura ao invés do instinto.
Você já deve ter ouvido falar que o sucesso de nossa espécie se deve ao fato de que o ser humano
é o único ser racional dotado de inteligência, não é mesmo? Isso é verdade, mas não é toda a história.
Já pensou que não adianta nada ser dotado de inteligência e não ser estimulado a utilizá‑la? Pois é
exatamente isso que acontece com o conjunto de nossa espécie. Se o ser humano não tivesse desenvolvido
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Unidade I
a vida em sociedade baseada em uma cultura, provavelmente nossas capacidades de inteligência sequer
seriam exploradas.
Vamos pensar por que é importante essa informação?
É importante perceber que é comum o pensamento que existem pessoas ou sociedades “naturalmente”
mais dotadas de pessoas inteligentes. Pois bem, isso é parte de um preconceito infundado, e essa discussão
será aprofundada mais adiante no decorrer da disciplina. Por ora, reflita sobre a importância da cultura
para organizar os grupos humanos. Todas as capacidades que decorrem da inteligência dependem de
nosso convívio coletivo e das necessidades ou exigências impostas por esse modelo de vida.
O ser humano é uma espécie diferente de animal que vive em grupo. Ao desenvolver a cultura,
afastou‑se da natureza e, portanto, dos instintos.
Atualmente, cercados pelas comodidades culturais em uma sociedade moldada pela tecnologia e
pelo mercado, fica difícil nos imaginarmos como de fato somos: um animal cultural. Somos a única
espécie a desenvolver um ambiente totalmente controlado para sobreviver, que são as cidades, e, talvez
por isso, esquecemos uma dimensão constitutiva de nosso ser: os instintos.
Somos uma espécie modelada pela cultura. Substituímos o comportamento dos impulsos instintivos
(preservação da espécie por meio da alimentação, reprodução e abrigo) pelas regras de conduta social.
Apenas dessa forma nossos antepassados puderam deixar uma herança importantíssima baseada na
acumulação de conhecimentos, nas tradições e nos laços sociais.
O comportamento humano baseado na cultura e na troca de conhecimento (aprendizagem) é o que
nos distingue das demais espécies. Não dependemos apenas da herança biológica e do comportamento
também herdado geneticamente para evoluir. Precisamos de história, das experiências das gerações
passadas, da capacidade de nos educarmos mutuamente. Portanto, dependemos da cultura.
Mas talvez o que está sendo chamado aqui de culturanão seja exatamente o que você se acostumou
a utilizar, por isso vamos fazer uma abordagem científica?
Antropologicamente, a cultura foi definida pela primeira vez no século XIX (1871), por Edward Tylor,
como “um conjunto complexo que inclui os conhecimentos, as crenças, a arte, a lei, a moral, os costumes
e todas as outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro de uma sociedade”.
É importante ressaltar, nessa definição já antiga de Tylor, que a caracterização da cultura é o resultado
de processos de aprendizagem.
Nenhum de nossos padrões de comportamento coletivo é herdado geneticamente, eles são adquiridos, e
para isso dependemos do convívio com o meio social. Quando nascemos não temos “tendências naturais” em
relação à crença, bem como a qualquer tipo de alimentação. Tudo em nossa vida coletiva, desde a língua com
a qual nos comunicamos, os hábitos rotineiros de alimentação e vestuário, nossa noção de moral, enfim, tudo
o que compartilhamos
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